Pepito Gatuno, o detetive particular no caso da Esmeralda

Eu me chamo Pepito Gatuno, sou o detetive particular mais conhecido do Rio de Janeiro. Sou mestre de capoeira. Aprendi com o meu amigo chinês Ching Chang, Karatê e Kung Fu. Quando estive no Japão tive aulas com o mestre Tokioto de Taekwon- Do e Aikido.

Para mim a defesa pessoal pode me ajudar a solucionar os meus vários casos, nos quais sou contratado, não preciso de qualquer outro tipo de arma.

Depois deste último caso, resolvi escrever o que me aconteceu. Num certo dia de outono, com aquela chuva bem fininha. Estava eu lendo o meu jornal predileto, mergulhando as minhas gostosa bolachas Maria no meu café com leite, quando toca o telefone.

Uma senhora do outro lado da linha, que me parecia totalmente desesperada. Queria um encontro comigo imediatamente.

- Senhora, por favor, qual é o seu nome?

- Chamo-me Helena Hase.

- Poderia vir ao meu escritório estou às suas ordens.

- Não. É perigoso. Não podem saber, que estou arranjando um detetive para resolver este problema.

- Então poderemos nós encontrar aonde a senhora quizer.

- Não posso ser vista acompanhada de qualquer ser masculino.

- Que tal nos encontrarmos então dentro do cinema Roxy. Sentarei na última poltrona do lado direito. Tenho certeza que a senhora me encotrará e não será vista por ninguém.

-Acho uma ótima idéia. Às três da tarde seria um bom horário para mim.

-Então até lá.

-Obrigada e boa tarde.

Antes do horário, eu já tinha comprado a minha entrada de cinema e estava esperando a primeira sessão acabar para poder me sentar no local combinado. Quando o pessoal do filme anterior vinha saindo, um jovem passou por mim, deveria ter uns 17 anos. Entregou- me um biblete e saiu do cinema sem falar nada. No bilhete estava escrito:

"Sinto muito, eu não posso sair, nós nos encontraremos amanhã em outro local. Talvez no Jardim Botânico em frente das laranjeiras, no mesmo horário.

Obrigada e me desculpe.

Atenciosamente.

Helena Hase"

Achei um pouco estranho, a minha cliente por sinal me conhecia, mas eu não a ela.

No dia seguinte estava eu no lugar combinado, quando apareceu uma senhora de deslumbrante beleza, trajada com elegância. Vinha caminhando com passos bem leves e chegando-se para mim me falou com uma voz suave:

-Sr. Pepino, sou a sua nova cliente, desculpe-me mais uma vez não ter podido ir ontem ao seu encontro. Estou em uma situação super problemática, acredito que o Sr. possa me ajudar.

Por um momento fiquei encantado com a doçura da Sra. Hase e totalmente sem ação, aos pouco fui me recuperando e lhe perguntei:

- O que posso fazer pela Senhora?

Contou-me detalhadamente que estava sendo vigiada e controlada pelo marido Porcônio Hase, ele era um grande Management de uma firma de comida enlatada. Ele vivia com ciúmes dela, por não ter muito tempo para estar ao seu lado, pois o seu trabalho lhe tomava não só quase todas as horas do dia, como lhe fazia perder muitas noites com reuniões e apresentações importantes.

O problema tinha se agravado quando uma pulseira de esmeralda tinha sumido da gaveta da pentiadeira de Helena. Esta jóia, o seu marido tinha lhe dado no seu último aniversário de casamento e ele estava certo que a sua esposa tinha vendido ou dado para um jovem coelho chamado Rudi.

Helena me confidenciou que gostava muito do Rudi e procurava ajudá-lo, pois ele vinha de uma família numerosa e pobre. A senhora achava, que o rapaz era super inteligente e pagava-lhe a escola além de o incentivar a fazer uma universidade, mas me confessou:

- Não vendi, nem dei a jóia para o Rudi e nem para ninguém, ela simplesmente sumiu da minha gaveta.

Comecei a indagar:

- Quem mora na sua casa?

- Meu marido, eu e os empregados.- respondeu Helena.

- Quantos empregados são?

- São cinco.

- Quem são e o que fazem?

- O que está há mais de 15 anos com o meu marido é o motorista, Antonio Acelerrado. A cozinheira eu a conheço desde que eu era uma menina, a trouxe da casa dos meus pais, Petúnia Bomapetite. A arrumadeira é a sobrinha dela, a jovem Marisa. A lavadeira Lídia Limpíssima e o jardineiro João Janjão estão conosco há mais de 5 anos.

- A senhora tem confiança neles?

- Sim, plenamente.

- Eles tem acesso ao seu quarto?

- Somente a Marisa e Petúnia.

- A senhora recebeu alguma visita por esses dias?

- Não.

- Esteve alguma pessoa neste período na sua casa?

- O meu telefone quebrou na semana passada e veio um senhor da companhia consertá-lo.

- A sua pulseira de esmeralda desapareceu antes ou depois do telefone voltar a funcionar?

