Jantar à luz de velas...
Dou uma espiada através do vidro, vejo uma mulher em forma de Anjo se aproximando do portão. O meu coração dispara e me diz: é ela! Mais que rapidamente acendo as velas, o som já estava no jeito, foi só acionar o controle e desligar o interruptor. Ouço a campainha... o meu coração parece querer sair pela boca. Abro a porta. Timidamente eu a peço para entrar. Nos abraçamos e trocamos um simples beijo de rosto. Ofereço-lhe o meu braço e a conduzo até o lugar onde se sentar. Nervosamente digo que vou buscar algo para bebermos, e questiono o que beberia, pois, eu não sabia da sua preferencia, e deixei duas opções no refrigerador: um bom vinho tinto e um shampanhe. Ela me diz: eu adoro os dois, mas pode trazer o vinho, deixemos o shampanhe para logo mais, se não se importar. Respondo a ela que o seu desejo era uma ordem. Ao tentar me virar, notei o seu sorriso se abrindo. Parei por um breve momento e apreciei o seu sorriso... que lindo! Ela continuou a sorrir, talvez, da minha cara de bobo e me pergunta: o que foi? Respondo que estava indo buscar o seu pedido. Servi-nos a bebida... que magnífico! Ela comentou! Eu concordei. Pedi-lhe licença, fui buscar o jantar, e começamos a fazer os nossos pratos. Para quebrar o gelo, ela falou: nossa! Isso é digno de uma Rainha! Respondi-lhe: se assim o vês, considere-se a minha Rainha, então! À medida que íamos atacando os nossos pratos, eu sentia o seu olhar a me queimar! Foi então que eu fiquei completamente sem ação... ela se levantou da mesa, se dirigiu a minha direção, e me tirou para dançar! Minha nossa! Você quer me expor ao ridículo? Eu não sei dançar! Tranquila e sorridentemente, ela responde: ora! Te expor a quê? Sós estamos nós dois aqui! Eu te ensino. Não teve outro jeito! Ela guiou as minhas mãos à sua cintura e enlaçou o meu pescoço. Me deu um beijo fumegante... mexendo completamente com a minha estrutura! Fiquei incendiado, os meus pés pareciam flutuarem, pareceu que parou tudo naquele momento! Depois daquele longo, delicioso e estonteante beijo, ficamos nos olhando por um breve momento. O nosso silencio e o som da musica falavam por nós dois. Dos seus olhos era emitido um brilho tão fascinante, que dava vontade de tomá-los para mim! Ela ajeitou a cabeça no meu ombro. Eu sentia a sua respiração ofegante e quente no meu pescoço. Os seus lábios úmidos quase a beijar o mesmo. Me lembrei que naquele momento... eu era o homem mais feliz do universo! A abracei tão forte, que senti o estalo de alguns de seus ossos; ela não reclamou! A conduzi para um lugar secreto, onde só nós dois podíamos conhecer... Onde eu ia amá-la... Onde ela ia me amar...
[Wando de Oliveira]