Crönm, O Lobo Solitário capítulo 9
Por um tempo indeterminável, Lobo Solitário permaneceu deitado em pleno deserto, e ficou completamente enterrado nas cinzas. Quando recobrou a consciência, fez um enorme esforço para se desenterrar. Perto dele estava um amontoado de cinzas que parecia cobrir o corpo já morimbundo do jovem mago e logo um pouco mais a frente dava para perceber a enorme espada ao chão, intacta, como se as cinzas não a encostassem. Lobo Solitário revistou o corpo do falecido Thomas e catou o unico pertence que conseguiu encontrar, o estranho livro que ele carregara, guardando-o em seguia em conjunto de sua espada e voltou a caminhar em direção à floresta, desolado pelo o que lhe acontecera. Sua mente tentava organizar os pensamentos, mas seu corpo dolorido impossibilitava tal ato. Passou os olhos em súbito pelo seu corpo, notando-o enegrecido com a cinza e com as cicatrizes fechando pouco a pouco. Notara também o sangue coagulado que permanecera encrostado sobre as feridas já fechadas por sua estranha regeneração.
Chegando à floresta, sentiu um enorme calafrio, porém não exitou em continuar sua jornada para salvar a vida de seu filho. Andando pela floresta, os estranhos galhos curvados começaram a crescer e a perfurar o corpo seu corpo como se fossem agulhas e espadas. Ele logo começou a gritar furiosamente e a cortar os galhos e as árvores, mas quanto mais ele cortava, mais as árvores e os galhos cresciam e lhe cortavam. Vendo sua vida em risco, mas com seu objetivo em mente, Lobo Solitário correu pela floresta ignorando os danos que lhe eram feitos, gritando com enorme dor em fúria já que os ferimentos que estavam se fechando começaram a se abrir novamente.
Quando parou de correr, o jovem bárbaro parecia uma cachoeira de sangue cuja manchava toda a folhagem da clareira do qual conseguiu encontrar. Nos galhos e nas árvores atrás de si havia uma enorme trilha de sangue. Sua visão estava turva, seu braço mal aguentava a espada e suas pernas mal se mantinham de pé. Na clarera estranhamente os galhos e árvores não iam em sua direção para lhe dilacerar. No entanto, subitamente começou a surgir uma enorme sombra do chão, assumindo uma forma humana. Quando completou sua forma, o estranho
humano que estava a sua frente de pele esbranquiçada, olhos tenebrosos, alto e esquelético e de unhas alongadas e negras, proclamou:
- Quem és você que vem aos meus domínios atormentar meu sono?
- Arf...arf...arf... sou...Lobo Solitário...e estou aqui...para conseguir a cura...para meu filho ugh...
- Incrível como um ser humano conseguiu chegar tão longe atravessando essa floresta. Realmente és digno de receber a cura para a vida de seu filho, mas terá que me dar algo em troca.
- Arf...arf...tenho...um livro...aqui...comigo...tudo que eu...posso...doar
- Ha, realmente você foi mandado aqui pelos deuses do caos, me trouxe um livro de teleporte. Realmente lhe darei a cura e mais uma visão sobre o que aconteceu com seus entes queridos. veja, logo depois que você foi supostamente morto pelos centauros, se passou uma semana, seu filho está morto e veja o que aconteceu ao seu reino. Os gigantes que moram naquela montanha sentiram falta de seu amigo e todos eles foram em busca dele. Ao se depararem com aquele reino humano bem no coração da montanha, começou uma batalha mortal. Sua rainha foi morta lutando pelo seu povo enquanto trucidava todos os gigantes que pudera. Ela morreu acabando com todos eles e salvando seu reino da desgraça. Mas acho que nada mais lhe interessa lá depois disso não é? Hahahahaha!
- Não...não pode ser... que diabos...isso é feitiçaria...ilusão...está me enganando...
- Eu não ganharia nada lhe enganando, pois você me deu o caminho que eu queria. Pode ir embora sem problemas pois a floresta não o atacará, como sou generoso também, irei curar suas feridas, mas saiba que as as marcas que possui ao peito capaz de lhe regenerar podem ser curadas. Já lhe contei coisas demais, agora irei me vingar daqueles que me aprisionaram.
Subitamente, o ser cujo era dono daquele local desapareceu em uma ninhada de corvos. Lobo Solitário chorava de raiva e de ódio. Fraco e sem forças golpeava o ar gritando. O jovem bárbaro permaneceu horas em frenesi, batendo em tudo que se movia pela floresta no caminho de volta. Pronto para se vingar dos centauros que acabaram com sua empreitada até ali, Lobo Solitário partiu em busca da armadura sombria que achou na caverna.
Pelo deserto das cinzas, o jovem bárbaro percebeu estar sendo seguido. Agora um pouco mais recuperado graças a sua regeneração, Lobo Solitário estava sempre atento ao que lhe visse a ser algum perigo.
No entanto, quando conseguiu descobrir o que era o seu perseguidor, o jovem bárbaro percebeu que não passava de um monte de ossadas que estranhamente se movia e o seguia. Lobo Solitário tentou dialogar com o estranho esqueleto, mas ele apenas indicava as coisas, e o que ele mais indicava era a direção onde se localizava a caverna. Lobo SOlitário partiu para a caverna com seu novo "amigo" e lá chegando o ser esquelético deu adeus desaparecendo por completo. Lobo Solitário já não ligava mais para o que acontecia de sobrenatural naquele maldito mundo, mas percebeu que aquele monte de ossos tinha a estatura certa para ter sido o antigo dono daquela sombria armadura, e percebeu também que na presença do mesmo, nenhum perigo o afrontou durante sua longa caminhada da floresta até a caverna.
O jovem bárbaro vestiu a armadura e se apossou da estranha espada de lâmina escura, mas logo viu que era impossivel empunhar sua antiga espada em conjunto, pois parecia que uma repelia a outra. Logo não viu outra opção a não ser deixar sua espada escondida naquela caverna até que voltasse.
Saindo da caverna novamente, agora vestido com a estranha armadura sombria, Lobo Solitário andou pelo deserto novamente pronto para tentar encontrar novamente os algozes de seu companheiro e a causa de sua falha ao tentar salvar seu filho...