Contra Mão

Ele acorda de mais um sonho intrigante,

Naquele bolo de misturas, de casos corriqueiros.

Ou historias reais que nunca acorrerá,

Pessoas escutam sermões com suas mãos atadas para traz,

Ele se assusta com a violência ou que ele imaginaria ser,

Avisando assustado as pessoas na calçada,

Que lhe tranquilizam avisando que é para seus próprios bem,

Seria uma saída? Algo aquele homem passando sermões fazia,

Se for hipnose ou psicoterapia ele não sabia,

Às vezes parecia agressão, às vezes compreensão, atenção,

Ele observaria pessoas voltando ao passado e encontrando respostas,

Respostas para suas aflições, mas não as dele,

As deles que nem ele entendia que se confundiam,

Enquanto ele embora sempre disperso entendesse

Ou acreditava entender o mundo

E ainda sentia fazer parte dele, porque houve uma época,

Que tudo fazia algum sentido e um dia caiu num buraco fundo

E quando voltou tudo era absolutamente igual ou boa parte de tudo,

Mas ao mesmo tempo era tudo tão novo e banal,

Tudo sem sal, sem gosto, sem amor e pequeno,

Ele não conseguia mais fazer parte disso e ninguém fazia parte de nada,

Agora era como um fantasma aprisionado em sua própria casa

E nas raras caminhadas pelas ruas, perambulando ao esmo,

Ele só sentia o desgosto do caminhar e observar como ficou fora das coisas

E como nunca mais ele se encaixaria em coisa alguma,

Voltando para casa nem os velhos passa tempo faziam agora sentido,

Nem seu antigo dom fazia mais com frequência,

Era tudo desgostoso, sem prazer, sem sofrer ou doer,

Sem amar, sem ilusões ou paixões intempestivas,

Só lembranças de uma época que ele ainda tinha as rédeas nas mãos

Ou imaginaria ter, mas ele não sabia como havia chegado aquilo.

Ou sabia, mas não a saída ou não havia saída,

Ele buscaria, mesmo sob tortura como aquela família que viu,

Mãos atadas para traz, ele faria assim mesmo,

Mas sem perceber caminhou para o que esperava ser a cura,

Mas a imagem diminuía, como se a distancia crescesse e.

Ele então perceberia que caminharia na posição contraria,

Talvez fosse sua sina, seu destino,

Caminhar na contra mão.