"A PAIXÃO CEGA"
Fred conheceu, em uma boate, numa noite de sexta-feira, uma garota de nome Deby.
Galanteador, habituado às noitadas de fim de semana, quando conquistava as mais lindas mulheres – as que quisessem – dizia ele. Ao chegar à danceteria naquela noite, percebeu que algo ia ser diferente. Logo ao entrar, deparou-se com a beleza estonteante de Deby.
Dom Juan das noitadas respirou fundo, e falou em pensamento: “Como ela é linda!” Ficou por algum tempo sem saber que fazer. Pediu um drink. Tomou-o de um só gole. Criou coragem e se aproximou de Deby. Falou, gaguejando: - Vo... Você é linda! Ela, gentil, agradeceu.
Parece que a atração foi recíproca, pois o papo rolou solto. Após alguns minutos, já estavam bem à vontade. Inclusive tinham até marcado um encontro para o dia seguinte, às 17h30min.
No sábado, dia do encontro, Fred passou nervoso, parecia um adolescente se preparando para o seu primeiro encontro. Não conseguia esquecer Deby: aqueles olhos verdes, aqueles cabelos de ouro. Detalhe por detalhe passava em sua memória.
Uma hora antes já estava no local combinado. Quando, às 17h: 30 min avistou, à distância de uma quadra, um casal que se aproximava. Vinham conversando felizes. Estavam de mãos dadas. De longe, ela parecia com Deb..., mas... Não era possível... Seria sua amada?! O coração bateu acelerado. Quanto mais se aproximava o casal, mais se confirmava a suspeita de que aquela era Deby. Ainda assim, Fred negava-se a acreditar no que via.
Deby chegou toda sorridente. O cavalheiro trazia um sorriso discreto e amistoso. Porém o que Fred viu naquele sorriso foi zombaria, galhofa desafio mesmo. Não conseguia pronunciar uma palavra sequer.
Quando Deby ia falar... Fred tremeu, sentiu-se queimar por dentro, a cabeça girou e caiu aos pés de Deby. Estava morto. Antes, ainda conseguiu ouvir o grito de desespero dela, que desmaiou abraçada ao irmão que viera acompanhá-la.