SOB A LUA
 
            A tarde chegava mais uma vez ao seu final. Uma brisa fria convidava a um aconchego mais íntimo. O barulho das ondas era uma sinfonia afinada com a natureza bela e magnífica daquele lugar. A paisagem parasidíaca encantava a alma de quem ali postasse os olhos. O tom acinzentado aos poucos tomava conta do ambiente que agora guardava no horizonte, os últimos clarões do dia ensolarado. Do lado oposto, lentamente uma nova matiz prometia pintar aquele céu enegrecido.

            Uma luz cor de prata despontava sob as águas agitadas do mar. Um espetáculo lindo, único, causava um frenesi em nossos sentidos. Era a graciosa e majestosa lua. Ah! Que maravilha. Esta senhora hoje esta gordinha, e suas cicatrizes mais parecem manchas de batom borrado por uma noite de amor. Ela continua a encantar sim. De mãos dadas, passamos a caminhar pela areia branca e fina da praia. A brisa nos convidava mais uma vez ao aconchego mais próximo, mão no ombro, mão na cintura, um roçar de pernas, de quadril, um doce roçar.

            Fazíamos parte de todo aquele mundo surreal, imaginativo, real, excepcional. Aquela canção embalava nossos sonhos como um feitiço, e enfeitiçados por tamanha beleza, nos abraçamos demoradamente, sentíamos o ritmo de nossos corações no compasso dos desejos. Nossos olhos habitavam e penetravam nossas almas. E num beijo longo e caloroso, porém, suave, selamos um pacto de amor. Como testemunhas, o mar, a areia, a lua, e nossas vontades incontidas de sermos um corpo só.

 
Ricardo Mascarenhas
Enviado por Ricardo Mascarenhas em 11/09/2011
Reeditado em 11/09/2011
Código do texto: T3213829
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