SONHOS DE HALLOWEEN

Foi durante a madrugada do dia vinte e dois de maio, adormeci ouvindo música. Não lembro bem o começo, mas foi tudo no meu colégio, lá estava na época do dia das bruxas, tudo estava muito lindo e bem caracterizado. Minha irmã não gosta dessas coisas, por isso ficou longe de mim e de todos.

Teria uma festa lá nesse dia, então estudamos de manhã e fizemos uma excursão pelo colégio à tarde. Já estava escuro, os portões se fecharam e foi aí que escutamos um grito: “O espírito das bruxas já está aqui!” Todos se desesperaram, mas eu não, já que gosto desse tipo de coisa. Continuamos todos a andar até perceber que aquele lugar já não era mais uma escola, teria se transformado em um labirinto fantástico, no qual tudo era real.

Continuamos a andar, a cada passo era um medo que se acumulava e que se libertava em gritos ou lágrimas. Para mim, estava tudo perfeito: Todos com medo, eu junto com minhas amigas e amigos, perigos reais libertados entre as paredes.

Chegamos em um lugar que teríamos que passar entre uma pequena venda do lado direito, e um buraco enorme na parede do lado esquerdo. E lá se foi Matheus na frente (um amigo meu), quando ele chegou perto da venda, surgiu uma sombra, que o empurrou para o buraco. Matheus não caiu. Mas daquele fundo escuro, apareceu uma alma de uma bruxa, esta era reluzente e o puxou para dentro. Neste momento me desesperei, meu grito parou tudo, na distração Matheus correu para o grupo, com medo.

Aqueles fantasmas se espantaram com tamanho desespero, enfiaram em seus cérebros de citoplasma, que deveriam ter-me junto a eles. Sumiram e a sala foi criando setas de luz, fomos seguindo elas até chegarmos ao início do colégio, por lá estava tudo normal, até o momento em que escutamos o segundo grito: “Se inicia agora, a caça à humana fantasma!”.

Neste mesmo momento me dei conta de que era de mim que eles estavam procurando. Larguei o grupo e dei as costas para todos. Quando coloquei o pé na rampa, olhei para atrás, tudo se transformou novamente e monstrinhos começaram a pular sobre todos.

Fechei os olhos e corri, tentei me esconder de tudo aquilo, chegando lá em cima, era como se fosse uma torre, fui conduzida por um corredor de caveiras até um pequeno portal, não temi passar por ele. Passei, e aparentemente não teria acontecido nada, mas notei que minha roupa teria mudado, eu estava parecendo uma bruxa, mas estava reluzindo como uma alma. Subi até o teto da torre e de longe vi a minha irmã sentada em uma pequena ponte, e que algo se aproximava dela pelas costas. Gritei seu nome, ela me viu e correu até mim.

Ela me abraçou

forte, estava com muito medo e sozinha, pediu para que fossemos para casa, mas eu não podia deixar aquelas coisas matarem a todos do meu colégio em quanto me procuravam. Levei-a até o centro do colégio. Percebi que o único lugar que não teria acontecido nada, seria a diretoria do local. Deixei-a lá e fui procurar uma solução para aquilo tudo.

Quando saí daquela sala, apenas procurei quem pudesse me ajudar a descobrir uma solução. Fui até a torre de novo, haviam dois portais, fui pelo o que ainda não tinha tentado, consegui outra aparência: Forma de espectro, vestido preto com uma meia calça prateada, um cinto cheio de coisas estranhas.

Fui analisando aquela torre até achar uma pequena passagem no chão. Abri e avistei o fundo, fui descendo até encontrar alguns fantasmas presos. Perguntei por que eles estavam ali, e me responderam que era pelo motivo de se revoltarem e descobrirem o segredo dos espectros.

Perguntei o que seria esse segredo, me disseram que era uma velha lenda, em que um dia, uma humana reinaria com o príncipe, que foi aprisionado do coração multi-protetor do reino negro. Sim, me assustei, pois sabia que eu teria de salvar a todos. A chave do segredo era a alma do príncipe de Clários.

Quando saí da passagem, desci e logo avistei alguns amigos desesperados, em busca de abrigo. Raphael (outro amigo meu) logo perguntou o que aconteceu comigo. Eu não tinha tempo para explicar. Retirei de um dos meus bolsos um papel, que tinha algumas palavras estranhas escritas.

Mandei todos fecharem os olhos, pronunciei e abri os meus, tudo estava normal, mas era por poucos segundos. Todos entraram na diretoria. Logo que coloquei o pé lá, o mundo do lado de fora mudou. Minha irmã estava lá, sentada ao lado de um garoto, eu não sabia quem ele era, mas aparentava ter quinze anos.

De repente, entrou a alma que teria puxado Matheus, me reconheceu e gritou: “Aqui se abriga a prometida.” Todos me olharam. Logo pensei: “To lascada!”. As paredes e o teto se transformaram, todos nós nos juntamos em um canto, um de frente ao outro. O garoto ficou na minha frente. Surgiram pequenos ogros com facas, eles miravam em todo canto, tentando acertar o alvo certo. O menino olhou para mim e disse para eu pegar o frasco verde que tinha no meu cinto. Dei a ele e ele retirou um papel do bolso. Abriu o frasco, colocou um pouco do pó na minha mão e na mão dele também. Segurou o papel por uma ponta e eu pela outra.

Ele pediu que na hora certa os dois recitassem os verso escrito por ele. Por um momento olhei em seus olhos e vi que ele não era como as outras pessoas, seus olhos não tinham um brilho, eles eram o brilho, como a lua. Senti algo estranho, mas fui interrompida por uma tentativa de me matar. Uma faca teria sido lançada em direção a minha cabeça, mas ficou presa em algo invisível na minha frente. Era o sinal.

Começamos a recitar o verso:

‘Fui feito aqui, do pó nasci,

No mar eu morei, em alma me transformei,

Subi e desci, aqui reinarei,

O mal se expandiu, quem matou matarei.’

Neste momento, soprei o pó de nossas mãos e tudo ficou como uma neblina. Ele puxou rapidamente outro frasco, mas este era prateado. Jogou por cima de mim e disse:

‘A lenda era verdade, não tenha medo. ’ Escutamos outro grito: ‘Nããão! Isso não vai acontecer!’. E da neblina surgiu Marledia, a bruxa das bruxas, a que teria o reino em suas mãos, e que só poderia ser derrotada pelo mundo humano com o príncipe de Clários.

Travou-se uma batalha entre os dois mundos: Eu e as pessoas que ali se encontravam naquele lugar, contra o mundo fantástico do reino negro. Do nada, eu já sabia o que fazer. Eles aprisionaram o garoto, que antes de se tornar invisível, gritou a mim: ‘Eu sou Estrano, o príncipe de Clários. ’

Neste exato momento, tive uma visão. Nela passava todo o segredo e lenda dos espectros. Tive certeza de que este era meu destino. E naquela torre se libertaram as almas do desgosto, a vida de Marledia foi tirada e seu sangue escorreu pela torre. Era o fim.

A lenda foi realizada, o príncipe de Clários estava livre e nós conseguimos o reinado de volta. Estrano e eu fomos a vários mundos, mas quando íamos voltar, simplesmente tive uma decepção: Eu acordei. Foi um sonho real, talvez o futuro ou um sinal, o que apenas tenho certeza, é que jamais conseguirei sentir novamente o medo e desespero que gostei de viver ali.

LadyRaff
Enviado por LadyRaff em 07/09/2011
Código do texto: T3205761
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