Rica endrômina
Ela é um tiro sem bala, é explosão no cosmos, é um risco sem traço, só suposição.
Muito além do almaço, é um rascunho do espaço, é um espirro quieto, uma lenda urbana, uma invenção.
Vestidinho lampana, mangas caraminholas, de tecido renda, na verdade lenda, no pescoço lorota com embromação.
Ela é tudo o que sempre quis, e regozija realização.
Ela é fogueira e chafariz, é personagem e atriz, todos os nomes numa só mulher.
Boneca de cera e de embuste.
Por dentro é uma horrorosa. Mas é do avesso que ela gosta.
Então inventa e se joga. Acredita e mergulha na própria poça.
Fica bêbada do copo vazio! Enquanto isso o mundo em volta bebe do eco de seus gritos e reproduz em alto-falantes o mito falso-vivo.
Mito! E só...
Mito! Mito! E nada mais.