Enquanto Evelin dormia-parte cinco

Enquanto Evelin dormia-parte cinco

Vocês lembram que eu disse que acho os sonhos humanos maçantes? Não os de Evelin! Incrível a variedade de situações vividas por ela enquanto dorme. Hoje ao mergulhar em seus sonhos vim encontra-la em um hospital infantil.Estava acompanhando um menininho louro que estava febril. O desvelo com que tratava a criança era notável. Usando palavras doces ela lhe acariciava a face. Que quadro maravilhoso! No quarto do enfermo havia mais duas crianças sem acompanhante,essas olhavam tristemente para Evelin talvez ansiando por um pouco de carinho.Sempre gostei de crianças,a pureza delas é uma das únicas coisas que despertam em mim boas lembranças do tempo em que eu era vivo,por isso não resisti.Me materializei e entrei no quarto.Ela estava tão distraída que não notou minha entrada,mas o menino e a menina olharam para mim em expectativa. Aproximei em silencio e fui recebido com um grande sorriso.Havia tanta carência naqueles olhinhos que fiquei sem ação! A menina -que parecia ser a mais velha dos dois-,pediu que eu lhes contasse uma história. Vasculhei minha mente a procura de uma história infantil,mas antes que eu me recordasse de alguma Evelin veio em meu auxilio e pediu que eu contasse a dos três ursinhos. Sentada na cama do meninho,ela pousou –lhe a cabecinha no colo e se preparou para ouvir a história. Comecei a contar timidamente,mas depois de um tempo fui me empolgando e empolgando minha plateia. Depois dessa ainda contei mais duas histórias e teria contado de bom grado muitas outras,se as três crianças não tivessem adormecido. Evelin fez sinal para que deixássemos o quarto e já no corredor me olhou profundamente a espera de uma apresentação,mas eu me afastei rápido. Não estou preparado para falar de mim e tenho muito medo de assustá-la. (fim da quinta parte)