Enquanto Evelin dormia-parte vinte

Enquanto Evelin dormia-parte vinte

As vezes penso que não passamos de brinquedo nas mãos do destino.Após séculos de existência fui me apaixonar por uma parente distante.Sim ,porque minha amada faz parte da minha árvore genealógica. Agora consigo entender a irresistível atração que senti ao conhece-la.Era a força do sangue! Evelin descobriu seu passado através de sua avó,mas isso não nos afastou,nos uniu ainda mais.Ela compreendeu que apesar de vampiro,eu não trago em mim a maldade de alguns antepassados.Na verdade eu fui mais uma vítima.Na noite passada nos nos encontramos em seu sonho e então fizemos mais uma terrível descoberta: Eu ja estava desconfiado de seus pesadelos,eram muitas as perseguições sofridas por Evelin e então na noite passada meus temores se confirmaram.Atrasei e fui encontra-la em uma casa em chamas.Era uma construção de dois andares e a parte de baixo estava toda tomada pelo fogo.Aterrorizada a moça gritava por socorro em uma das janelas,mas a pequena multidão na rua parecia não ouví-la.Duas pessoas me pareceram bastante satisfeitos com o incêndio, o rapaz moreno e a cigana feia dos sonhos anteriores.O ódio que irradiava deles era forte e quando deram por minha presença,esse sentimento se intensificou. Cheio de desprezo o jovem me disse que era tarde para salvá-la e que eu seria o próximo.A cigana me agradeceu por ter facilitado o trabalho ao invadir os sonhos de Evelin,pois foi através de mim que eles conseguiram cruzar a fronteira da realidade .Os pais da moça destruíram a única possibilidade de continuidade da maldição ao se suicidarem,mas a filha teria uma morte bem dolorosa e eu pagaria por ter interferido das outras vezes. O fogo estava começando a se espalhar para o andar superior,por isso tomei uma decisão: Se era para morrer,então que morrêssemos juntos. Transformei-me em morcego e voei em direção a janela de onde minha amada gritava rouca pela fumaça.Gargalhadas horripilantes cortaram o ar nesse momento.O mal parecia regozijar com a certeza da vingança. (Fim da vigésima parte)