Crönm, O Lobo Solitário capítulo 11

Caminhando pelo deserto das cinzas, Lobo Solitário beirou toda a cordilheira montanhosa, até avistar ao longe, o início de uma desertificação enfim iluminada pelo sol. O calor que se gerava era sentido a km de distância do início do deserto. Ossadas e pássaros estranhos eram visivelmente percepitíveis. O jovem bárbaro nunca se deparou com um lugar tão quente assim antes, mas não havia outro jeito de evitá-lo pois decidiu se aventurar por aqueles lados sem nunca conhecê-los antes. Carregando 2 sacolas pesando 100kg cada, ele movia-se devagar, mas não sentia-se cansado ou faminto. Não entendia por que sua sede era saciada sem ter bebido nada, apenas sabia que deveria continuar a caminhar pelo longo deserto sem temer ou recuar.

Caminhando pelas dunas, de repente ele ouviu algo que nenhum humano ou criatura poderia emitir antes. Se abaixou com as mãos aos ouvidos, mas mesmo assim o ruído do inumano ser afetou seus tímpanos. Quando olhou para os céus, avistou uma ave do qual as asas não se batiam, e de suas juntas expulsavam labaredas. Não possuía olhos, nem bico e seu vôo era rápido como cervos ao chão. Sua aparência metálica era o que mais intrigava o jovem bárbaro, além da dimensão cabulosa que tal ser obtinha. Lobo Solitário não sabia, mas se tratava de uma nave de carga. De suas turbinas saiam jatos de fogo produzido pela magia tecnológica. Ele entendia aquele ser como um pássaro de aço, cuja as asas e a cauda eram de fogo. Ele pensou quem estaria ali para lhe açoitar e fazê-lo como presa, mas a "criatura" nem parecia perceber sua existência.

Do alto, na grande nave de carga, os soldados do então império tecnologico Za-oh, riam daquela figura ao chão, com a mão nos ouvidos. Gozaram da figura bárbara aparentemente sem inteligência e pensaram ser mais um primitivo dessas terras. Lobo Solitário pensou que seria devorado, mas a criatura passou rápido e logo foi embora, mas seu som estrondozo continuara. Ele praguejou pensando que realmente existem criaturas assim para o norte. De fato, seu instinto bárbaro o ajudara a localizar, facilmente, qualquer direção apenas de olhar ao sol. Passou a andar precavido observando a volta enquanto caminhava pelo escaldante deserto. Depois de um tempo de caminhada, sentiu um pequeno tremor na areia, e ao acompanhar o som, avistou um grande verme sair da terra ao longe. A visão era de um imenso verme com cerca de 70m de comprimento e 10m de largura. Enormes mandíbulas brotavam de sua imensa boca e como se não bastasse, outros vermes com quase o mesmo tamanho surgiam próximos do enorme verme. O jovem bárbaro espantou-se com aqueles seres de ampla magnitude e acelerou seus passos em direção ao horizonte.

Os vermes não o avistaram, nem chegaram a perceber a existência de um ser humano caminhando sobre as areias daquele extenso deserto afastado das montanhas. Estavam preocupados com outras presas que caminhavam pelo deserto com uma extensa caravana, carroças e carruagens guiadas por camelos e mamurth, animais esses parecidos com elefantes do tamanho de um cavalo, cujo os cascos e resistência são propícios ao deserto. Os gigantes vermes assistiam os mais novos chegarem primeiro as presas, e logo desistiram de competir. A caravana se desembestou pelo deserto e correu para o oeste, na direção de algo brilhante andando com 2 sacolas em suas costas. Logo os homens da caravana iam sendo pegos e devorados pelos vermes e somente uma carroça com mercadorias correu na frente para não ser pega. Os mercadores avistaram o ser parado com sua carapaça metálica carregando o que parecia ser 2 sacolas e perceberam sua lâmina negra, impecável e reluzente como diamante negro surgindo no magma.

No início exitaram, mas logo os mercadores correram na direção do ser gritando por ajuda. Logo, o ser virou-se para eles, mostrando ser apenas um ser humano em uma armadura e olhou o que estavam os seguindo e reclamou:

- O que ganharei ajudando vocês contra animais que desconheço?

- Ganhará respaldo e segurança até a próxima cidade, mas por favor, nos ajude.

- Pode ser, mas espero que sejam confiáveis.

- Seremos senhor, mas por favor, salve-nos dessas feras.

Lobo Solitário sacou sua espada. Olhou fixo para as bestas de 4~5m que chegavam ao seu encontro, enquanto outras iam embora desistindo de seus aperitivos. As criaturas se aproximaram de suas presas, Lobo Solitário posicionou sua espada aguardando o momento para que os vermes saltem em direção a sua espada. E assim aconteceu, como em um salto sicronizado, 10 vermes saltaram em direção aos mercadores, mas com uma habilidade incrível, o jovem bárbaro passou por baixo deles agitando sua espada a cima da cabeça cortando metade deles. Os outros 5 pegaram poucos dos mercadores que sobraram e apenas 2 restaram. Ele se aproximou do resto para finalizá-los mas, esses correram para debaixo da terra. Ele aguardou o próximo ataque dos infelizes, e quando saltaram novamente, ele os finalizou de vez. Os mercadores ajoelharam aos seus pés pedindo muito obrigado e o levaram em sua carroça pelo deserto. A carroça era coberta por um toldo de seda e linho para proteger a mercadoria transportada. Frutas e bebidas eram visíveis entre as mercadorias, parecia carga de alimentos para tavernas.

