SONHOS

Ao encanto do cantar do uirapuru, à mata adentrei, sem temer ou deixar que as pernas tremessem mais que o coração. Passos contidos, para apreciar o verde da mata e o orvalho que ainda existia nas folhas dos arbustos que se enroscavam nos troncos das majestosas árvores. Cantavam bonito os passarinhos em busca do acasalamento e também dos alimentos que sobravam dos macacos saltitantes... belo passeio pela floresta.

Um pensamento teimava em estar ali... pensando nele e nos últimos acontecimentos... sonhava acordada.

Esse passeio era como um achar da arca encantada, cheia dos tesouros mais encantados ainda... teu amor.

O coração voava livre, preso somente pela doçura daquele amanhecer... tão sutilmente amaranhado pelo desejo de leveza daquela deliciosa sensação de amar e ser amada.

No caminho tinha um regato, onde se podia refrescar os pensamentos e banhar a alma sonhadora...

Ao longe um chamado pelo nome, deixou-me com as pernas bambas... era a voz dele, tão conhecida pelos meus finíssimos ouvidos...

VEM AMOR, hora de amar, sonhar e realizar tão gostosa façanha de duas adultas crianças.

E a natureza contribuindo para esse sonho encantado!

Efusiva caia em teus braços... e o uirapuru, tão bela melodia repicava. Ao som da floresta, ia deslizando por sobre a relva... os dois corpos que se juntavam e as vontades se completavam. No córrego escorriam mais que águas, era o néctar daqueles corpos sedentos que se amaram.