Saxupquy - O Rochedo

Capítulo 3 – O rochedo

- O que está fazendo aqui!?

- Não sei!

- Simão deixe a garrafa de rum de lado, tens uma preocupação maior aqui.

- Capitain! – Disse com dúvida, ao tentar dizer a segunda palavra, viu os outros do navio, alguns limpando o convés e o gaiteiro soprando aquele instrumento agudo.

- Tivemos uma bela presença de um temporal, quando me dei conta que estavas no seu quarto Simão, achei que estivesse cansado, os outros ajudaram a colocar as velas de forma correta para que o vento tivesse força.

- Mas e a Bruxa? – Questionou o marinheiro.

De tom tão alto que até as gaivotas que estavam longe na praia ouviram as gargalhadas e todo o escárnio proferido pela boca de Canebre.

- Acreditou mesmo? Por isso digo que és um patife!

Simão não disse mais nada, apenas o encarou com olhar de desprezo, cuspiu próximo onde estava e saiu.

- Marinheiros, todos aos postos, estamos próximos a praia! – Gritou bem alto o Capitão! Fechem suas braguilhas e recomponham-se, não sabemos o que podemos encontrar.

O sol estava castigando a tripulação, tão quente que o suor evaporava e o estoque de água aproximavam do fim, não era de se preocupar, a praia estava em suas ventas e água doce jorrava com tanta pureza e fartura que passariam a vida toda a bebendo.

A ancora foi jogada por cinco fortes e grande marinheiros, a içaram e a empurraram da superfície da proa para o mar, ao contar de números. Estabilizados e cheio de curiosidade prepararam alguns botes de madeira maciça que o navio trazia e foram alguns e outros ficaram, ao cuidar dos pertences e até tiverem certeza que nenhum perigo estava a espreita ou mesmo uma armadilha por de outros navegantes.

Sem dúvidas e desiludido com a pirraça de Canebre, Simão foi com os seus procurar água e comida, o capitão e alguns aliados ficaram a bordo, na espera de noticias. Após voltarem da praia com alguns cachos de frutas, três veados e uma grande porção de côcos.

- Estiveram em perigo Marujo!

- Capitão! O que vimos foram apenas bichos e uma cachoeira bela.

- Nada de bárbaros ou índios? – Continuou – ultima vez que passei por essas bandas encontrei pessoas mortas nas árvores e também alguns rifles pela areia. Já basta de batalhas!

- Não nada vimos! – respondeu Simão com voz amena, levemente cansada.

- Arrumem toda os mantimentos e assem um dos veados, amanhã peregrinaremos um pouco mais pelo rochedo.

Continua...

- M. Leite

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