História de Índio
Onça Pintada
Toda vez que tomávamos cauim, caipirinha indígena feita de milho, todos pediam para contar a história de Jaguaretê, a onça pintada.
Eu fingia que estava cansado, mas depois cedia porque eu gostava de contar esta história.
Quando eu era jovem da idade de Piti, doze ou treze anos, gostava muito de caçar, quem me ensinou quase tudo do que sei foi Arauê.
Quando contava esta parte e era verdade, Arauê cortava e falava que nada só ensinei o pouco que sabia.
Todos olhavam para ele com veneração.
Ele sorria feliz e orgulhoso de ter sido meu professor.
Um dia ia a caça e Arauê falou, dorme amanhã a caça ainda está lá.
Falava isto preocupado, porque eu ainda era inexperiente.
Mas aliado a minha juventude estava a minha teimosia.
Então embaixo de coriscos e trovões lá ia eu a caça de cateto, ou qualquer coisa que corresse, voasse ou nadasse.
Andei algumas horas quando a chuva desabou.
Aquilo não era chuva, parecia que alguém com uma faca afiada haviam cortado o céu e toda sua água veio abaixo.
Se tivesse ouvido Arauê, mas isto não importa agora precisava encontrar um abrigo.
Caminhando entre as pedras, de repente caí em um poço seco que terminava em uma caverna.
Na minha queda, por felicidade me enrosquei em uma malha de cipós que salvaram minha vida.
A mesma sorte não teve uma enorme onça pintada.
Ela havia caído e batido contra paus de ponta que a haviam espetado grave, estava morrendo.
Com a parede lisa e sem apoio vi que morreríamos ali.
Só não passaria fome, pois com aquela pintada com cento e vinte quilos.
Me alimentaria por algum tempo.
Após dar uma volta na caverna e sem nada para fazer, fui olhar a onça.
Ela deveria estar passando muita dor, mas o cansaço havia dominado e ela cochilava.
Em outra situação nos mataríamos, pois somos inimigos naturais.
Ela não estava tão mal, bastaria tirar aquelas pontas e estancar o sangue.
Como estava muito cansada pensei, se ela morrer eu como, se ela viver me come, mas não poderia deixar um animal silvestre sofrendo.
Quando tirei o pau que formava um espeto, enterrado em sua coxa ela deu um urro e pensei, agora ela me mata, mas ela desmaiou e amarrei forte seus ferimentos e deixei-a ali, cada volta pela caverna só me deixava mais triste, não havia mínima chance de sair dali.
Como não tinha o que fazer eu a massageava, e ela se acostumou comigo.
Sempre ficava longe dela, mas cai em sono profundo e quando a acordei dormia a meu lado.
Fizemos amizade, eu caçava ratos pequenos que ela não conseguia alcançar e ela comia. tratava dela .
Ela sempre estava com fome, seus músculos se revitalizavam rapidamente e eu preocupado de virar seu jantar, caçava para ela sem parar.
Já estávamos acho que há dez dias na caverna, quando ouvi um barulho enorme.
Uma árvore na beirada do poço de entrada, havia caído, ficando próximo ao fundo em que estávamos, subi por ela e com cipós que havia consegui escalar e sair dali.
Quando ia correr para casa ouvi um urro da pintada.
Não podia deixá-la ali, ela morreria ou seria comida pelos ratos que caçávamos.
Desci de novo no poço, fiz um arreio de cipós.
Saí dali e com ajuda de vários paus de apôio, consegui salvar meu amigo.
Eu o batizei de Jaguaretê, assim que, pois o pé fora, me olhou com simpatia pulando no mato desapareceu.
Certo dia, estava carregado com duas partes de uma corsa, que havia flechado e caminhava com dificuldade, mas a família tinha que comer, fui surpreendido pelos caetés.
Quando reconheceram minha faca, que era a mesma do companheiro desaparecido começaram a cantar
Fui amarrado a uma árvore e fizeram a minha frente enorme fogueira.
Nas minhas coisas não era só a faca e cada coisa que reconheciam, gritavam de raiva.
O chefe do grupo falou.
: - Tupi sei que você é bom guerreiro e já matou muitos dos nossos, sua carne vai nos dar força e coragem.
Vocês vão precisar, pois todo caeté que enfrentei chorou como uma mulher pedindo para não morrer nas mãos de Oripê.
Tupi, nunca um caeté, teve medo de um tupi.
: – Era verdade, mas foi muito bom dizer aquilo sabendo que se vai morrer.
