MORTINHA POR PARTIR ...

Apertei os sapatos em ritmo de Adeus. Parto em passo planado, com o sol em poente, reivindico uma gaivota como complemento de paisagem. Só depois me afasto, sem carácter de urgência.

Vestida de preto, com salpicos de silêncio e um apontamento a designar, levo nas mãos acenos gastos à força de tanto serem usados. Remeto-as à inercia!

Pela primeira vez não olho para trás num gesto póstumo.

Há "nós" e laços, há agora um projecto de consciência em ruína.

Atirei, como uma noiva, um ramo de crisantemos. Lamento imenso se alguém o apanhou...

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 14/06/2011
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