O cavaleiro pobre, mas poderoso
Nesta época, estava ocorrendo mais uma coroação na capital de um belo país , depois da morte de mais um rei. Estava presente nesta grande cerimônia, a princesa, a rainha, e o então rei, filho do falecido. Além da população da capital. Os cavaleiros é que não eram bem-vindos. O antigo rei havia deixado uma regra, mais pra uma lei: cavaleiros nunca entravam na capital, principalmente na coroação depois da morte de um rei. A lei pegou e passava de rei a rei. A rainha, pobrezinha, de tão cansada e de tanta beleza, nem se incomodava com os relinchos dos cavalos, por isso era contra a ideia. A princesa? Essa sim adorava! Vivia dizendo: Ah, o meu cavaleiro um dia destes, vai vir montado num lindo cavalo branco, bem cuidado, com crinas lindas e penteadas. Sonhava alto, a pobrezinha. Era como uma família real meio maluca, todos tinham um problema, e que escondiam ao público.
O filho do rei foi coroado, mas era meio bobinho, no entanto, autoritário. Mal pôs a coroa e já foi dando ordens:
- Você, vizir! Terá cargo diferente. Ao invés de ficar me aconselhando a toda hora, vai limpar minha poltrona e fazer meu café, ok?
- Mas meu nobre e novo rei, não existe café ainda. O que é café?
- Deixa pra lá! Vai procurar, eu sou o novo rei, se esqueceu?
Já deu pra ver como este manda!
Mas num destes dias chatos de rei, entediados de rainha, e bobos de princesa, eis que escutam lá do castelo, um relincho alto! A rainha nem "tchum", continua sua masagem. O rei, fica furioso, agora... A princesa... A princesa exprime um sorriso que dava pra ver do castelo do outro lado da montanha. Foi a primeira a correr na janela. Mas quando avistou, se decepcionou. Olhou aquele cavalo pálido, branco, mas branco desbotado, a pele cascuda, a crina suja, e aquele cavaleiro ingênuo em cima. Enquanto o novo rei descia as escadas, acompanhado de seus fiéis escudeiros, o cavaleiro parecia perdido.
- Não sabe que é proibido um cavaleiro aqui nesta capital?
- Hein? Ah! Sei não, senhor. Eu vim pra casar com sua filha.
- O quê? E ri, debochando do cavaleiro aparentemente pobre.
- Mas por que ri, rei? Eu tenho tudo pra sua filha. Tadinha, ela é tão sozinha nesta imensidão que é o castelo, né?
- Bem... Feio você não é. Mas não é fidalgo, cavaleiro!
- Pára! - Disse a princesa ao irmão rei. - Isso quem decide sou eu, hein.
- Não! Eu sou rei. Mando não só nos serviçais, como na capital e em você! E lanço um desafio quase impossível a este cavaleiro insignificante!
- Desafio? A mim, rei? Aceito ! Tudo pra me casar com sua filha! - Diz ele sem saber nem do que tá falando.
- Você vai me trazer dois coelhos, um hipopótamo, uma girafa, dois leões e um camelo. Aqui pro castelo.
- Mas... Isso é impossível - Disse a princesa abismada com o desafio do irmão.
- Aceito! - Disse bravamente e seriamente.
Com seu velho pangaré, podemos dizer, o caveleiro, talvez futuramente nobre marido da princesa, segue sem rumo para onde encontrar esses animais, que o rei viria a criar.
Passa-se apenas 5 horas, e escuta-se do castelo o relincho do cavalo do cavaleiro pobre novamente. Sai o rei, já com cara de riso, achando que ia encontrar apenas um simples bichinho. Se engana! O rei enganado, desce as escadas do maravilhoso castelo, e quando olha pra fora, se depara com aqueles animais todos, lançados no desafio. Boquiaberto, inclusive a princesa, o rei perguntou ao cavaleiro.
- Como você conseguiu? Em cinco horas, dois leões, um hipopótamo, dois coelhos, uma girafa, um camelo?
- Não duvide de um homem que vem com um cavalo, que aparentemente feio e ingênuo. - Só disse isso e pediu à linda princesa para conduzi-la a uma dança, na festa que teria à noite no castelo.
Passado o tempo, a princesa e o cavaleiro pobre, não mais pobre, se casam. A rainha entediada não é mais entediada, afinal tem um tempinho para tricotar para o netinho que vinha aí. O rei continuou dando ordens, e promoveu uma festa aos cavaleiros para testá-los e ver se eles têm o mesmo dom do genro. E todos, inclusive o rei autoritário, viveram felizes para sempre...