Ao cerrar da noite

É uma véspera de Natal, a noite é gélida e nublada, o que me impede de admirar as estrelas preciosas. Eu vago incessantemente pelas ruas, mas não encontro sequer uma alma zumbidora. Onde esta a mendicidade de nossa sociedade, onde se encontra a indisposição de nossos congestionamentos? O ribombar das buzinas dos pesados caminhões não chegam aos meus ouvidos, nada chega até mim, somente o frio e o sentimento de solidão.

Vago descompassado, então tomeo tento dos milhares de cartazes espalhados na cidade, ao que me pareciam mostravam a foto de um homicida, que eu não sei como, havia encontrado um destino trágico nas mãos da Polizia di Stato. Mas por razão obscura a mim, não consegover com clareza quem era o homem.

Após cerca de horas, ou dias, eu não sei ao certo, o tempo para mim já passava de forma descompassada, e após muitos quilômetros de caminhada lenta, ouvi murmúrios de alegria vindos de algum lugar a Leste.

Comecei a caminhar apressadamente, esbarrando em grandes latões de lixo enferrujados pelos caminhos, mas isso já não mais importava, havia ouvido vozes de alguém!

Ao chegar lá, noite de longe o corpo de um homem, e risos e uma grande algazarra ao redor do corpo. Fui chegando perto, e então percebi que ninguém parecia me notar, mas isso não me pediu. Mas ao chegar no corpo, e observar sua face, minhas mãos caíram suspensas no ar, e atônito, me observava caído ao chão todo ensanguentado.

Nesse momento, todas as minhas memórias vieram a minha cabeça, de forma tempestuosa. Eu era o assassino! Eu havia sido morto nas mãos da polícia! Lembrei-me das atrocidades que havia cometido, e olhei para uma senhora de cabelo grisalha que comemorava com um sorriso estampado em sua face, e me recordei, ela era minha mãe. Nesse momento, o que eu queria somente era voltar ao início, quando o que me afligia era somente o frio, e a solidão.

Kirk Seela
Enviado por Kirk Seela em 19/11/2011
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