O RAPTO DE LUA NOVA PELO CAVALEIRO ANDANTE
Conta-se que há muito tempo, em tempos medievais, havia um cavaleiro andante conhecido como Trovador que lutava contra a ditadura dos tiranos e a falsidade dos infiéis colocando sua espada e valentia em favor dos fracos e dos oprimidos. Quase nada se sabia à seu respeito, apenas que se tratava de um cavalheiro simpático e elegante que vinha de um reino muito distante. Sabia-se também que era poeta e cantador, um menestrel errante que adorava cantar e tocar guitarra mas, quando se envolvia numa batalha revelava toda sua coragem e valentia. Casto, fiel e dedicado nada temia e junto com seu cavalo Ventania enfrentou e venceu muitas batalhas. Jovem e solitário não tinha amigos porém gostava de participar de rodas onde pudesse demonstrar sua arte em cantar e recitar versos. Se nas tabernas por onde passasse fosse servido vinho e tivesse mulheres, aí então ele se sentia mais à vontade e com sua guitarra cantava lindas canções que eram ouvidas com atenção pelos presentes. Foi numa noite dessas em que cantava para uma roda de pessoas que ouviu pela primeira vez falar em Lua Nova. Disseram-lhe que num lugar distante havia uma donzela que morava com sua madrasta, uma tirana má e egoísta que a explorava e a tratava mal obrigando-a a executar trabalhos não próprios para moças da sua idade, sem qualquer tipo de recompensa ou remuneração. Por não compactuar com comportamentos dessa natureza o Trovador decidiu ir até a cidade onde morava Lua Nova para investigar o assunto. Tomava informações aqui e ali até que um dia resolveu falar diretamente com a própria donzela. O que aconteceu a seguir foi como se um terremoto de grandes proporções houvesse atingido o coração do valente cavaleiro. Lua Nova era uma morena linda com belos cabelos negros longos e brilhantes, lindos seios conforme revelava sua blusinha de tecido fino, boca de lábios carnudos que pareciam ter sido criados para receber beijos e um corpo que despertou no Trovador o desejo incontido de abraçá-la. Foi o que se costuma chamar de amor à primeira vista e o valente guerreiro sentiu no seu coração a flechada profunda disparada por Cupido. Lua Nova também teve os mesmos sentimentos em relação à ele e a partir de então passou a conviver com o menestrel no seu coração às 24 horas do dia. Passaram a se encontrar furtivamente e depois de algum tempo percebendo que foram feitos um para o outro, decidiram se casar. O jovem cavaleiro, homem íntegro e justo, foi primeiramente ter com a madrasta quando falou do seu amor à donzela e do seu desejo em se casar com ela. Como era de se esperar a reação da megera foi de ira e intolerância e, ameaçando soltar seus cachorros e vassalos sobre o poeta, acabou por expulsá-lo do local. Deu-se então que o Trovador percebendo não haver outra saída, resolveu raptar a sua amada. Através de bilhetes deixados em lugares estratégicos o Trovador combinou dia e horário em que viria buscá-la para salvá-la das garras da madrasta e levá-la embora consigo. No dia e horário combinados o poeta encostou seu alazão debaixo da janela de Lua Nova e jogando uma corda laçou o galho de uma árvore que ficava próximo à janela do quarto, por onde sua amada deveria descer. Era uma noite calma, lá no alto a lua iluminava a cidade e seus arredores e se algum despreocupado passante prestasse atenção, perceberia um vulto que saindo de uma janela descia por uma corda até a garupa de um cavalo que era montado por alguém não identificado. O que o passante não poderia perceber é que durante a descida a roupa desse vulto enroscou num dos galhos da árvore produzindo um estalido forte, rasgando a roupa e despertando a madrasta que dormia no quarto ao lado. E assim, com a roupa rasgada, Lua Nova se acomodou na garupa do cavalo agarrando-se ao seu amado que com um estalido de chicote fez Ventania sair em disparada. No mesmo instante a madrasta desceu à rua vestida somente com as roupas de baixo gritando por seus vassalos e mandando soltar os cachorros ao encalço dos fugitivos. Formou-se uma algazarra com grande parte da vizinhança saindo à rua para saber o que estava acontecendo porém, o casal já ia longe com o Trovador gargalhando e estalando seu chicote. Lua Nova com os cabelos soltos ao vento agarrava-se ao poeta enquanto um dos seus seios saído para fora através do rasgo do vestido, lindamente balançava ao ritmo da cavalgada. Vez em quando o poeta se voltava para trás, sapecava um beijo na boca da sua amada e aproveitava para dar uma olhada nas belas coxas mal cobertas da donzela. Lá no céu a lua a tudo assistia, enquanto os cascos de Ventania em disparada soltava faíscas na madrugada.
Os primeiros raios da manhã surgiam no horizonte quando os fugitivos chegaram ao seu destino. O menestrel apeou, desceu Lua Nova pegando-a no colo, levou-a para dentro e foi desencilhar Ventania que se mostrava cansado. Quando voltou encontrou Lua Nova saindo do banho exibindo toda sua maravilhosa nudez. O Trovador rapidamente também tomou banho e logo se dirigiu para o quarto onde sua amada o esperava debaixo dos lençóis. Nessa data não saíram de casa e passaram o dia todo se amando. Conta-se que o cavaleiro deixou de ser andante e passou a viver somente para sua amada para quem escreveu muitos poemas e canções. Lua Nova revelando ser uma mulher de múltiplas habilidades mantinha a casa sempre bem arrumada e cheirosa, com muitas flores nos vasos e jardim e, cuidando do Trovador com amor e carinho teve com ele muitos filhos. E assim termina essa história onde os dois, ao lado de seus filhos viveram para sempre felizes e apaixonados.
FIM