Crönm, O Lobo Solitário capítulo 14

O sol estava deitando nas dunas do deserto quando ambos Lobo Solitário e seu novo amigo chegaram à pirâmide pelo qual supostamente se encontravam seus pertences. A pirâmide tinha um formato belo. Sua estrutura era bem talhada com belos desenhos e imagens cravadas nas pedras de sua construção. Sua entrada obtinha 2 estátuas de homens com cabeças de chacal segurando lanças atravessadas e seus olhos eram de rubi. Um estranho detalhe é que as estátuas eram coloridas, parecendo ao longe como se fossem reais, porém ao se aproximar poderia perceber que eram estátuas por estarem cravadas a uma grande rocha ao chão. Lobo Solitário estava ancioso por obter seus pertences novamente e logo foi adentrando o local. Ao se aproximarem da entrada, ambos perceberam que ela estava fechada com um grande portão e uma escrita antiga talhada na entrada do portão. O portão parecia ser de rocha maciça com um estranho buraco no centro do mesmo.

Olhando pelo buraco que tinha no centro do portão, Lobo Solitário percebeu que era inútil tentar ergue-lo e logo raciocinou que era necessário algum truque para abrir a pirâmide. Seu novo amigo no entanto conseguiu decifrar o enigma do portão analisando as escrituras localizadas ali e logo posicionou-se em meio ao portão e colocou seu braço no buraco e girou para que esse pudesse ser aberto. E funcionou, o portão se ergueu lentamente e de sua entrada saia uma grande poeira como se não fosse aberto a anos. O jovem bárbaro se sentiu ameaçado por não conhecer o que poderia lhe aguardar lá dentro e logo foi caminhando cautelosamente. A entrada da pirâmide era obscura e apenas uma tocha na entrada iluminava o local. Lobo Solitário levou a tocha consigo para iluminar o caminho e depois de minutos caminhando lentamente observou buracos no chão, nas paredes e no teto. Seu amigo então lhe disse:

- Cuidado, me parece armadilha. Os buracos ao chão são poucos espaçados assim como os da parede e do teto, se pisarmos neles provavelmente poderemos ser mortos rapidamente.

O Jovem bárbaro apenas concordou com a cabeça querendo não fazer barulho. E ambos continuaram a prosseguir o caminho, dificilmente, andando na ponta dos pés iam passando pelo grande corredor até quase ao fim do caminho. No entanto, Lobo Solitário escorregou a 1 metro da passagem e pisou no buraco e enconstou a mão na parede. Logo dos locais aonde ele pisou sairam agulhas grandes e grossas com espessura de 3cm passando de um buraco a outro. O jovem bárbaro foi alvejado pelas agulhas e então seu amigo o puxou para fora das armadilhas. Seu amigo retirou suas agulhas que cravejaram seu corpo, pelo menos as mais dificieis de serem tiradas, e esperou que ele acordasse por saber que ele se regenera mais rápido que qualquer outro humano.

Logo ele acordou e então perguntou o que lhe aconteceu, seu amigo lhe contou sua tragédia e sem mais delongas, continuaram o caminho. Mais a frente encontraram uma grande escadaria com degraus largos e 2 estátuas menores, como as da entrada, que pairavam na sacada da escadaria. Abaixo nada se enchergava, como se a escadaria fosse dominada pelas sombras. Os degraus, em cada 1, possuiam estrelas com coloração diferentes pois 1 parte do degrau possuia uma estrela cor vermelha, outra era normal, outra era negra e outra azul. No degrau de baixo as mesmas cores, porém com a sequência diferente, algumas cores se repetiam nos degraus mais abaixo e menos possuia a coloração vermelha das estrelas. Então, o homem negro olhou para escada e falou:

- Eis outra armadilha. Essa me parece mais perigosa, pois não sabemos que perigos esses degraus podem nos dar, sugiro irmos com cautela.

- Sim mas, não dá para sabermos o que cada cor faz, a não ser que taquemos coisas pesadas para isso. Tentarei com a minha espada.

