ALBATROZ

ALBATROZ

Hoje acordei com o meu espírito passeando num labirinto, de forma tranqüila, como se soubesse o caminho a percorrer na longa? Curta? Estrada da vida.

Estava ele interagindo com seu eu interior, e de forma aleatória percorrendo a estrada sentindo-se solto, nem notou o labirinto que se encontrava, suas passadas estavam leve, alegres, em alguns momentos sentiu-se flutuar e ser carregado pelo vento, outras com um imenso calor e refrescou-se no rio e cachoeira tomando o néctar da vida a cada mergulho.

Fez algumas paradas obrigatórias, para melhor analisar a natureza ao seu redor, e nem notou que eram obstáculos, continuou as suas passadas uniformes e cadenciadas. Tão entretido que estava, não se deu conta do tempo e a distancia que estava percorrendo, notou apenas que havia criado músculos em suas pernas e braços, seus cabelos estavam longos e sobre seus ombros caiam lindas e belas tranças, dando contorno no seu rosto, moreno delineando e realçando as marcas do tempo que nem percebeu passar.

Seus olhos antes sempre marejados pelas lagrimas estavam secos distantes e sem o seu brilho costumeiro. Suas mãos embora vazias, estavam cheias de amor que colheu nesta caminhada. Cada mancha de calos sobre a pele das suas mãos o lembrava do trabalho árduo durante as suas caminhadas.

Lembranças de tanto amor que deu e recebeu. Dentro dele havia uma satisfação, de ter plantado amor, e colhido amor, depois de grandes batalhas vencidas na ceifa da inveja, falsidades, rancor, egoísmos, humilhações e ódios gratuitos.

Não havia ele dado conta que o seu corpo físico estava sentado enquanto ele podia caminhar independente dos reflexos exteriores pelo qual permeou o seu destino. Percebeu que era necessário tomar uma atitude em favor do seu corpo, num ato quase mágico e insano, abriu janelas e portas ocultas ao olhar medíocre do seu corpo, deu tapas em seu rosto, gritou ordens, e aguardou reação. Desanimado seu corpo não deu resposta esperada e continuou sentado na posição fetal.

Pensou ele, não posso abandona-lo a deriva, mas também não posso parar de andar nasci livre e permaneço livre. Será que estarei errado caso for embora e deixa-lo só? Começa e reforçar o seu ato reflexivo e em nenhum instante estava ele com dó do seu corpo. Mas porque teria? Afinal ele também é independente, e pode caminhar nada lhe falta, têm tudo que lhe é necessário principalmente princípios de vida, basta querer lutar com sabedoria usar toda a sua independência que lhe foi legado e fizeram um pacto com o destino em caminharem juntos mesmos antes de terem nascido.

Mas ate quando? Tempo? Tempo? Vento? Vento? Vento passa por nossa pele não deixando marcas apenas nos acariciando e acalentando nos dias difíceis de calor. Tempo, acalanto das lembranças da nossa infância, juventude que podemos levar conosco a qualquer lugar com compromissos e comprometimento. Marcas. Sim, marca pensa eles, para um guerreiro são ex-historias de vitórias. Vitórias serão apenas glorias? As vitórias estão no ato de lutar e nunca desistir. Desistir Jamais.

Seu pensamento silenciou, quando seus olhos vislumbraram seu corpo caminhar, a passos lentos, em direção de tudo que achava digno e sensato. Derepente parou, ajoelhou-se, ergueu seus braços aos céus,e fez uma oração. Olhou-se com o cuidado de um artista para uma obra,ha tempo não fazia, observou que não tinha cicatrizes externas apenas interiores.

Então sorriu para si mesmo. Levantou-se e continuou a caminhada. No alto do cume da montanha, bem próximo, ele vê um Albatroz a observa-lo na caminhada, alçando um vôo solitário, por ele passa e o convida a passear.

Como há muito tempo se sentia vazio, triste e solitário, aceitou e abriu seus braços, indo em direção da ave com um sorriso largo, e seguro na sua decisão, transbordando a felicidade nunca antes experimentara. Trazendo novamente o sorriu ao seu espírito. A caminhada continua...

DILEMAR MONTEIRO
Enviado por DILEMAR MONTEIRO em 14/12/2006
Código do texto: T317920