- Não sei, pois não a usei neste tempo, dei conta que ela tinha desaparecido no dia do aniversário do meu marido, pois queria usá-la com um vestido verde que comprei.

- E quando foi isto?

- Há dois dias atrás, quando telefonei para o senhor.

- Preciso ver o local onde a pulseira estava, como podemos fazer?

- Talvez amanhã quando o meu marido estiver no trabalho, lá pelas 10 hora da manhã?

- Para mim está ótimo.

- Eu moro na Rua do Sobe e Desce, número desessete, então até amanhã.

- Estarei lá sem falta. Adeuszinho.

Depois deste encontro, sai pensando que poderia com certeza ser o ladrão neste caso o homem que consertou o telefone.

Sai pensando e passei o meu dia sem poder me concentrar no roubo, mas sim no encanto da senhora Helena Hase.

No dia seguinte às 7 horas da manhã já estava eu de pé. Depois de uma boa ducha, do meu habitual café e de procurar no armário a melhor roupa que eu tinha, fui para à casa da minha cliente.

Fiquei um tempo observando a casa e vi quando o seu marido saiu com o motorista Antonio para o trabalho. Dei um tempo e logo depois apertei a campainha.

Helena veio me atender a porta e com a sua gentileza me falou:

- Bom dia, Sr. Pepito, por favor entre.

- Bom dia, Sra. Hase.

Ela me levou ao seu quarto e me mostrou onde desapareceu a sua jóia.

Dentro da gaveta tinha um pedaço de fio desencapado. Eu então falei para Helena:

- Tenho certeza que foi o homem que consertou o telefone.Você sabe o endereço ou telefone dele?

- Sim eu o achei pela Lista Amarela.

- Posso vê-la?

- Aqui está. Foi este que veio aqui, seu Tenório Telex. O endereço dele é: Rua Dobra Dobrado, número doze. Irei agora mesmo procurá-lo.

Sai o mais rápido possível, peguei o meu carro e parti. Chegando no local da firma, estacionei o carro e fui procurar o sr. Telex, o encontrei fazendo faturas e comecei a indagá-lo:

- Esteve o Sr. na uma semana passada na casa da família Hase?

- Sim estive, o telefone deles estava quebrado e fui consertá-lo.

- A pulseira de esmeralda da Senhora Hase sumiu do quarto dela e acredito que tenha sido o senhor.

- Eu só fiquei na sala e não tenho interesse nenhum em roubar alguma coisa, a minha firma está indo muito bem, tenho muito serviço e faturo um bom dinheiro, por que razão roubaria a pulseira de uma cliente?

Desculpei-me e resolvi voltar à casa de Helena, o caso não era tão fácil como eu pensei.

Quando lá cheguei, antes mesmo de entrar ela já veio me perguntando:

- Conseguiu reaver a jóia?

- Não, o Sr. Telex não é o culpado. Este caso começa a ficar difícil de solucionar, preciso procurar mais provas. Posso ver o telefone da sala?

- Claro. Esteja à vontade.

- Sim ele consertou este telefone, vejo que foi aberto, agora preciso verificar o do seu quarto. Este não tinha sido aberto. Então pedi:

- Gostaria de falar com a arrumadeira.

- Vou chamá-la.-falou Helena.

Em poucos segundo chega ela aconpanhada por Marisa que era muito jovem.

Comecei a interrogá-la:

- Você arruma todos os dias este quarto?

- Sim, todos os dias, porquê?

- Sabe por acaso do desaparecimento da pulseira de esmeralda da sua patroa?

- Sim eu sei, mas não tenho nada com isto.

Neste momento, chegou o Sr. Hase acompanhado do Rudi. Eu estremeci, pois sabia que ele era ciumento e nós nos encontravamos em seu quarto. Ele falou:

- Helena, minha querida me perdoe, pensei que você tinha vendido a jóia que lhe dei no nosso aniversário de casamento para ajudar o Rudi, hoje ele veio ao meu escritório, trazendo a pulseira e está aqui para lhe contar o que se passou:

- Ontem, a Marisa me veio ver e trouxe a pulseira com ela, disse que você a tinha lhe dado para eu vendê-la e pagar a minha universidade. Queria que eu mudasse para uma outra cidade com ela e me declarou que estava totalmente enamorada por mim e disse que me seguiria aonde eu fosse. Como eu sabia do seu problema com o seu marido, resolvi procurá-lo para esclarecer tudo e devolver a jóia.

A arrumadeira ao escutar isso, saiu correndo chorando e eu atrás dela. Consegui segurá-la e trazê-la de volta, porém Helena e seu marido resolveram mandá-la embora e esquecer o caso. Rudi, por sua honestidade, ganhou a promessa do Sr. Hase de custear os seus estudos.

Eu recebi um bom prêmio em dinheiro pelo meu trabalho, depois de agradecer parti para o meu escritório para solucionar os outros casos que tenho.

Dani Magnani
Enviado por Dani Magnani em 16/12/2006
Código do texto: T319698