Crönm, O Lobo Solitário capítulo 1
Lobo Solitário
Em um mundo diferente ao nosso há alguns ciclos atrás, uma jovem mulher dava a luz em uma clarera em meio a uma densa floresta. Essa floresta era atípica pois fazia-se um calor de 40º. Essa jovem mulher fora utilizada um um ritual maligno para a ascenção de algum ser, já que portava marcas estranhas nos pulsos e nas pernas e por conta do calor, ela foi vítima do aquecimento e não sobreviveu ao parto logo após dar a luz a um menino. Por sorte, o grande líder bárbaro Tärdz, estava ao encalço de um fugitivo e o matou quando chegou a essa clarera, ajudando-a no parto. O fugitivo havia descoberto a tribo dele e por conta disso eles precisavam mantê-la em segredo, silenciando o alarde. O próprio líder foi atrás para evitar que não houvesse falhas. Quando viu o rescém nascido, Tärdz pensara que a jovem moça morreu no parto devido a temperatura que estava fazendo, ignorando o fato de obter marcas pelo corpo, e salvou o menino e o levou a sua tribo. Tärdz cuidou do rescém nascido como se fosse seu próprio filho, e levou para sua esposa cuidar assim como seu legítimo filho que nascera a 5 dias antes.
Os dois garotos foram criados para serem os próximos líderes da tribo e quando completarem seus 15 anos, os 2 irmãos teriam que lutar até a morte para apenas 1 se tornar o grande líder. O filho legítimo de Tärdz, tinha o apelido de Rinoceronte Desperto, pois tinha uma personalidade animalesca e era bastante violento, enquanto seu irmão adotivo se chamava Lobo Solitário, por nunca mostrar empatia por ninguém e sempre ser frio. Como costume da tribo, eles davam apelidos animalescos ou da flora local aos jovens devido a suas personalidades, pois quando crescessem, escolheriam o nome adequado para substituir o nome animalesco o qual lhes foi dado. Alguns deixavam para escolher seus nomes depois de muito tempo, enquanto outros o faziam depois de um grande feito. Tärdz escolheu o seu assim que conseguiu conquistar as fronteiras de suas terras com outra tribo numa campanha com poucos homens, porém ele finalizou a campanha sozinho, matando o líder da tribo inimiga depois de ter acabado com todos os guerreiros do mesmo. Na língua morta dos deuses, Tärdz significava o bravo.
Lobo Solitário crescera sempre quieto, evitando falar com as pessoas pois se sentia excluso devido a sua origem. Seu pai no entanto o tratava como um verdadeiro filho, ensinando-o tudo o que podia, até porque seus filhos anteriores morriam antes de completar o destino de serem líderes, como o shamman havia previsto a algum tempo que se Tärdz não tivesse um sucessor ao trono, sua tribo iria sofrer grandes percas e talvez a extinção. Tribo em termos pois possuiam 10 mil pessoas na "cidade" principal, apesar das casas serem de madeira ou palha, e apenas a casa do líder e do conselho eram de pedra esculpida à mão. Eram tratados como tribo por serem completamente autosuficientes, não precisando de moedas ou trocas, apenas limitando-se as guerras locais para expansão do território.
O irmão adotivo do jovem achado na clarera foi um grande amigo na infância, mas devido a um incidente, o qual culminou a morte de sua amada mãe, sua personalidade mudou bastante, mostrando ser alguém com extrema violência, enquanto Lobo Solitário ficava calado pois era tratado como apenas um ser recluso da sociedade em que moravam. O "adotado" ou o "amaldiçoado" como era chamado por alguns que eram contra o domínio da tribo por Tärdz, passava bastante tempo observando como os mais velhos lutavam e prestava bastante atenção no que fazia. Sempre fez questão de ir nas caçadas e nas campanhas de conquistas com seu pai e sua pequena legião de guerreiros. Ele era treinado ferozmente em batalha para que assim pudesse assumir o trono de seu pai um dia. Mas como seu pai era impiedoso em combate, sempre o colocava para lutar em desantagem, assim começando com espadas maiores e mais pesadas, seguindo de terrenos perigosos, posição desvantajosas e assim por diante.
Era eminente que seu povo vivia em grande parte do tempo para o combate por novas fronteiras e sempre evitavam que sua terra natal fosse descobertas por inimigos, para livrar seu povo da desgraça de serem atacados de surpresa, por esse motivo, eram chamados de Aggökara Räkksasara, que na língua morta dos deuses, significa Demônios Invisíveis. O que surpreendeu Tärdz ao encontrar o bebe na selva, foi o fato de que a moça que morreu ao dar a luz, não se parecia em nada com os povos que viviam nas fronteiras com sua terra, pois os cabelos negros da moça se contrastavam com seus olhos claros assim como sua pele branca. O que de fato apareceu no garoto que estava crescendo como seu filho.