Lobo Solitário colocou sua espada a frente, em um dos degraus com estrela azul. De repente, das paredes sairam 2 pequenos buracos que desses sairam imensas labaredas de fogo, cujo cruzavam uma com a outra formando quase uma bola de fogo. O fogo cessou depois de algum tempo e com as labaredas, Lobo Solitário pôde enchergar os degraus mais abaixo já que sua tocha limitava sua visão. Então pegou sua espada de volta e a colocou no degrau com estrela vermelha, esse por sua vez, não teve efeito algum. Surpreso, Lobo Solitário percebeu o por que que havia poucos degraus vermelhos ao longo da escadaria. Mas era necessário saber se os outros possuiam o mesmo efeito. Logo então pegou sua espada novamente e deixou no degrau de estrela preta. Nesse, no entanto, saiu estacas de dentro do degrau, de cima dele e dos lados da parede, podendo matar qualquer 1 que nele pisar. A espada no entanto foi jogada aos degraus abaixo por causa das estacas que a empurraram e acabou caindo em um degrau sem estrelas.

Esse, por fim, desceu os degraus para dentro da escada fazendo uma rampa reta até o fim da escadaria, aonde nenhum dos dois poderiam pisar. Poucos minutos depois, a escada voltou ao normal e ambos pisaram nos degraus com estrelas vermelhas que iam encontrando. A medida que iam descendo, os degraus com estrela vermelha se afastavam mais e mais, até que o homem negro precisou dar passadas na parede para chegar no degrau mais abaixo. Lobo Solitário repetiu o mesmo feito, mesmo sem ter agilidade ou corpo pra isso. Até que, ambos pararam numa parte em que mal se enchergava os degraus com estrela vermelha, pois estavam muito longe. Sem armas ou equipamentos de peso para acionar alguma das armadilhas, ambos não sabiam o que fazer. Lobo Solitario estava com medo de jogar sua tocha, a unica coisa que iluminava o local para que pudessem enchergar na escuridão. Então seu amigo disse que tentaria chegar o mais longe possivel e se não conseguisse, que era para o jovem bárbaro ficar com seu tesouro, que era a grande cabaça.

O homem negro deu passadas na parede com sua exímia habilidade, no entanto parou a 5 degraus de distancia da estrela vermelha, pisando em uma estrela negra. Seu corpo foi multilado pelas estacas, sobrando apenas pedaços estilhaçados de carne e sangue. Algumas partes chegaram a voar, porém não tinham um peso necessário para acionar uma das armadilhas. O jovem bárbaro olhou bem sua posição e sabia que seria impossível alcançar a estrela vermelha e não tinha escolhas a não ser alcançar o degrau do qual pairava a carcaça de seu companheiro. Sem escolhas ele o fez, deu passadas na parede como seu amigo fez e conseguiu chegar no degrau aonde o corpo de seu amigo estava.

Faltava bem pouco para o fim da escadaria, só tinha 1 degrau com estrela vermelha e o ao longe poderia se enchergar o final. Como faltava apenas 5 degraus para a ultima estrela vermelha, o jovem bárbaro alcançou-a com facilidade, agora era apenas pensar como saltar até o final daquela enorme escaria cheia de armadilhas. Sem ter o que pensar direito, Lobo Solitário saltou para um degrau sem estrelas e esse acionou a armadilha novamente que o leva para baixo. Porém ao final da escadaria, ele observou estacas ao seu encontro que saiam do chão e também achou sua espada.

Sem muito apoio, ele virou-se de costas e deixou que as estacas, atingissem sua parde dorsal, evitando os pontos letais. Porém sua dor foi imensa demais e acabou desmaiando. Tempo depois ele acordou, sua tocha ainda estava acesa e sua espada estava amassada devido ao impacto das estacas no material de aço. Agora ele entendeu como seu amigo virou uma massa de carne e sangue pelas estacas da armadilha. Porém, estava ancioso demais para se aprofundar em detalhes e logo observou aonde estava agora.

A escadaria parecia não haver mais passagem, exceto pelas estátuas iguais as de cima porém essas pareciam ser diferentes. Uma segurava cetro apagado e outra não segurava nada, mas esta estava com a mão na mesma posição. O jovem bárbaro por não ter um grande intelecto passou a observar tudo ao redor, e minutos depois prestou atenção na mão da estátua. Sem ter nada para por, apenas posicionou sua tocha na mão da estátua e a parede à suas costas foi abrindo um empoeirado e imenso salão. Ao adentrá-lo, o jovem bárbaro apenas conseguia enchergar a 1 palmo do nariz, pela claridade que a tocha que pairava na estátua iluminava. Mais ao longe, ele observava uma silhueta brilhante, parecendo que havia alguma claridade ao fundo do salão. Ao caminhar cautelosamente, o ele observou que o chão e as paredes possuiam estrelas iguais as da escada, porém essas não tinham coloração.

