O Ultimo dos Milenares e os Devoradores de Alma.
Prólogo:
Escuridão
Ouço meu coração palpitar...
Os ventos percorrem os campos de forma interminável, o céu brilhava num escuro cintilante, um frio percorreu minha espinha, incapaz de mover-me, cai de joelhos, fraco, derrotado; minhas mãos sangravam assim como o resto de meu corpo.Feridas cobriam a superfície de minha cabeça, que explodiu num manancial de pensamentos, meu corpo dolorido pedia arrego.
O vento punia meu corpo violentamente, caia a chuva, rasa, fria, porém o céu continuava límpido num eterno azul carmim.
Ouço meu coração palpitar mais uma vez, fraco, abatido. Levantei com dificuldade, minha respiração mostrava-se dolorosa, como se rasgasse meu pulmão por dentro, tentando sair, tentando ser livre.
Minhas feridas continuavam a sangrar, escorrendo, caindo no chão, que em seguida congelavam-se ao toque do solo.
Estava frio, em minutos mais frio tornou-se o ar, chuva virou-se neve; pequenos blocos de gelo caiam do céu, que agora se mostrou nublado, uma tempestade cinza manchava o anoitecer, a escuridão tomou lugar na vastidão do mundo, apagando desejos não realizados, meus olhos viam o vento, parecendo ganhar forma em fúria numa tempestade.
- Akasha? - Ecoou uma voz desconhecida.
- Rápido procurem por ele - ordenou a voz novamente.
- Akasha - chamou por meu nome - Me responda se estiver me ouvindo - Disse a voz, porém confuso, sem entender, continuei em silêncio.
A voz desconhecida ecoava na imensidão dos céus, chamando por meu nome, enquanto a tempestade cantava em confusão, numa orquestra de raios, relâmpagos e trovões.
As vozes começaram a cessar, a tempestade vencia a batalha; derrotado, me perdi em meus pensamentos.
- Akasha - ecoou mais uma vez - agora numa voz conhecida
- Nitria? - tentei gritar em resposta, mais minha voz pareceu não alcançar minha garganta.
A tempestade corria violentamente, meu corpo avisou-me, sentia adrenalina, urgência. A morte caminhava intacta, incólume sobre o chamado de sua foice por meu nome. A lua surgiu no céu, enquanto a tempestade brincava livremente.
A morte parecia mais próximo a cada segundo, como se estivesse observando-me de seu trono, sobe o reflexo do luar em sua foice.
Sussurrando o fim de uma grande era, apagando o abstrato da existência, enquanto meus olhos pesavam de forma imensurável. Cansado cai brutalmente no chão gelado, suspirando, tremendo, fadado a morrer.
Fechei meus olhos, sem conseguir mantê-los aberto...
Em seguida, apaguei.