Mortinha por morrer nova ...

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É nossa sina ser invisível! Dito isto, vestiu a cor negra da ausência e num trejeito de quem não quer companhia e sim presença, apagou a luz e ficou transparente como um pensamento.

Ela queria morrer nova, ninguém a ensinou a morrer, viver também não sabia, nem nunca quis aprender.

O tempo não é pensável, há que viver até à morte.

Pegou no telefone para falar com o DES (sigla). Ocorreu-lhe participar um ritual que gostaria de ver cumprido, caso morresse por antecipação.

Era fácil falar com o DES, bastava pedir-lhe que a ouvisse em silêncio e ele deixava-a falar sem interromper. Pegava-lhe na mão também!

O melhor seria falar com ele pessoalmente, precisava da segurança que a mão forte do DES lhe transmitia. Ligou-lhe nesse sentido.

Acendeu a luz e a transparência fundiu-se na sombra, o pensamento nas palavras que iria partilhar com o DES: Queria velas em vez de flores, ir vestida de branco, ser sepultada à noite e …

Depois continuo, tenho de abrir a porta. É o DES… certamente !!!

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Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 23/06/2011
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