Lobo Solitário se saciou com o que pôde, pois sua fome era imensa e sua sede idem apesar de estranhamente não tê-las sentido enquanto caminhou por horas no deserto. No entanto, os mercadores começaram a notar as estranhas sacolas pelo qual o jovem bárbaro trazia consigo. Imaginando que tesouros ele carregava, os mercadores tramavam um sorrateiro plano para levarem consigo uma das sacolas do jovem bárbaro.

Pela noite, o jovem bárbaro adormeceu com uma sacola em punhos e outra aos pés. No entanto, a carroça parou e ele parou de sentir os ventos gelados das noites do deserto parar de soprar em seu rosto. Olhou para os lados e viu os mercadores descendo da carroagem e armando barracas. Acordou em ajudou-os a montar suas barracas e deitou novamente na carroagem devido ao cansaço que sentiu durante os dias de caminhada. Quando acordou, estava nas areias do deserto sem uma das sacolas, e ao longe estava a carroagem indo embora emitindo gargalhadas e contemplação. Seu rosto franziu na hora, sua raiva aumentou profundamente. Sentiu-se traído com punhaladas pelas costas e correu sobre-humanamente pelas areias do deserto com uma sacola imensa nas costas. SUa velocidade impressionaria qualquer um, e tamanha era sua rapidez que o fazia correr mais rapido que a carroça em movimento. Os mercadores olharam assustados para trás. Não imaginavam que um guerreiro com uma espada gigante e uma sacola de quase 100kg nas costas pudesse correr tão rápido como uma pantera pelo deserto. Tentaram acelerar as passadas de seus camelos, mas não conseguiam ir mais rápidos que as pernas do jovem bárbaro.

No entanto, um tremor imenso fez o chão balançar e as dunas do deserto vibrar. Era um verme imenso e muito maior que todos os outros pelo qual Lobo Solitário viu ao horizonte. Imediatamente largou a sacola que foi empurrada pela movimentação da areia. O grande verme saltou e o engoliu por inteiro, sem dar tempo para que ele pudesse reagir. Dentro da horrenda criatura, ele puxou sua lâmina negra, pois tinha ângulo o suficiente para isso. No entanto, as entranhas da criatura eram fortificadas demais, como se fossem paredes de diamante pelo qual se jorrava ácido. O jovem bárbaro tentava de todas as maneiras ferir o verme por dentro, mas seu esforço era praticamente nulo. Entretanto avistou uma pequena dobra um pouco mais acima de sua cabeça, enquanto o suco gástrico do imenso ser subia aos tornozelos do jovem bárbaro, cujos eram protegidos pela negra armadura que vestia.

Sua armadura conseguia resistir bem ao ácido gástrico, porém expô-la demais a isso poderia causar danos irreversíveis. Rapidamente começou a desfechar golpes na dobra que se situava acima de sua cabeça, dando golpes tão violentos que fazia a criatura se contorcer de dor. Logo abriu-se uma fenda, que aos poucos foi sendo cada vez mais aberta pelos incansáveis golpes do jovem bárbaro. Porém quilos e mais quilos de areia começaram a entrar e terminar de trucidar o estômago daquele estranho e gigante verme. Lobo Solitário perdeu a espada na areia que entrava e com uma força sobre humana, tentou enpurrar seu corpo contra as toneladas de areia que invadiam o corpo do ser. O jovem bárbaro conseguiu sair depois de imensos esforços pelo qual quase o mataram sufocado. Aos poucos conseguiu chegar a superfície aonde, milagrosamente empurrou toneladas de areia com o corpo para conseguir sair. Ele sabia que se não fosse sua armadura, já estaria morto a tempos.

Quando se levantou nas areias do deserto, achou sua sacola semi-enterrada na areia, e a km de distância, viu os causadores de sua tragédia indo em direção ao horizonte. Sentou na areia e esperou o seu corpo lhe devolver forças e para recuperar seu fôlego perdido pelos incansáveis esforços que fizera. Horas e horas depois estava novamente de pé para seguir a direção pelo qual a carroça se foi. Pegou sua sacola que ainda era visivel apesar da quantidade de areia que a tapava e, por uma sorte dos diabos retirou sua sagrada espada o qual se encontrava justamente na sacola o qual eles não haviam pego, que agora brilhava intensamente para ajudar seu portador e seguiu em direção aonde a carroça se foi...

Luiz Fernando Pires
Enviado por Luiz Fernando Pires em 06/01/2012
Código do texto: T3425120
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