O brilho da noite

Aquele cheirinho de mar no ar...

O céu negro com estrelas a brilhar,

aquela música suave, que tocava naquela hora, com aquela macia e doce voz, que soava de uma forma que fazia com que fossem esquecidos todos os problemas existentes naquele final de dia tão agitado de segunda-feira. Por um instante fechei os olhos e fui pra uma outra dimensão...

Ai, que paz. Como é bom ficar ali, naquele lugarzinho beirando as ondinhas com os pés, vendo a lua sair, refletindo o seu brilho nas águas salgadas daquele mar rasinho, sem ninguém pra atrapalhar, somente eu e Deus. Como é bom.

Naquele momento eu senti como se todos os meus sonhos, todos eles realizassem-se de uma vez só, dos piores aos melhores, dos impossíveis, aos improváveis!

E aquela euforia, que vinha não sei de onde, mas que vinha com tudo, trazendo consigo uma felicidade enorme que tomava conta de mim, de um jeito que me fez levantar e caminhar por todo aquele lugar, aproveitando ao máximo a luz daquela lua, que me guiava para que não perdesse de vista o caminho de volta. E fui me afastando, cada vez mais me afastando da realidade, mergulhando em um outro mundo, na tal dimensão que nem eu sabia direito... Lá era tudo muito bonito, reluzente. Diferentemente do lugar que antes eu estava, que era bonito, mas não como ali. Pude conversar com os peixinhos, pude ver as estrelas-do-mar, pude tocar nos mais terríveis predadores, e mal algum me fizeram. A música parou de tocar. Pensei:

- É um sonho, só pode ser!

Não, não era. Era apenas a minha vontade de querer algo mais que um dia agitado de segunda-feira poderia me oferecer.

-"Está na hora de voltar".

Ouvi aquela voz baixinha e meiga que antes cantava pra mim aquela suave música, doce música "the day before the day", era da lua. Como eu não havia percebido antes?

-Mas por quê? Aqui é tudo tão mais bonito, tranquilo e calmo, que não tenho vontade de voltar.

-"Você não está vendo? Este não é o seu mundo, mas você pode, sempre que quizer vir por aqui, mas agora vamos, já está na hora, daqui um pouco vai vir o sol, que já está a acordar, para despertar a todos para mais uma terça-feira".

Então fui, seguindo de volta aquela luz, já estava a se apagar...

Chegando na costa, encontro uma pedra, deitei-me nela e a música então volta a tocar, desta vez um pouco mais lenta, como se fosse uma canção de ninar. Então ali eu adormeci...

Perlinha
Enviado por Perlinha em 02/11/2011
Reeditado em 03/11/2011
Código do texto: T3312057
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