Crönm, O Lobo Solitário capítulo 6
Seguindo a trilha pela montanha pelo dia inteiro, Lobo Solitário avistou uma cidade antes do anoitecer, e sabia que chegaria lá quando já fosse noite. E assim aconteceu, ele chegara na enorme cidade a noite, porém não havia ninguém nas ruas e apenas uma grande mansão ouvia-se festividades, parecida com a que ele comemorava em sua terra natal. Então ele partiu para tal casarão, cujo o tamanho era assustador. Lobo Solitário jamais viu uma oca tão grande assim, nem mesmo a casa de seu pai tinha esse tamanho.
Batendo na porta, ele anunciava perguntar se havia alguém, porém ninguém atendia e então sem receios, adentrou a mansão. A mansão por dentro era maravilhosa, como se fosse um paraíso construído pelas mãos humanas. Imensos lustres adornavam o teto, cujo haviam pinturas belíssimas de seres alados e um azul parecido com o azul do céu. Nas paredes haviam jóias encrustadas adornando a coloração da parede junto com os símbolos representando ser de uma família importante. As escadas eram largas e duplas e haviam vários quadros e um principal no vão da escada que se destacava de todo o local. Ao olhar ao redor, Lobo Solitário percebeu que todas as pessoas da cidade pareciam estar naquele lugar, principalmente as pessoas que eram representada pelos quadros. Todas elas estavam comemorando algo e estavam muito sorridente, principalmente com o jovem bárbaro adentrando a grande mansão.
Indagando sobre o que estava acontecendo, Lobo Solitário perguntou:
- O que está havendo? Que lugar é esse e quem são vocês? - Mas todos pareciam ignorar o jovem Lobo, dizendo apenas:
- O herói chegou, ele finalmente vai acabar com o gigante. Graças aos Deuses.- Lobo Solitário sentia-se irritado com a festa e achou que estivessem curtindo com a cara dele, e então gritou intimidadoramente:
- Escutem, eu não sei quem vocês são e que maldito lugar é esse. Apenas quero comer e seguir meu caminho.
Então um rapaz o questionou:
- E de onde você vem rapaz? Não parece ser daqui.
- Eu vim da montanha, cai de um penhasco e agora estou aqui tentando descobrir que lugar é esse e quem são vocês, me parecem que são os moradores da cidade, mas por que comemoraram tanto? - De repente, um estranho silêncio calou a voz de todos no local, e aos poucos murmúrios eram ouvidos das pessoas, até que então todos começaram a saltar e pular de felicidade, rindo e dando graças aos deuses. Lobo Solitário estava cada vez mais confuso, ele não sabia o que estava acontecendo, para ele as pessoas poderiam estar sobre efeito das ervas do qual eram usadas para tratamento de dor, mas ninguém parecia estar com sintomas dela, apenas todos felizes e contentes, como se suas vidas fossem salvas pelas palavras do jovem bárbaro. Até que então, a música havia parado e uma voz anunciava:
- O rei está chegando, todos em silencio. - Então, apareceu o rei, uma figura baixa e com uma grande barriga, parecia o mesmo do quadro que se destacava dos outros, porém um pouco mais velho e fora de forma. O rei andou até o seu trono que estava no fim do grande salão, Logo abaixo do vão da escada com uma linda jovem ao seu lado. O rei olhou admiravelmente para o jovem bárbaro e falou:
- Meu jovem, você diz que desceu da montanha não foi? Mas como foi parar lá? Você mora naquela montanha?
- Não, um wivern me carregou até lá, mas acabei parando em ninho de dragões normais, não entendi por que. Pelo que sei, dragões devoram wivern, então por que diabos um wivern iria querer se enfiar em um ninho de dragões...?
- Meu jovem, se veio dos céus, és verdadeiramente o herói previsto pelo grande mago ancestral. Ele disse que hoje seria o dia em que um herói chegaria, e esse viria do céu para matar o gigante que vem sempre nos atormentando. Ele rouba nossos cavalos e outros animais para comer e sempre destrói a casa de um dos cidadãos. Esse maldito deve ser destruído, e você jovem guerreiro, é o único capaz de conseguir isso. Qual a sua idade rapaz?
- Tô caminhando para meu 16º verão. Bom, o que ganharei derrotando esse gigante para vocês? E por que ele ataca as casas também?
- Ganhará muitas coisas meu jovem. E não sabemos nada a respeito do gigante, ele apenas vem, destrói uma casa e leva os animais. Parece se divertir fazendo isso.
- Humpf, que seja, irei aguardar o gigante então.
- Tudo bem, tudo bem, ele geralmente ataca um pouco mais tarde. Enquanto isso, aproveite a festa.
Então, Lobo Solitário foi se deliciar com o banquete que fizeram, alem de várias bebidas que ofereciam na festa. Parecia uma comemoração e tanto só para que matassem um gigante. Logo, Lobo Solitário percebera uma grande empatia com a linda moça que acompanhava o rei e percebeu também que ela iria se casar com ele em breve. O jovem bárbaro sentia-se confortável com o sorriso da jovem, e parecia estar encantado com a pureza e a beleza que ela exibia. Jamais ele havia sentido algo assim por alguém antes. Mas parecia que ela não estava muito contente com aquilo tudo. Ela lhe contou que fora ofertada pelos pais para que o rei casasse com ela e assim a família dela se tornaria nobre. Porém ela não queria se casar e era jovem demais para tal. Lobo Solitário sentia raiva de todos que estavam ali depois que ela lhe contou tal coisa, porém a jovem acalmou o coração feroz do jovem bárbaro dizendo jamais perder a esperança da liberdade dela. Lobo Solitário então se dirigiu ao rei e propôs:
- Então líder dessa tribo, eu lhe ofereço meu serviço em troca de...
