A princesa desastrada que quase acabou com o natal... PARTE II
Conforme os minutos passavam, percebia-se a aflição da princesa, ainda assustada e sem entender direito o que havia acontecido.
- Nossa! Onde eu fui me meter, gente? Mal pus os pés nessa linda terra e já tô encrencada? Mas o que eu vou fazer, o piloto foi embora sem mim, compor uma música, não daria tempo...
Já, sem esperanças, a princesa Pérola se rende e espera sentada sua punição de morte. Eis que chega o gnomo-chefe.
- Só vou falar uma vez, princesa burra! Como é véspera de natal, e nós, hoje ficamos muito comovidos com esta linda noite que virá... Vamos dar-lhe tempo, até às sete, para você conseguir dar uma revira-volta nesta história. Precisamos destas partituras. Do contrário... - Diz malicioso, fazendo gestos, significando cortar o pescoço.
- Ui, falou e disse, seu gnomo. Eu vou tentar!
E ficava andando pra lá e pra cá pelo quarto. Perdeu mais de meia-hora só pensando... Olhou os papéis, pensou em colá-los, mas não deu, estavam multilados, literalmente.
- Será que eu ligo pra Adelaide, a madrinha da convenção de princesas e fadas do meu mundo?Não ia adiantar, ela ia me dar uma bronca. Já sei! Não sei se vai dar certo, mas...
Aproximava-se já das seis e meia, e os gnomos já ligando as luzinhas, preparando as árvores, pondo a ceia sobre a mesa. Via-se que a magia do natal já havia chegado, ainda logo anoitecendo. Burburinhos, todos se perguntavam por que a princesa “burra”, assim chamada, ainda não havia aparecido.
- Olá, meus criados. - Diz o gnomo-chefe, em cima dum banquinho - Dá pra perceber que a princesa burra não apareceu ainda, não é mesmo? Hum... Os meus fiéis servidores já preparam a forca. E todos ficam boquiabertos com a frieza do chefe. E ele continua:
- Sinto muito. Sei que vocês estão impressionados, afinal, hoje é a noite de natal, mas a nossa música é mais importante do que uma pobre princesa perdida e burra. Não está na época dela, está na época do papai-noel. Princesa burra!
- Eu não sou princesa burra! - Diz surgindo, séria, enfrentando o chefe.
- O que disse? Ouviu isso, meus criados? Essa princesinha invasora--
- Invasora, não! Foi o senhor quem me convidou a morar neste mundo, lindo por sinal. Mas eu digo, eu não consegui uma solução pras partituras que rasguei, achando que eram papéis comuns.
Todos os gnomos, ficam impressionados, com a sabedoria da princesa de repente. Daí por diante, sintia-se que havia uma maior torcida a favor da bela. Mas o chefe não, este estava em cima de seu banquinho, friamente olhando a linda princesa.
- Matem-na e nós, os criados, vamos aproveitar a bela noite!
É aí que o chefe percebe uma coisa louca, os criados se revoltam. Os fiéis? Esses foram os primeiros a largar a espada, e o que tinham às mãos.
- Mas o quê que isso? Como ousam, eu sou o chefe de vocês, mando em todos!
- Não manda mais - Diz a princesa, com uma sabedoria enorme.
Eis que surge vários gnomos dizendo a mesma coisa:
- Durante o ano todo, as crianças tentam se comportar para ganharem presentes dos pais e do papai-noel... E você, chefe, que é servidor dele, nos trata como minoria. Vamos deserdá-lo.
- Não! - Diz a princesa, dizendo que tem uma solução melhor. - Eu estive olhando hoje, e reparei numa coisa: o chefe não trabalhava como dizia. Ele simplesmente mandava em vocês, mas ficava o ano todo sem fazer nada. Então... Creio que vocês vão criar uma solução pra ele. Não pena de morte, pois eu achei vocês tão fofinhos e gentis...
Já deserdado, o chefe se isola, naquela bela noite de natal. Quando ouve-se lá do fundo, aquele som agudo de piano, aquela linda voz de mulher e aquele barulho de sino... Tocando...
- Hoje, criados, espero que seja meu último dia aqui, para eu poder voltar à meu mundo, como o de vocês. Eu queria tocar uma música que tocamos em nosso mundo, é de natal. É! Vocês acham que nós princesas não nos dedicamos ao natal, não, nos dedicamos, sim. Maestro, por favor.
E começa aquela linda música do natal “SINO DE BELÉM”. Todos se encantam com a música e com a voz da princesa. E quando do nada, a princesa conduz o chefe a uma dança e à música, à bela que soava naquela nuvem, naquela passagem que dava àquele mundo encantado. O papai-noel veio, se foi, entregou os presentes e mais uma vez cumpriu sua tarefa, como a princesa Pérola, que aprendeu uma grande lição.
Obrigado, com os comentários da história parte I eu pude escolher melhor o final para a Pérola. O que acharam? Abraços, o autor .