Sangue de Dragão - Cap. 62
--- Balgast x Alzimuth ---
O Primeiro General Draconiano Balgast sabia que não seria nada fácil convencer Alzimuth, o Segundo General do Lorde Negro. Primeiro porque o tão conhecido orgulho dos dragões não permitia a aproximação de raças inferiores, e segundo pelo fato de estar com sua energia mística reduzida quase pela metade devido ao selamento. Alem domais, Alzimuth estava em sua forma ancestral, o que lhe confere grande poder mágico.
A comunicação telepática à distância, comum entre os dragões, também estava comprometida, o que poderia ser uma excelente prova da origem de Balgast. E seu encarceramento num corpo humano não ajudava em nada. Portanto, cessaram-se todas as possibilidades de uma solução pacífica.
Mas algo ainda poderia ser feito.
Não dando mais tempo para reflexões, Alzimuth realiza um comando mental e o mini exército de homens-dragão parte para o ataque. Com um olhar compenetrado Balgast observa o enxame vindo em sua direção, descendo dos céus, enquanto libera sua energia escarlate, que envolve seu corpo como uma armadura energética.
Balgast não permitiu que as criaturas se aproximassem demais. Três braços energéticos, que terminavam em mãos com garras, esticaram na direção dos inimigos e abateram muitos em pleno ar com poderosos golpes. Mesmo assim não foi suficiente para impedir que grande parte avançasse em sua direção. Quando dezenas de mãos repletas de garras furiosas estavam prestes a retalhá-lo, Balgast expande furiosamente sua energia numa onda de choque poderosa, eliminando a maioria das feras aladas.
---- Haaaaaaaaaaaaagh --- foi o grito de fúria de Balgast, que parte para o combate corpo a corpo com os homens-dragão. Ele usa das capacidades marciais adquiridas da mente de Farmenis para desferir golpes precisos e vigorosos, e esquivas milimétricas. Os inimigos caíam como insetos.
O guerreiro de manto negro, e armadura de energia escarlate, lutava em meio ao esvoaçar dos inimigos.
Alzimuth se surpreende com o poder daquele humano. Aproveitando enquanto Balgast lutava contra seus homens-dragão, resolve acabar de uma vez com aquele verme insolente. Batendo com potência suas patas no chão, o dragão faz com que o solo rochoso se erga e avance para frente. Em meio à confusão em que estava, Balgast quase foi pego de surpresa pela onda de pedra, dando tempo apenas para se proteger colocando os braços na frente do rosto.
As rochas também atingiram os homens-dragão arrastando tudo pelo caminho até se chocar contra a muralha da fortaleza, arrebentando-a numa explosão de poeira e cascalho, que desceram penhasco abaixo.
---- HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ! Sinta meu poder verme urami --- gritava Alzimuth ---- Quantos de vocês eu terei que matar para que percebam que são uma raça inferior? --- Alzimuth avançava lentamente com seu corpanzil reptiliano, fazendo o chão tremer levemente. Os homens-dragão observavam seu mestre do alto e mantendo distância.
---- Durante muito tempo nos mantemos nas sombras do mundo --- continuou o dragão ---- Alimentando nosso ódio e aumentando o poder. Agora chegou a hora de reclamarmos mais uma vez este mundo, um lugar que nos pertence por direito. Porque nós somos a raça suprema e eu, Alzimuth, iniciarei uma nova era draconiana.
---- O seu problema, Segundo General, é que você esqueceu que deve obediência aos seus superiores --- disse uma voz que saía debaixo dos escombros da muralha. Um grande pedaço de pedra se quebra ao meio quando uma mão energética passa por ela em grande velocidade na direção de Alzimuth.
Antes de ser alcançado pela garra vermelha, Alzimuth bate com uma das patas no solo e gera uma barreira de pedra, que cresce a sua frente e impede o avanço do braço energético de Balgast.
---- Eu sou Alzimuth, humano, o segundo general, e não devo obediência a ninguém. Você e sua magia são insignificantes para mim --- depois de proferir suas palavras, o dragão abre sua imensa boca e morde uma grande quantidade de pedra do chão. Logo após expele vários blocos em incrível velocidade.
Balgast sai de baixo do monte de rocha bem antes do primeiro bloco atingir o lugar onde estava numa explosão de poeira. Balgast continua correndo enquanto é perseguido pela chuva de pedras atiradas em sua direção pelo sopro de Alzimuth, deixando um rastro de destruição. Vez ou outra também defendia com as mãos de energia, esmagando as pedras.
A munição rochosa da Alzimuth acabou e os dois oponentes voltaram a se encarar. Mas não por muito tempo, pois o grande dragão convocou dois gigantes de pedra, que ficaram ao seu lado esperando suas ordens.
---- Está cego antigo irmão --- disse Balgast ---- Não percebe o padrão de energia? Não se deixe nublar por este corpo no qual fui aprisionado pelo maldito ritual urami. Eu sou o Primeiro General.
As palavras de Balgast fizeram Alzimuth ficar em silêncio por um instante, para logo depois soltar uma grande gargalhada.
---- Não sei onde aprendeu sobre o primeiro general, humano, mas saiba que nenhuma magia pode conter a força da casta dos Generais Draconianos em corpos humanos.
---- Está enganado dragão --- falou Balgast ainda protegido pela sua reluzente armadura vermelha ---- O ritual mágico urami é mais forte do que pensei.
---- Pare de blasfemar e morra --- Alzimuth ordenou e os dois gigantes partiram correndo para o combate.
“Minhas energias estão limitadas. Eu a sinto enfraquecida. Preciso acabar logo com isso, senão poderei perecer antes de iniciar meu plano. E isto eu não posso permitir” pensou Balgast enquanto assumia posição de combate.