De repente, um grande estrondo abalou o recinto. Parecia um terremoto, e o teto estava a desabar. Então o gigante surgiu arrancando o teto e o segundo andar do imenso casarão e gritava:
- Irei lhe matar rei de merda. Quero destruir tudo que você construiu.
- Então diga gigante, por que todo esse ódio por esse povo. Por que quer destruir tudo? - Perguntou Lobo Solitário.
- Não lhe importa inseto, e se ficar em meu caminho irei te matar também.
- Espere, nem tudo se resolve lutando...
Então, o gigante deu um grande soco em Lobo Solitário, fazendo-o voar para trás. Porém o jovem bárbaro ficara mais resistente e aguentou bem o golpe do gigante. Logo, ele partiu em direção ao gigante com sua enorme espada, porém o gigante era realmente forte e ágil e era dificil de ser acertado. Ambos lutaram por horas, só que o combate foi um tanto como desleal. Lobo Solitário quebrava as casas com o próprio corpo, sendo arremessado de um lado ao outro com o gigante lhe batendo. O jovem bárbaro já estava cansado e muito ferido, mal conseguindo se levantar, mas o gigante também estava cansado, afinal, bater cansa. Então, Lobo Solitário conseguiu enfim, acertar golpes no gigante, acertando-lhe a perna direita, fazendo o gigante se ajoelhar. Porém o gigante respondeu a ataque batendo novamente no jovem barbaro, cujo estava com dificuldades de enchergar, devido ao sangramento na testa. A luta terminou em seguida com Lobo Solitário passando por debaixo do corpo do gigante cortando-lhe a outra perna e cortando a cabeça do enorme ser que atacara a cidade. Todo o povo daquela cidade comemorava e saltava de alegria e todos juntos ergueram o jovem bárbaro como seu herói. E então o rei proclamou:
- Eis o dia em que um jovem desconhecido derrotou o gigante que sempre nos ameaçava. Também será hoje o dia em que me aposentarei como rei e deixarei o jovem como rei em meu lugar. Provavelmente amanhã não estarei mais vivo como predisse o Mago Ancestral, cujo o paradeiro ninguém sabe...
- Espere velho, como assim morrer? Como assim serei rei? Não foi por isso que eu derrotei aquele gigante, e infelizmente não poderei ficar. Ser rei não é para mim, eu posso trazer o caos a sua cidade, o Shamman disse que...
- Todos nós lhe imploramos. Por favor, seja nosso rei.- Todos da cidade ajoelharam perante Lobo Solitário, implorando para que ele governe sua cidade. Mas como o jovem disse, a presença dele poderia trazer o caos. Mas ninguém se importava, todos queriam que ele fosse rei. E assim aconteceu. No dia seguinte, ele se tornara rei, pois não tinha escolhas, e a linda e bela prometida para ser rainha, finalmente aceitou seu destino casando-se com o jovem Lobo. O rei morreu como dissera, e seus filhos que teve com a rainha anterior ficaram tristes com a escolha do pai. Alguns almejavam querer matar Lobo Solitário, mas lembraram da força do jovem rapaz ao matar um gigante com apenas 16 anos de idade. Porém, nunca mostraram simpatia pelo jovem, mas nunca o desrespeitavam, pois qualquer declive era sinal para que ele os matassem.
Lobo Solitário governou sua cidade por 3 anos, e ensinou a todos a lutarem, inclusive as mulheres. Todos os plebeus sabiam se defender, e qualquer guarda da cidade que abusasse de seu poder poderia ser morto por um plebeu, e se não fosse, o próprio rei os mataria. Mas coisas assim nunca aconteceram, pelo menos não nesses 3 anos. Ele gastava mais tempo ensinando sua rainha a lutar do que com o povo. Para ele, uma pessoa para se tornar rainha tinha que ser digna de possuir algum dom, ou simplesmente saber lutar por seu povo. A jovem rainha amava seu rei de todo o coração, pois foi ele que conseguiu a liberdade dela e pediu antes que eles se casassem, para que ela se decidi-se em ser livre ou viver como apenas mercadoria dos nobres. Ela decidiu ser livre, mas pediu para Lobo Solitário aceitá-la como sua rainha. Lobo Solitário aceitou, pois ele também sentia algo por ela, algo que nunca sentiu antes por alguém na vida. Apesar de tudo, sua ignorância quanto a ciência era saciada pela astúcia de sua amada esposa. Não entendia como funcionava muita coisa, mas seu conhecimento começou a crescer com o passar dos dias ao lado dela.
Nesses 3 anos, Lobo Solitário teve um filho, e disse que levaria seu filho para conhecer o mundo com ele, e pediu para que a rainha reinasse em seu lugar, já que ela era a que mais sabia lutar de todos em seu reino, e também entendia bem o assunto sobre nobreza e sabia o que o povo poderia passar.
Ele então resolveu conhecer o resto do mundo com seu filho de 2 anos no colo. Pronto para que este se torne alguém melhor do que ele jamais se tornou antes, e ambos desceram a grande montanha em busca do inexplorável...