MORTINHA POR ARRASAR ...

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Fui visitar o Solar dos Mortos…

Arrasei como alma que se quer penada.

Se o vento do Sul voltar à tardinha, em forma de sentinela zelosa, devolver-me-á

O sorriso que se quer triste.

E depois este pranto lento,

De alguém que perdeu o sono e jamais o encontrou,

Derramará gotículas que se querem nuas, porque são salgadas.

E em sintonia depravada,

Em busca de recordações vivas, mas que já não respiram,

Rasgará flores e corações em forma de pensamento

Que se perdeu na paisagem dos dias.

E rodopia e baila e continua.

Porque o sentir morreu de morte lenta.

Não sabia morrer de repente!

E o vento do Sul não veio à tardinha.

Ficou por aí suspenso em parte ingrata.

E o dia que jaz, porque se quer vivo,

Virou as costas e enloqueceu.

Fui visitar o Solar dos mortos.

Acendi mil velas sem calor.

Depois fugi, como alguém que se quer gente

E está despido de si…

Parto sozinha. Não levo saudades…

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Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 11/02/2012
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