Ao observar bem ao redor, percebeu que no chão haviam linhas em meio ao grande piso empoeirado. Essas linhas cobriam todo o piso em determinadas partes, e havia um intervalo entre elas de alguns palmos. Porém essas linhas paravam em 1 ponto e em outro angulo começavam novamente ao chão até o fim do salão. Das paredes ao alto também conseguia enchergar linhas grandes com buracos maiores mais em cima e tudo começava desde a parte que haviam estrelas no chão e nas paredes. Nas paredes haviam pilastras de 1 metro de espessura com intervalos longos uma da outra.

Lobo Solitário não sabia o que poderia lhe aguardar, mas o medo da dor era grande e logo foi pisando nas estrelas ao chão. Ao caminhar bastante, não conseguia mais enchegar muito bem e estava quase na escuridão completa. Quando de repente os pisos do chão não haviam mais estrelas e essas agora ficavam nas paredes. Ele não havia pensado em usar as mãos para colocar nas estrelas da parede, pois estava nervoso demais, e sem mais delongas, correu em direção ao fundo do salão.

Das paredes saiam grandes lâminas afiadas de um lado a outro, podendo fatiar qualquer 1 que encostasse nelas. Do chão saia lâminas serrilhadas das linhas e paravam em uma parte, até que as lâminas das paredes não passaram mais, tendo um longo intervalo. Porém um grande barulho do teto era ouvido, um enorme tronco de madeira cravejado com espinhos e estacas passava em meio a todo o salão. E tamanha era sua velocidade que, o jovem bárbaro se jogou ao chão esquecendo que dele saia lâminas para lhe cortar. Porém sua mente conseguiu rapidamente calcular um tempo exato quando as lâminas eram cessadas e o tronco passava. Então contou com seu raciocinio rápido e sua agilidade para passar rente ao tronco e as lâminas ao chão. E assim o fez, as lâminas eram tão afiadas que quando ele passou, uma parte do seu longo cabelo foi cortada, quando passou de costas para o chão e o tronco quase arrancando um pedaço de seu nariz. Ele conseguiu chegar a parede a tempo em que não tivesse mais lâminas dessa passando de um lado a outro. E se esgueirando pela parede, passando dificuldades a atravessar de um espaço de uma pilastra a outra, conseguiu chegar enfim ao final do enorme salão.

Lobo Solitário observou que ao final do salão, havia um portão igual a da entrada com pequenas tochas nas paredes. Porém os homens com cabeça de chacal, estavam com suas lanças de pé e não cruzadas. No enorme portão havia o círculo de onde estava o buraco, porém esse estava fechado. Depois de mais um tempo pensando, o jovem bárbaro tentou bater no buraco e nada adiantou. Até que lembrou das estátuas na entrada e posiciou-as como eram na entrada. O buraco no portão por sua vez se abriu e o jovem bárbaro pôde encaixar seu braço para abri-lo, como fez seu falecido amigo. Ele fez o mesmo procedimento e girou o braço para destravar o grande portão, e logo esse foi se abrindo. Quando olhou para dentro da sala que se abriu, o jovem bárbaro se impressionou com a motanha de tesouros e jóias. 5 metros de ouro, jóias, artefatos entre outras coisas espalhadas pelo grande salão bem iluminado por tochas e pelo teto cujo havia uma clarabóia. Lobo Solitário pegou suas coisas novamente, incluindo seu ouro que ainda estava dentro da sacola, sua armadura, suas espadas e por fim, a cabaça que seu amigo negro mandou-o assegurar. Honrando sua palavra, o jovem bárbaro prometeu levá-la consigo e assegurar que ninguém deverá tocá-la.

Na clarabóia havia uma corda até a parte alta da montanha de tesouros que levava pra fora do salão. Ao sair pela corda erguendo suas coisas e usando ela como guincho para pegar o que lhe é de direito, o jovem bárbaro observou que estava amanhecendo e que passara tempo demais dentro da pirâmide. Sentiu por agora que estava com fome e sede, e percebera que estava perto de um oásis em meio ao deserto. Olhou para trás e viu o quão longe a pirâmide estava e observou o quanto caminhou por dentro da mesma. Agora sem rumo ou direção, Lobo Solitário alimentou-se e bebeu água do oásis e seguiu para os confins do deserto procurando o que novos lugares do mundo para serem vistos...

Luiz Fernando Pires
Enviado por Luiz Fernando Pires em 08/01/2012
Código do texto: T3429796
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