Enquanto Evelin dormia-parte 14
Enquanto Evelin dormia-parte 14-Ronieberg
Depois de encontrar uma foto de meus pais entre os pertences de Susan,não tive mais sossego. A curiosidade parecia um bicho me espicaçando.Durante o dia eu vasculhava a casa a procura de explicação.Quase todos as noites Susan e eu saiamos juntos,mas ela nunca me acompanhava na volta.Geralmente íamos ao teatro ou a taberna e pude notar que ela não possuía amigos,pois nunca a vi sequer cumprimentar alguém.Ela era sempre doce e atenciosa comigo.Nas raras noites em que não saiamos,ensinou-me a ler e a escrever.Com tanta dedicação foi me cativando e se tornando insubstituível em minha vida.Não havia romance entre nos,éramos como dois irmãos muito próximos.Um dia ao vasculhar o sótão encontrei um velho baú e dentro dele entre roupas antigas,algumas cartas.Sabia que não era correto ler correspondência alheia,mas estava resolvido a saber mais sobre Susan e a relação entre ela e meus pais.As cartas falavam de uma maldição na família Fielding.Pelo que entendi o remetente avisava da proximidade da maioridade de um membro e de possíveis legados malignos.Fiquei ainda mais confuso ao ler no final das cartas a assinatura de minha avó paterna e por isso todos os dias eu ia ao sótão em busca de esclarecimento. Encontrei junto a algumas revistas um diário meio destruído pelas traças.Através dele descobri que meus avós paternos e meu pai tinham o mesmo sobrenome de Susan.Eu e ela éramos primos.Senti com a descoberta alegria misturada a tristeza.Por que ela nada me dissera?que tipo de maldição havia na nossa família? Decidi guardar para mim a descoberta e ir juntando as peças desse quebra cabeça.Levei o diário para o meu quarto e todos os dias eu o lia um pouco.Fiquei sabendo que descendíamos de uma linhagemde vampiros e que a transformação acontecia assim que completávamos a maioridade,ou seja aos vinte e um anos.Ao contrário de outros casos,tínhamos duas escolhas: ou decidíamos pelo vampirismo ou viveríamos o resto de nossos dias solitários,pois a maldição vampírica seria quebrada e outra pior nos acompanharia,que era a aversão que despertaríamos em quem de nós se aproximasse.Agora eu entendia o distanciamento de meus parentes.A aversão que sentiam por meu pai,transferiu-se pra mim após sua morte.Entendi também que breve eu teria que fazer uma escolha,pois em cinco meses seria meu vigésimo primeiro aniversario. (fim da décima quarta parte)