Crönm, O Lobo Solitário capítulo 12
O sol já estava em seu cume quando Lobo Solitário avistou ao horizonte uma enorme muralha bem ornamentada e reluzente. Pelos passos que seguiu quase apagados pela areia, aquela seria a morada aonde os mercadores haviam se abrigados. Uma linda imagem ao horizonte se formava. Uma muralha de jade reluzente e bem polida em meio ao deserto com lindas palmeiras enfeitando tanto o lado de fora quanto o de dentro. Não se dava pra ver o que a muralha cercava, mas dava pra enchergar alguns prédios e o cume das palmeiras. Ao fundo se postava um luxuoso palácio dourado ornamentado com pedras preciosas. Tamanha era sua beleza que o sol refletia brilhos ao horizonte. Parecia ser uma ilusão no deserto, no entanto o brilho que refletia a luz do sol e as pegadas em sua direção pareciam reais. Sem duvidar de seus instintos, o jovem bárbaro seguiu em frente sem temer quem ou que habitava aquele lugar luxuoso. Aquele era o resquício do que Korzmith foi um dia, quando um dia seu império chegava até o deserto das cinzas e se prolongava até a chegada do centro-oeste e o norte desse vasto mundo, agora reduzido à apenas em um pequeno lugar a oeste.
Os portões da cidade eram movimentados. Ida e vinda de pessoas o tempo inteiro com ou sem mercadorias. Para o jovem bárbaro aquilo era estranho demais, jamais vira um lugar tão cheio e populoso antes, nem mesmo em seu próprio reino. Barracas eram amontoadas em todo o lugar e as pessoas circundavam sem parar. Para o jovem bárbaro, parecia um formigueiro de pessoas, aonde brigas, desafetos, confusões, sorrisos e mortes aconteciam e ninguém se importava. Lobo Solitário estranhava aquele lugar, mas sua presença é que todos estranhavam. Aonde quer que andasse, as pessoas olhavam para ele com olhares diferentes. Todas as mulheres olhavam admiradas e outras até desmaiavam. Outros o olhavam assustados com seu porte e armadura, enquanto alguns olhavam admirados para a sacola que carregava. Parecia que ele era o centro das atenções em todo o reino. As extensões das ruas eram enormes, mas o que mais chamava a atenção do jovem bárbaro era as pessoas diferentes que habitavam aquele local. Percebeu então que a pele de alguns era completamente negra, outros possuiam a pele amarelada e o que mais impressionava eram as pessoas azuis e albinas. Nunca havia visto seres azuis parecidos com humanos com cauda e garras longas nos dedos. Sua pele havia listras brancas e em alguns listras negras. E os albinos também possuiam as mesmas características, porém suas listras eram azuis e em raros negras. Seus olhos eram vermelhos como o fogo e possuíam caninos longos. Para sua imensa surpresa, viu alguns portando armas estranhas como martelos pequenos e reluzentes, mas pareciam segurar de modo errado.
Os machos possuiam longas vestimentas e coletes ornamentados, mas possuíam grilhões nos pulsos e nos pecoços. As fêmeas no entanto possuiam poucas vestimentas e uma beleza sem igual. Pareciam mais equipadas com armas do que os machos e suas caudas pareciam como a de um gato. Esse era o povo de Nezys, um povo que habita uma das luas desse vasto planeta. Para os Nezys, aquela região do mundo possuía riquezas para seu povo, então constemente desciam até o planeta com sua tecnologia ultramente avançada para negociar com os humanos. Faz 300 anos desde que começaram a fazer negociações com os seres humanos e geralmente costumam ensinar ou trocar sua tecnologia pelas pedras preciosas do planeta, pois em sua lua não existe tantos efeitos vulcânicos como nesse planeta. Logo não há grande formação de pedras preciosas quanto nesse vasto planeta. Porém eles eram raros pelas ruas de Korzmith, apesar de também serem o centro das atenções.
O jovem bárbaro não conseguia encontrar seus traidores naquela imensa multidão, então resolveu procurar um lugar para descançar. Andando pela rua principal que dá acesso ao palácio, ele achou uma taverna um tanto que atrativa para si, pois anunciava vender comida tropical. Entrou sem mais delongas e pediu por comida e perguntou se havia algum local para dormir. O taverneiro era o único naquela taverna e disse haver quartos no andar de cima, inclusive, havia 2 companhias que poderia levar para o quarto, que seriam suas filhas, se pagasse o preço para ambas. Sem hesitar, o jovem bárbaro deu pedras preciosas e ouro para o taverneiro e pediu um javali inteiro para comer. O taverneiro ficou impressionado com o pedido e logo ofertou um grande javali para que ele saboreasse. Logo após o grande banquete, ele subiu ao seu quarto e encontrou duas jovens e belas mulheres deitadas em sua cama, semi nuas. Estranhamente sentiu um calor sem igual que sentira sobre seu corpo e sem hesitar começou a tirar sua armadura e foi ter sua tarde e noite de prazer. Parecia ter sido afetado por alguma magia que lhe aumentasse a vontade sexual, porém em sua mente tentava impedir o que faria, pois ainda amava sua rainha, apesar de saber que ela estava morta. Quando terminou, já era manhã do outro dia. As 2 jovens estavam tão exaustas que dormiram por um bom tempo, assim como Lobo Solitário. Quando despertou, não havia mais nada em seu quarto. Nem sua armadura, nem sua espada, nem as jovens, nem sua sacola com ouro. Parecia ter dormido por um bom tempo, pois já estava amanhecendo novamente. Quando desceu louco de raiva e semi nu, coberto apenas por uma pequena tanga, assim como saira de sua tribo, viu que não havia mais ninguém no local. Enfurecido saiu em meio a rua procurando como louco por seus itens empurrando a todos pelo caminho. Até que chegou aos portões do palácio cujo eram guardados por 2 soldados armados com armas estranhas. Levantou 1 deles pela roupa e disse enfurecidamente:
- Não sei que diabos de lei vocês tem nessas terras, mas em minha terra, o roubo é punido com decapitação. Se eu não obtiver meus itens roubados até o fim do dia eu entrarei aqui e decapitarei seu rei.
- É..é...és louco homem, acha q-que pode mesmo fazer algo sem n-nem ao menos portar uma arma?
- Eu posso muito bem arrumar uma espada qualquer e matar todos vocês.
- Acalme-se homem, não queremos violência por aqui. Conte-nos o que lhe aconteceu - Disse o outro soldado.
Lobo Solitário explicou-lhes toda a história enfurecidamente. Os soldados lhes disseram que ele caiu em um golpe de uma organização criminosa de ladrões, a famosa Estrela Negra. Disseram a ele que nem mesmo os guardas do rei ou a milícia local conseguiu capturá-los, e eles tem atrapalhado bastante os estrangeiros na região desde que a organização foi fundada. O jovem bárbaro impaciente perguntou se poderiam lhes emprestar algo para que pudesse caçá-los, no entanto, nenhum dos dois puderam lhe ajudar, pois as coisas que tinham eles mesmos pagaram para usa e não possuíam nada mais além. O jovem bárbaro enfurecido saiu as ruas tentando obter informações, mas foi praticamente inutil a tentativa. Eis então que de repente, um homem negro com belas vestes brancas e um falcão em seu braço entrou em seu caminho e pediu para que ambos conversassem...