Na calada da noite

A melodia da noite sussurrava em meus ouvidos, enquanto seus lábios tocavam meu pescoço, minha pele pálida como o branco do mármore no luar difuso, brilhava cintilante. Seus olhos profundos, antigo e desconhecido, despiam minha alma, meu ser, perante o poder de seus caninos de marfim quase que inquebráveis, que penetravam em meu pescoço; apagando a luz da vida que restavam em meu coração.

Seus seios moldados em eterna beleza, esculpidos pelo cinzel do melhor dos escultores, tateavam meu corpo enquanto seus cabelos tão negros como o véu da noite, longos, lisos como os fios do vento cortante se remexiam violentamente ao uivar do vento.

Suas unham percorriam meu corpo, o explorando de forma sutil, violenta; perfurando minha pele, misturando dor e prazer de uma forma inexplicável.

Excitado segurei em seus cabelos com uma força sobre-humana; um gemer gutural escapou de meus lábios; não parecia humano, mais sim de um grande felino; um instinto voraz latejava dentro de mim.

Sangue, sangue era o que desejava.

O sangue daquele ser noturno, que jazia nas profundezas da escuridão, com sua beleza tênue inigualável, mas perene, incólume.

Seus beijos percorriam por meu corpo,cravando seus dentes na superficie de minha pele, dor,agonia e prazer; sangue derramado; uma sensação arrepiante me levara entre a realidade e o devaneio.

Seu sangue me excitava, seu corpo ainda inexplorado por minhas mãos levaram-me ao desconhecido, à veneta, e nela a escuridão me preencheu de uma forma prazerosa.

Medo não era o que eu sentia, uma felicidade me preenchia de forma inebriante; um sentimento maligno me tomava ferozmente, enquanto no meu rosto nascia um sorriso.

Seu corpo sobre o meu, tateava pele a pele, do seco áspero à umidade difusa, revelando o âmago de nossas almas que se perderam no breu da escuridão.

Ela não era humana; eu deixara de ser; éramos seres pérfidos, fugazes, que caminham entre as sombras da humanidade, no perverso; luxuria inigualável.

Fulgor surgiu em meus movimentos e entre eles, rasguei minha roupa como um animal feroz rasga a pele de sua vítima.

Deixei meus pensamentos serenos, moribundos de lado e fui tomado pelo instinto cruel de um ser irracional.

Rasguei suas roupas com minhas mãos que se tornaram garras de um caçador, de um assassino.

Seus seios intocados pela vida, perfeitos e sedutores pairavam sobre meu rosto. Quase que automático, minha língua explorava seus seios como um explorador explora o desconhecido.

Lambidas tornaram-se mordidas com o passar dos segundos, criando cavidades em sua pele ante o nascer de meus caninos; e deles surgiu sobe mim, o elixir escarlate em todo seu esplendor.

- Sangue - gritei em clamor e desejo.

Senti um manancial de emoções e desejos mais profundos do que tudo que já havia sentido, seu sangue percorreu por todo o meu corpo, como a onda de um grande oceano, me afogando naquela nova sensação,um êxtase de emoções assassinas surgiram em meu ser; enquanto seu sangue transbordava, caia, sobre o chão que mesclava o rubro escuro em sua relva.

Suas mãos conheciam cada parte de meu corpo, prazer e desejo disparavam dentro de mim, gemidos oscilavam de sua boca enquanto eu sugava seu intimo, sua eternidade para mim, perante seus supremos caninos que mostravam-se com fulgor.

Animais na completa escuridão era o que nos tornávamos, sanguinarios, ignóbeis,crueis.

Sexo e sangue eram nossa gloria.

Não sabia quem eu era, mas Roberto era meu nome, muito menos quem ela era.

Seus lábios com presas assassinas mordiscavam a superfície de meu corpo. Palavras sussurraram em minha mente como se viessem ao vento que se mostrava inimigo.

- Líah; Líah é meu nome - sussurrou o vento com seu tom fantasmagórico.

Um zunido abismal penetrou em minha mente, me dando a sensação de Déjà vu, como se nos conhecêssemos por uma eternidade.

Como um predador se prepara para atacar sua presa, coloquei-me sobre seu corpo de mármore púrpuro, e com baques violentos a despi por completo.

A lua brindava sobre nossos corpos, com seu luar avermelhado que refletia em nossa pele com fulgor.

Nossas almas despiam o perverso de nosso ser; torpe, glorioso momento, meu pênis ereto, uniforme como mármore adentrou em sua boca.

Com movimentos violentos, inalcançáveis ao ver humano, num padrão de vai e vem; premiaram-me, com um prazer eloquente mais forte do que a própria morte, que nos assistia de seu camarote sobre o reflexo da lua em sua foice.

Loucamente quase que uníssono, gargalhadas rasgaram nossas gargantas, semelhantes a uivos de lobos raivosos ao luar.

Quase que na velocidade do som, deixei-a de quatro sobre o chão que se mostrava íngreme, impossível de um humano ali ficar.

Suas pernas, pareciam perfeitas esculturas esculpidas pelas mãos da própria maldade; sedutoras, hipnotizantes; num quadro magnifico que rodeava sua vagina intocada, pura, maliciosa.

Sobre a visão do paraíso; ereto meu pênis em prontidão, adentrou em seu soturno legado.

Gemidos parecidos rosnados de um leão em fúria, grunhiram de sua boca, bela, assassina, que coloria sua beleza selvagem, única.

Seus gemidos eram meu maior premio, enquanto meu pênis a penetrava em perfeita harmonia como um quebra-cabeça encaixa em suas peças.

Seus cabelos lisos e selvagens dançavam com o soprar do vento como seres vivos que se esvaiam no soprar do mesmo.

Meu pênis latejava em fúria, baques em movimentos idênticos tomavam conta de meus pensamentos.

Suas mãos já em minhas costas, rasgavam-me, mostrando que minha pele de mármore é destrutível como seda ante o poder de suas garras.

O sangue com seu aroma doce pairava sobre nossas narinas, proporcionando uma sensação estonteante, indestrutivelmente prazerosa; quase que inconcebível.

Dor e prazer se tornaram um só ,criando uma nova sensação ainda desconhecida pelo homem.

Um desejo incontrolável percorreu por todo o meu corpo, chegando ao meu maior orgulho, meu pênis, que brilhava sobe o rubro escarlate que o cobria.

Gozei aos montes sobe o luar que nos dava força.

E ali sobe divinas centelhas que brilhavam na vastidão do espaço; voamos para a luz que ilumina o caminho da eternidade.

Kavalorn
Enviado por Kavalorn em 13/01/2012
Reeditado em 26/06/2013
Código do texto: T3437681
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