Levantar, matar e morrer.

A noite delineava suas linhas suavemente enquanto as nuvens corriam para o oeste, como se sentissem medo.

O padre Hans Thema ajoelhou-se e rezou quando olhava O Cemitério Alegre.

Foi ai que percebeu a mudança das coisas.

Quando viu que as cores que explodiam naquele recinto – cores vivas – tornaram se apenas um fúnebre negro, e o som sepulcral rasgou o inicio da madrugada com centenas de rugidos, graves, aterrorizantes.

– Nem seu Deus tem forças para impedir isso. – Sentiu a voz ecoar e se dissipar, olhou para trás e para os lados mais não viu alma alguma.

As mãos erguidas para frente, o andar obliquo e os grunhidos das criaturas que emergiram do Cemitério não foram suficientes para fazer com que o padre Hans Thema se levantasse e mudasse o seu destino.

As lagrimas começaram a escorrer, e o medo eclodia nas suas entranhas.

– Minha fé é mais forte que qualquer criatura... minha fé, minha fé, minha fé...

As criaturas procuravam vingança? Não se sabe. Corpos de judeus que levantam de suas tumbas: eles não pensam nisso, não sabem onde estão e não sabem o que sentem. Apenas uma coisa eles estão convictos, a sede de sangue e de carne humana.

O padre Hans Thema deu seu ultimo grito de desespero e caiu em um sono profundo, ou quem sabe eterno?

Os mortos vivos perseguiram, mataram e contaminaram a cidade de Bucareste.

O governo tomou as decisões certas ou erradas para a situação, e muitos trataram isso como à vingança dos Judeus.

O Cemitério Alegre perdeu suas cores e ganhou outras, enquanto as ruas foram recheadas com o rubro que se alastrou por dias e dias.

Os mortos decidiram todas suas questões nesse dia, nessa noite, e o fato será tão lembrado quanto o Holocausto da 2º Guerra Mundial.

KrisTelles
Enviado por KrisTelles em 26/01/2012
Código do texto: T3462151
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