"A Última Flecha"
História de índio
Uma única flecha.
Aquele dia tentava caçar um casal de queixada para levar para casa. Pedi para Tapití, ficar numa pedra alta, aguardando, porque os porcos haviam desaparecido. Talvez entrado em uma caverna.Se fizéssemos barulho passaríamos fome mesmo.
O pequeno Jaguaretê, era muito barulhento e estragava a caçada. Eu não gostava de trazê-lo junto, enquanto não crescesse, era triste, mas Tapití queria vir e tinha que amamentar direto. - Fiz uma enorme volta e não consegui encontrar os porcos. Quando chegava à pedra, vi que ela também não estava lá. Senti o cheiro de urso fêmea, tremi de medo, não havia vestígio de sangue, tiveram tempo de fugir. Mas não por muito tempo, uma ursa com fome é rápida e tem oito facas nas mãos, muita força dilaceradora.
-Um boi oi um veado, mata em minutos, uma mulher e ainda com criança e cheirando leite, para ela é mel. Preciso correr. O medo e a pressa faz o índio ao invés de guerreiro, um desajeitado e caí tombo feio, perdi quase tudo.- Só salvei o arco e uma única Flecha. Se fosse uma caçada seria melhor desistir, mas era minha mulher e meu filho apertei o passo.
Na ravina, vi a ursa era enorme e estava bem próxima de Tapití. - Ela era muito forte, magrinha mas muito forte e era a mãe protegendo a cria.
Isto lhe dava mais garra ainda, mas via-se que estava no limite de suas forças. Á frente dela, havia um enorme despenhadeiro. Chegando lá, teria que enfrentar a ursa, ou pular com a criança, das duas maneiras morreria.
Quando a ursa ficou de pé, para enfrentar a indiazinha, com sua pequena faca e seu indiozinho às costas. Acho que já sentia o sabor da carne.
Pulei entre eles e consegui arremessar minha única flecha dentro de sua bocarra. - A flecha atravessou seu diminuto cérebro jogando-a de costas.
Peguei Tapítí, antes que ela caísse no abismo com meu filho. - Ela havia desmaiado. Quando acordou, eu já assava alguns pedaços de carne e a criança chorava.
Da próxima vez que eu caçar, vai ser com uma Caeté. A mulher Tupi na hora do perigo ao invés de defender a família, dorme. -Tomei alguns socos no peito que doeram bastante, mas valeu.
-Minha índia, eu já senti medo, mas hoje quando vi tudo que eu tenho de valor ser comido por uma ursa, chorei como criança.- Ela me abraçou e beijou.
-Tupã, não deixaria bravo guerreiro, temos ainda que fazer nossa tribo.
OripêMachado.
História de índio
Uma única flecha.
Aquele dia tentava caçar um casal de queixada para levar para casa. Pedi para Tapití, ficar numa pedra alta, aguardando, porque os porcos haviam desaparecido. Talvez entrado em uma caverna.Se fizéssemos barulho passaríamos fome mesmo.
O pequeno Jaguaretê, era muito barulhento e estragava a caçada. Eu não gostava de trazê-lo junto, enquanto não crescesse, era triste, mas Tapití queria vir e tinha que amamentar direto. - Fiz uma enorme volta e não consegui encontrar os porcos. Quando chegava à pedra, vi que ela também não estava lá. Senti o cheiro de urso fêmea, tremi de medo, não havia vestígio de sangue, tiveram tempo de fugir. Mas não por muito tempo, uma ursa com fome é rápida e tem oito facas nas mãos, muita força dilaceradora.
-Um boi oi um veado, mata em minutos, uma mulher e ainda com criança e cheirando leite, para ela é mel. Preciso correr. O medo e a pressa faz o índio ao invés de guerreiro, um desajeitado e caí tombo feio, perdi quase tudo.- Só salvei o arco e uma única Flecha. Se fosse uma caçada seria melhor desistir, mas era minha mulher e meu filho apertei o passo.
Na ravina, vi a ursa era enorme e estava bem próxima de Tapití. - Ela era muito forte, magrinha mas muito forte e era a mãe protegendo a cria.
Isto lhe dava mais garra ainda, mas via-se que estava no limite de suas forças. Á frente dela, havia um enorme despenhadeiro. Chegando lá, teria que enfrentar a ursa, ou pular com a criança, das duas maneiras morreria.
Quando a ursa ficou de pé, para enfrentar a indiazinha, com sua pequena faca e seu indiozinho às costas. Acho que já sentia o sabor da carne.
Pulei entre eles e consegui arremessar minha única flecha dentro de sua bocarra. - A flecha atravessou seu diminuto cérebro jogando-a de costas.
Peguei Tapítí, antes que ela caísse no abismo com meu filho. - Ela havia desmaiado. Quando acordou, eu já assava alguns pedaços de carne e a criança chorava.
Da próxima vez que eu caçar, vai ser com uma Caeté. A mulher Tupi na hora do perigo ao invés de defender a família, dorme. -Tomei alguns socos no peito que doeram bastante, mas valeu.
-Minha índia, eu já senti medo, mas hoje quando vi tudo que eu tenho de valor ser comido por uma ursa, chorei como criança.- Ela me abraçou e beijou.
-Tupã, não deixaria bravo guerreiro, temos ainda que fazer nossa tribo.
OripêMachado.