Mais uma história daquele que se tornaria o décimo primeiro Dantiello

Mais uma história daquele que se tornaria o décimo primeiro Dantiello

Sempre Pela Liberdade

Havia se passado um ano dede que cheguei à montanha das Tecelãs, ávida aqui é complicada, se eu não fosse um psonico com ligação a terra e ao fogo seria impossível estar vivo. Meu psionismo guarda minha vida. Na mexer nas rochas certas, não cavar onde possa ter magma ou água, identificar o que está a sua volta para sua própria defesa. Tudo isso faz meu poderes aumentarem, faz com que a comunhão entre a terra e eu fique maior. E com um vulcão abaixo fica fácil estar em comunhão com o fogo. Dependo disse para não me perder na galeria de túneis que parecem intermináveis. Ajudo a cavar, a caçar a defender os mais fracos e os machucados. Não há uma toupeira líder, todos fazem o que é preciso, todos servem a todos. Isso me faz lembrar o Dantiello. Ele iria gostar de ver como as coisas funcionam aqui, e para ser honesto, existem elfos que deveria ver isso e aprender. Agora entendo o que os sábios dizem quando falam que as Tecelãs têm muito a ensinar.

Comunico-me com elas de uma forma que eu não consigo explicar bem, não parece ser telepatia, não tem palavras na minha mente, é algo que parece atingir o espírito e o coração. Sei quando uma está triste, alegre, quando todas querem ir para outro lugar, quando alguém presente perigo ou quer mostrar algo. E elas também me entendem, não sei como, mas entendem. Demorou para eu entender essa forma de comunicação mas agora está perfeito. E no momento estamos em um túnel quente, bem próximo do magma e uma Tecelã entra e a apreensão dela nos contagia imediatamente. Entendi rápido, uma bebê toupeira saiu de alguma forma dos túneis e está do lado de fora. Elas não enxergam lá fora e o pedido de resgate foi feito a mim.

Aceitei o pedido. E sai o mais rápido que pude, graças a comunhão com a terra não me perdi e sai rápido para o lado de fora da montanha. Demorei um pouco para me acostumar com a luz do sol, mas logo paro e me deparo com rastros.

Estavam em quatro, provavelmente não esperavam que um rastreador estivesse aqui com elas. Acho que vou ter que encher a cara desses miseráveis de porrada. Começo a conferir meu equipamento que é pouco. Meus punhos de aço que foram forjados por elas estão na cintura. Uma faca está na bota. E minha roupa de couro com algumas gotas de metal e algumas pequenas placas serve bem para aparar certos ataques. Os braceletes que elas me deram também são uma boa forma de se defender. São ótimos, deixam de fora os dedos e sobem até acima do cotovelo. É aço forjado por elas. Amarro minhas rastafáris e analiso com cama o rastro que seria seguido até por um leigo, mas para mim esses rastros dizem mais que a direção para onde forma. Quantidade, peso que eles carregam, freqüência com que param, e até a distancia que eles devem estar de mim. Algumas horas e eu pego os infelizes e por sorte parece q o filhote está bem, devem ter usado alguma forma de deixá-lo desacordado.

Comecei a descer a montanha com cautela para não alarmar os caçadores que com o rastro que deixam mostram que não tem experiência. Não demorou muito para que eu os avistasse. Graça a Ellendeodorelen o filhote parece estar dormindo mesmo. Ao observar de trás de uma rocha a uns quinhentos metros noto que eles parecem estar descansando, pararam e começaram a tomar água. Ando mais um pouco e posso notar detalhes. São todos de outro continente, mas do norte, pois são ruivos, carregam facões na cintura e um deles tem um cajado nas costas,. Parecem uniformes suas roupas. Tem uma cor cinza, cobrem até abaixo do joelho, usam um conto fino, e camisas com muitos bolsos, típico de exploradores de outro continente. Usam botas curtas. Dois parecem ser mais fortes, o do cajado deve ser um mago ou feiticeiro e o que parece carregar o filhote não demonstra estar ali para nenhuma outra função a não ser carregar peso.

Como estou mais próximo deles retiro meus punhos de aço (Armas parecidas com um soco inglês, acoplado a um paralelepípedo de aço) e não faço mais questão de esconder minha presença. Limpo a garganta pra chamar a atenção e cuspo no chão. Logo todos os quatro estão olhando para mim. Olho com olhar furioso para eles e logo começo a falar:

_Larguem o filhote e vão embora! Reconheço vocês como meus semelhantes e talvez não conheçam a importância do ser que estão levando. Façam isso e nos não vamos brigar e ninguém vai sair machucado.

Fui educado com eles, eu acho e eles não pareceram estar nervosos com a situação e o feiticeiro ou mago seja lá o que o desgraçado é levanto-se e falou:

_ Não podemos jovem elfo, nos pagaram para levar esse animal para o circo, a habilidade dele é encantadora e reconhecemos a importância dele, sabemos quanto ele vale.

Ao terminar a sua fala o miserável ficou com um sorriso sarcástico e olhando para mim como se eu fosse ignorante a dinheiro.

_ Vocês são ignorantes no que é importante de verdade, esse filhote tem uma família que está esperando ele, assim como vocês tem ou tiveram. A liberdade de viver uma vida do lado dos seus semelhantes não pode ser tirada dele e de nenhum outro ser vivo. Se alguém gostaria de ter a felicidade e a honra de ver uma Tecelã, esse elfo ou elfa deveria vir até aqui e ver o quanto elas são impressionantes no seu modo de vida, e aprender com elas se tiver sensibilidade o suficiente para isso.