Oripê Machado
Onça Pintada
Toda vez que tomávamos cauim, caipirinha indígena feita de milho, todos pediam para contar a história de Jaguaretê, a onça pintada.
Eu fingia que estava cansado, mas depois cedia porque eu gostava de contar esta história.
Quando eu era jovem da idade de Piti, doze ou treze anos, gostava muito de caçar, quem me ensinou quase tudo do que sei foi Arauê.
Quando contava esta parte e era verdade, Arauê cortava e falava que nada só ensinei o pouco que sabia.
Todos olhavam para ele com veneração.
Ele sorria feliz e orgulhoso de ter sido meu professor.
Um dia ia a caça e Arauê falou, dorme amanhã a caça ainda está lá.
Falava isto preocupado, porque eu ainda era inexperiente.
Mas aliado a minha juventude estava a minha teimosia.
Então embaixo de coriscos e trovões lá ia eu a caça de cateto, ou qualquer coisa que corresse, voasse ou nadasse.
Andei algumas horas quando a chuva desabou.
Aquilo não era chuva, parecia que alguém com uma faca afiada haviam cortado o céu e toda sua água veio abaixo.
Se tivesse ouvido Arauê, mas isto não importa agora precisava encontrar um abrigo.
Caminhando entre as pedras, de repente caí em um poço seco que terminava em uma caverna.
Na minha queda, por felicidade me enrosquei em uma malha de cipós que salvaram minha vida.
A mesma sorte não teve uma enorme onça pintada.
Ela havia caído e batido contra paus de ponta que a haviam espetado grave, estava morrendo.
Com a parede lisa e sem apoio vi que morreríamos ali.
Só não passaria fome, pois com aquela pintada com cento e vinte quilos.
Me alimentaria por algum tempo.
Após dar uma volta na caverna e sem nada para fazer, fui olhar a onça.
Ela deveria estar passando muita dor, mas o cansaço havia dominado e ela cochilava.
Em outra situação nos mataríamos, pois somos inimigos naturais.
Ela não estava tão mal, bastaria tirar aquelas pontas e estancar o sangue.
Como estava muito cansada pensei, se ela morrer eu como, se ela viver me come, mas não poderia deixar um animal silvestre sofrendo.
Quando tirei o pau que formava um espeto, enterrado em sua coxa ela deu um urro e pensei, agora ela me mata, mas ela desmaiou e amarrei forte seus ferimentos e deixei-a ali, cada volta pela caverna só me deixava mais triste, não havia mínima chance de sair dali.
Como não tinha o que fazer eu a massageava, e ela se acostumou comigo.
Sempre ficava longe dela, mas cai em sono profundo e quando a acordei dormia a meu lado.
Fizemos amizade, eu caçava ratos pequenos que ela não conseguia alcançar e ela comia. tratava dela .
Ela sempre estava com fome, seus músculos se revitalizavam rapidamente e eu preocupado de virar seu jantar, caçava para ela sem parar.
Já estávamos acho que há dez dias na caverna, quando ouvi um barulho enorme.
Uma árvore na beirada do poço de entrada, havia caído, ficando próximo ao fundo em que estávamos, subi por ela e com cipós que havia consegui escalar e sair dali.
Quando ia correr para casa ouvi um urro da pintada.
Não podia deixá-la ali, ela morreria ou seria comida pelos ratos que caçávamos.
Desci de novo no poço, fiz um arreio de cipós.
Saí dali e com ajuda de vários paus de apôio, consegui salvar meu amigo.
Eu o batizei de Jaguaretê, assim que, pois o pé fora, me olhou com simpatia pulando no mato desapareceu.
Certo dia, estava carregado com duas partes de uma corsa, que havia flechado e caminhava com dificuldade, mas a família tinha que comer, fui surpreendido pelos caetés.
Quando reconheceram minha faca, que era a mesma do companheiro desaparecido começaram a cantar
Fui amarrado a uma árvore e fizeram a minha frente enorme fogueira.
Nas minhas coisas não era só a faca e cada coisa que reconheciam, gritavam de raiva.
O chefe do grupo falou.
: - Tupi sei que você é bom guerreiro e já matou muitos dos nossos, sua carne vai nos dar força e coragem.
Vocês vão precisar, pois todo caeté que enfrentei chorou como uma mulher pedindo para não morrer nas mãos de Oripê.
Tupi, nunca um caeté, teve medo de um tupi.
: – Era verdade, mas foi muito bom dizer aquilo sabendo que se vai morrer.
Oripê Machado