Quando chegou o grande dia, Lobo solitário e seu irmão tiveram uma sangrenta luta em meio a selva escura, porém o Rinoceronte não teve muita sorte, apesar de ter quase matado seu irmão. O "adotado" perdera sua única espada na luta e recebeu uma enorme cicatriz no meio do peito quando disputava sua força com o seu irmão, porém ele levou a cabeça do mesmo como prova de sua bravura e vitória na batalha pela liderança. Quando foi recebido pela tribo, Lobo Solitário desmaiou devido suas enormes feridas e foi levado à casa do grande Shamman para ser curado. Depois de 1 dia ele se recuperou, graças aos cuidados da filha de Botemiduz, Lírio do Campo, que possuía um atração muito forte pelo jovem rapaz. Não só ela, mas todas as mulheres e garotas da tribo sentiam uma forte atração por ele, mesmo esse sendo tão frio com todos. Além de um rigor físico exuberante e força descomunal, o jovem possuía uma beleza que atraia atenção até das sereias do rio, um dos fatos que faziam com que o preconceito por ele fosse tão grande. Após despertar, Lobo Solitário viu a jovem Lírio do Campo deitada ao seu lado dormindo.
O jovem Lobo sentiu-se inspirado com a presença da jovem, por causa dos efeitos das ervas que haviam lhe dado, uma espécie de feromônio o qual aumentava o líbido e o prazer sexual, e acordou-a aos beijos e amassos. Sem resistir, a jovem cedeu aos encantos dele e os 2 copularam. Mas na verdade isso fora Botemiduz quem ordenou a sua filha a fazer, pois ele e Tärdz tinham medo do comportamento do jovem rapaz em ser frio e não ser capaz de conseguir herdeiros no futuro. Isso poderia aumentar ainda mais o poder da oposição, pois caso não houvesse herdeiros, eles teriam que promover um combate com os mais fortes da tribo para saber quem seria o futuro governante e isso nada agrava Tärdz, pois como ele recebeu a benção divina de prolongar sua vida, ele poderia ser capaz de lutar e perder a vida devido a sua longevidade, além de que, fora previsto que isso poderia acabar extinguindo seu povo. No dia seguinte, realizaram a cerimônia de nomeamento do novo líder da tribo, pois Tärdz se aposentara, já que lhe fora ordenado que um de seus herdeiros deveria se tornar líder e dar seguimento à liderança. Lobo Solitário recebeu suas marcas e tatuagens de líder, além de suas bençãos divinas. O povo se assustou pois durante a cerimônia, o shamman havia recebido 3 divindades em seu corpo para marcar o jovem com as 3 marcas que representavam ambos, e isso era completamente raro na tribo. Apenas o avô de Tärz conseguira tal ato e isso porque ele exterminou uma entidade draconiana poderosa sozinho.
Eles também o escolheram como o sucessor da cerimônia para passar as marcas a quem ele achava necessário dando força, vigor e coragem à aqueles que lhe parecessem certos de obtelas e passou a comandar no lugar de seu pai, ouvindo os conselhos do mesmo e do shamman para tal. No mês seguinte, o shamman recebeu uma visão dos grandes espíritos ancestrais e dos deuses, dizendo que o novo líder deveria partir, pois o destino dele não era ficar ali, e sim percorrer o mundo em busca dos sucessores de suas marcas. Nas lendas de sua tribo essas marcas eram sinais divinos dos 3 deuses que eram os representantes gerais de toda sua teologia, um era Grantz, o deus da guerra, ele quem provinha a força ilimitada para combater seus inimigos. O outro era Orguz, o deus da vida, ele quem dava vitalidade e em alguns casos, o poder de regeneração para quem ele achasse escolhido. E por ultimo e mais importante, Argos, o deus da humanidade, ele quem dava coragem aos portadores das marcas e era o líder geral do panteão de sua crença. Sem pestanejar, o Shamman pediu para que Lobo Solitário fugisse da tribo, pois seu pai iria matá-lo se soubesse o que ele fez com sua filha antes de casarem. Sem pensar, o jovem rapaz fugiu largando sua tribo para trás, pois ele acreditava em tudo que o shamman dizia, além de sentir mais medo de seu pai do que de qualquer outro ser existente no universo. Como a filha do shamman já carregava um filho dele, ele asseguraria a linhagem da liderança de seu pai.