Quando terminei de falar notei que eles retiraram seus facões da cintura e todos se levantaram. Acho que eles querem me matar e seguir caminho, mas sinceramente eu não acredito que alguém seja capaz de matar um semelhante , um irmão elfo por ganância, para retirar a liberdade de um filhote. Abaixo minha cabeça por um instante sem tirar os olhos dos quatro e resolvo perguntar:

_ O que vocês vão fazer comigo?

_Vamos te matar nesse local ermo e levar o filhote. Afinal não tem um elfo a quilômetros daqui, ninguém vai sentir sua falta.

Falou um deles.

Não acredito quando ouço e o pior, parece que eles já fizeram isso outras vezes. São assassinos, tiram vidas. Fico triste. Certa vez um sábio de minha aldeia disse que as cidades trouxeram mais prejuízo do que graças a nos elfos. Ele tinha razão.

_Vocês querem mesmo isso?

Perguntei em vão, pois eles já aceleraram em minha direção.

O carregador de peso do grupo veio primeiro, ele era o maior deles e levantou sua lâmina bem auto. Certamente queria me cortar ao meio, porém esperei ele estar na distancia correta e deu um passo para trás o golpe dele caiu na terra, com meu psionismo prendi a espada dele no chão. Girei em torno do meu próprio certo e com a força do giro acertei a cabeça do mesmo com o punho de aço. Tomei cuidado para não matá-lo com a pancada. Ele desmaiou, eu acho.

O segundo veio para tentar perfurar meu peito. Fui de encontro a ele e com desviando da lâmina cheguei próximo a corpo, acertei um golpe na altura do estômago com minha esquerda. Ele se abaixou um pouco e com a direita acertei a costela, deu para sentir os osso afundando e quebrando e antes que ele gritasse dei um gancho com a esquerda que o fez voar a uns metros. Quando ele caiu não mostrou reação.

O próximo veio mais cauteloso, já havia percebido que eu não era um idiota quando em relação a combate. Parado a minha frente ele tentou achar uma forma de atacar e eu também comecei a procurar uma brecha para atacar. Mas havia retirado um pouco a atenção do mais perigoso do grupo. O mago, feiticeiro ou coisa assim.

Não deu tempo de muita coisa, só tentei me defender com os braceletes, mas era uma explosão. Um tipo de trovão acertou em mim, fui arremessado em uma arvore, minha roupa queimava, e quase desloquei o ombro. Se tivesse acertado em cheio acho que teria explodido minhas costelas e talvez eu tivesse morrido. Tinha queimaduras no meu lado direito. Cai encostado na árvore que a dor era muito forte nas costas e no ombro principalmente. Fiquei tonto, mas ainda enxerguei a tempo o outro tentar deferir um golpe fatal em mim.

Ergui minha mão e o próprio fogo que estava na minha roupa foi em direção do ultimo detentor de lâmina. Ele mostrou espanto na sua face e mesmo levando a lâmina a sua frente o fogo a ultrapassou e impactou seu tórax. O impactou o fez recuar com a roupa e a pele queimada e ele caiu de joelhos sem esboçar nenhum movimento. Não posso criar fogo ainda, mas se ele existir eu posso dar mais vida a ele e controlá-lo e espero que o elfo não esteja morto.

Levanto-me e olho com ira para o feiticeiro. Ele se mostrou imóvel e começou a conjurar um feitiço e sorria para mim. Respirei fundo e entrei em comunhão com a terra. Do chão, em volta do pé esquerdo do maldito, várias lanças de pedra surgiram do chão e atravessaram suas pernas. O feitiço foi interrompido imediatamente, ele berrou de dor soltando o cajado.

Ergui minha mão esquerda e recolhi as lanças de pedra para o solo e levei o cajado junto para a terra. Ele caiu e levou as mão a perna e seu gritos na paravam.

Fui até os outros que foram derrotados e notei que não estavam mortos, porém o ultimo estava em um estado bem crítico, mas não corria risco de morte. Suas queimaduras eram piores que as minhas, mas por sorte dele eu não era tão bom com fogo.

Voltei-me para o feiticeiro e disse segurando a gola de sua camisa:

_Se vocês voltarem vão se ver comigo novamente. Seus parceiros vão acordar daqui um tempo e vê se vocês somem daqui. Quando se acostumar com a dor use um pedaço de madeira como muleta. Ele não parecia acreditar.

Peguei o filhote e comecei a andar, as toupeira adultas chegam a uns cem quilos, o filhote já pesava por volta de trinta e no meu estado era difícil carregá-lo. Então ele gritou:

_ Elfo negro, porque acertou somente minha perna esquerda?! Eu tenho uma idéia, mas quero ter certeza que ainda existe elfos assim.

_ Foi para que você pudesse ir embora, se eu acertasse as duas pernas você não teria condições de ir nem com muleta. E sinto muito por ter queimado seu outro amigo, mas ele vai sobreviver.

Quando terminei vi nos olhos do feiticeiro a interrogação. Comecei a subir a montanha novamente e os deixei. O filhote só parecia dormir mesmo, provavelmente eles usaram algum dardo com sonífero.

Em meio à subida e a dor me decido o que fazer quando terminar meu tempo com as Tecelãs. Acho que minha ação o surpreendeu e o fez pensar nas suas próprias ações. Isso me deu uma idéia.

Vou lutar pela liberdade de todo ser vivo, mostrar através do exemplo que nos elfos somos todos servos uns dos outros.

Avisto uma das entradas dos túneis das tecelãs e já posso sentir que elas me esperam. É, acho que estou me tornando uma toupeira.