Crönm, O Lobo Solitário capítulo 18

O jovem bárbaro sacou sua espada ao avistar aquela criatura que desconhecia. Em sua mente logo veio a imagem do ser disforme que lutou na caverna escura do qual salvou o estranho gnomo, e imaginou que deveria se tratar da mesma forma de criatura. Recuou seus passos analizando o oponente a sua frente como lhe foi ensinado, já que podia encherga-lo perfeitamente. O andróide deu 2 passos a frente carregando o porrete com certa maestria. Surpreendentemente de suas pernas soltaram borrifadas de ar o qual lhe fizeram ir para frente com extrema velocidade. Com o reflexo, Crönm defendeu o golpe que poderia ter-lhe arrancado a cabeça pela força que fez para aparar o golpe. O andróide continuou a golpear incansavelmente e bastante rápido deixando o jovem bárbaro sem ação de ataque. Ele havia pensado em deixar a criatura cansar de bater com a força e velocidade que o ser fazia, mas logo ele lembrou-se que poderia não ser um ser vivo, mas um ser de metal como o pássaro de metal o qual havia viajado dentro.

A parede a suas costas estava cada vez mais próxima a cada golpe que se defendia. Sabia que seria inutil tentar fazer força contra aquele ser e então desviou o porrete do mesmo para o lado, fazendo-o acertar o chão. Aproveitou o movimento para lançar-se para as costas do inimigo pensando em um ataque de oportunidade. Porém, o andróide percebera o movimento do jovem bárbaro e lançou seu corpo com a mesma bufada de ar que soltou antes para ir em direção a ele mesmo de costas, evitando que seja atacado na retaguarda. Com o rápido reflexo que tinha, Crönm lançou-se para o lado, esquivando do movimento que lhe surpreendera. Sua mente estava cada vez mais confusa com o que aquele ser poderia fazer e logo o andróide apontou-lhe o outro braço, fazendo com que surgisse buracos estranhos de seus punhos. Dos mesmos sairam disparos, tão rápidos que o jovem bárbaro os recebeu em cheio, sendo salvo graças a sua armadura. O impacto dos projéteis o fez sentir dor o suficiente para deixar-lhe parado por um segundo, tempo suficiente para o andróide aproximar-se novamente com a bufada de ar e lhe acertar na altura da cintura, fazendo com que seja arremessado à parede ao lado com força o suficiente para criar um enorme amassado naquela espessa parede de metal.

Crönm sabia que se não se movesse rapidamente, seria acertado novamente e teria novas costelas quebradas ou talvez outros ossos também. Usou a parede como apoio e lançou-se em direção ao enorme andróide com os olhos em fúria, pronto para cravar sua espada na altura do peito do Andróide que movia-se com a mesma velocidade para cima dele. Como a espada do jovem bárbaro era maior, sua espada atravessou o peito do andróide evitando tomar o golpe que iria receber com a mesma potência que fez com que suas costelas se quebrassem mesmo de armadura. Com o impacto mais o peso que tinha, fez o andróide tombar ao chão, removendo sua espada rapidamente do peito do andróide. Surpreendente era o buraco que havia feito no peito do gigante andróide, o perfurou como se fosse apenas um saco de farinha. Levantou-se em seguida e viu aquele amontoado de fios cortados e em curto e óleos borrifando do peito da criatura. Olhou para o local aonde deveriam estar a todos e ouvia gritos como se estivesse perante a uma enorme platéia. A porta abriu-se rapidamente e um amontoado de pessoas vieram lhe saudar e cumprimentar. Colocou a mão sobre a ferida de imediato, ignorando os gritos e festejos de excitação que via e ouvia, sentindo seus ossos estalando e se regenerando rapidamente.

- Magnífico, ninguém até hoje havia derrotado o andróide nível A. Nem mesmo os soldados de elite A juntos o derrotavam. Mas você, você realmente conseguiu e sozinho em poucos minutos. Irá pro esquadrão de elite B junto com o senhor Jhon. - Comentou o velho Dr. Sarcz.

Os soldados e as soldados ao redor estavam todos festejando e comemorando como se estivessem assistido a um espetáculo sem igual. Jhon levou o jovem bárbaro depois das saudações e dos elogios que recebia até os novos aposentos dele. Lá recebeu o uniforme que todos usavam e estranhava aquelas vestimentas, mas não podia desfazer-se já que concordou em entrar para as forças armadas deles.

- Hey grandão, não havia lhe avisado, toda semana temos que fazer exame de sangue.

- E porque preciso disso? - Indagou olhando-o sério.

- Bom, longa história, seria melhor contar depois para que não fique aborrecido. O general pediu para que fique sem ir as missões por uns meses até se adaptar, já que não conhece nada por aqui.

- Tudo bem, mas continuarei a praticar naquela sala contra aquele ser de metal.

- Estás louco? Aquele andróide é dificil de ser construído, o Dr. Sarcs ficará meses só pra reconstruir aquele que você perfurou. Aliás, como diabos conseguiu força para aquilo?

- Bom, irei lhe contando a cada vez que me pagar uma bebida na taverna mais próxima.

- Heh, você realmente não é tão burro assim, certo, vamos ver como você se adapta a cidade.

Crönm começou a conhecer melhor a cidade e os mecanismos estranhos que todos operavam. Pelo seu entender, tais mecanismos e objetos de metal eram cria de uma tal tecnologia que evoluia cada vez mais rápido naquela cidade. Ignorou completamente os conhecimentos sobre como saber construir ou manejar armas de disparos que os demais usavam, mas passou a compreender como funcionavam. Armas e uniformes eram de tecnologia avançada. As armas soltavam disparos de energia laser que queimava o que tocava. Os uniformes possuiam resistência de armaduras de metal pesada, porém eram leves como roupas normais. Bebidas, comidas, arquitetura, moda, moeda, cultura. Tudo era diferente até demais. Mas com os meses adaptou-se rapidamente. Sempre ia ao bar que insistia em chamar de taverna com seus novos amigos, porém sua expressão continuava séria sempre. Todas as noites ainda pensava em sua amada Aurora e de como chegou até ali, tal remorso perpetuado por todas as noites as vezes o deixava sem dormir.

Um dia, como costume, passava pela mesma rua para ir até o bar, e sempre avistava um velho homem sentado a porta de casa em um horário específico. Curioso, o jovem bárbaro o perguntou porque ele sempre saia de casa sempre nessa hora. O velho lhe respondera:

- Pois foi esse horário que minha amada esposa desaparecida a 20 anos disse que retornaria para casa. Desde então venho sempre para a porta de casa avistar se ela retorna.

- Mas o senhor a espera no mesmo lugar por todos esses anos?

- Sim meu filho, acredito que ela um dia ainda retornará para casa, pois ela me disse que era pra eu confiar nela. Desde então jamais perdi as esperanças.

Crönm despediu-se do velho em seguida com o peito mais aliviado. As palavras do velho haviam lhe dado esperanças de que talvez sua amada ainda estivesse viva. Mas lembrava da imagem dela perecendo em batalha cada vez que a imaginava. Um sussurro veio até seu ouvido, como se o vento tivesse soprado.

- Ela ainda vive, não perca as esperanças novamente. - Disse a voz feminina que parecia ter saído da espada que carregava. Surpreso, o jovem bárbaro levantou o rosto e pela primeira vez depois de meses sorriu...

Luiz Fernando Pires
Enviado por Luiz Fernando Pires em 10/01/2012
Código do texto: T3432105
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