Depois de 2 semanas de fuga pela vasta floresta, cansado e com muita fome já que era inverno e as árvores não davam tantos frutos e as raizes mal o alimentavam, o jovem bárbaro achava que até ali não estava mais sendo perseguido e, ao se dar conta de onde estava, se deparou com uma imensa floresta de flora estranha. Não pareciam com as de suas terras, muito menos com as que já vira antes em qualquer lugar que já tenha frequentado. As árvores era separadas como se fosse um bosque e as raízes das mesmas produziam folhagens expessas e grandes demais, como se fossem feita para dificultar a passagem de qualquer um que tentasse passar por ali. Até a vegetação rasteira era diferente, pois todo o chão era coberto de vinhas e pequenas folhas vermelhas brilhantes. Tais folhas geravam um odor bom até, porém depois de algum tempo começava a dar dor de cabeça e náuseas. Para seu infortúnio, ainda havia muitas e muitas armadilhas, uma interligada a outra como se fosse para ninguém passar por todo aquele espaço e ao observar ao redor, viu-se no meio de todas elas. Porém, subitamente, surgiu um papel voador de letras douradas, pingando um pó dourado de sua borda em meio a enevoada paisagem, voando com um aviso de socorro. De seus adornos dourados, pós mágicos saiam, trilhando um caminho pelo qual indicava para Lobo Solitário seguir. Pensando ser um aviso de seus grandes espiritos ancestrais protetores ou mesmo dos deuses, Lobo Solitário seguiu os passos de tal artefato, passando em meio a floresta composta de inúmeras armadilhas.
Como sua percepção era precisa e sua experiencia com armadilhas também pois era acostumado em treinar em lugares perigosos como esse, ele conseguiu passar em meio as armadilhas sem ativar uma se quer, apesar de sua dor de cabeça e náuseas por causa das folhagens estranhas ao chão que espalhavam um pó ao caminhar sobre elas, pois se caisse em apenas uma, seria um erro que custaria sua vida. No meio de sua passagem, um nevoeiro estranho subtamente tomou conta do lugar, dificultando a visão. Quando chegou ao fim das armadilhas em meio a densa floresta pelo qual mal se enchergava a um palmo do nariz por causa do nevoeiro, Lobo Solitário se deparou com algo parecido como um rio, cujo nevoeiro ainda era denso. Logo, viu a carta que lhe pedia socorro passar e mergulhar em meio aquela forma aquosa no chão que mais parecia um lago, pois não se enchergava suas beiradas e nem seu horizonte. Ele o adentrou, e ao ir mais e mais fundo em busca da carta, ele percebeu uma enorme sombra a suas costas. Desarmado, Lobo Solitário tentou sacar sua espada, mas percebeu que estava sem ela por tê-la quebrado na luta contra seu irmão e não pediu para que lhe concertassem a arma. Desamparado, ele fora arremessado pela locomoção de água daquilo que parecia um ser maior que uma montanha.
Quando se deu conta, deu de frente a uma Baleia Gradyar, a maior baleia de todos os oceanos de seu mundo. Uma baleia que mede 500 metros de comprimento e 200 de largura, com dentes serrilhados, cujo servem para abocanhar peixes grandes. Ele tentou nadar para o lado para não ser pego por aquela enorme bocarra, porém ela o engoliu junto com um Argariadys, uma espécie de cobra crocodilo de 100m de comprimento. O jovem rapaz por sorte, fora engolido diretamente, passando pela estreita garganta da baleia, enquanto o imenso Argariadys adulto, ia sendo devorando pelos dentes serrilhados dela. Ele tentara se agarrar em tudo o que podia para não ser engolido completamente, porém o interior da baleia era escorregadio e impossível de se segurar por muito tempo, pois sempre adentrava uma enorme quantidade de água. Ainda mais quando ela terminou de mastigar aquele ser enorme que o assustava em algumas lendas contadas pelos anciões de sua tribo. Quando chegou ao estômago dela, empurrado pelos pedaçoes do Argariadys, Lobo Solitário se deparou com uma enorme cidade de seres pequenos.
Quando olhou ao redor, percebeu que as portas do que pareciam ser residências batiam na cintura do jovem barbaro, e eram sustentada por um estranho material negro e dourado que era resistente ao suco gástrico da imensa baleia. O cenário era horrendo, pois todo o lugar fedia assim como o chão parecia ser composto apenas de esterco de algum ser. O povo que habitava o estômago da baleia, se chamavam de Arkithrus ou povo Arkih. Eram seres de orelhas pontudas, com olhos completamente negros e linguas de serpente. Sua pele era azulada e possuiam escamas e alguns com carapaças e cascos de tartaruga. Outros possuíam barbatanas e nadadeiras, parecidos com os homens peixe. Talvez fossem os mesmos serem que amedontravam alguns anciões da tribo quando esses percorriam longas distâncias para caçar comida em tempos remotos. Porém seus olhos e armas afiadas não pareciam fazer amigos...