CAÇADOR DE DRAGÕES ( Cap. 1-2)
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A campanha seguia a passos lentos a viagem. Partiram de Sarina com a benção do Imperador Dante em uma monta de cento e vinte guerreiros. Dentre eles trinta eram os Caçadores. Devido ao arriscado destino a que estavam entregues estes Caçadores, o Imperador determinou por decreto imperial que nenhum deles faria esforço antes de agir em campo de batalha, evitando assim que tivessem que empurrar as catapultas ou guardar acampamento durante a noite como vigia. Teriam noites tranquilas e regalias os eram esperadas nos seus retornos à Sarina. Foram-lhes prometido ouro e riquezas em pedras preciosas, além de um cargo de guarda do castelo imperial.
O cargo de guarda era muito bem visto naquela época, assim como o é até os dias de hoje. São arduamente treinados aqueles que protegem as doze entradas da fortaleza de Dante que é mundialmente reconhecida por devastar os exércitos que a tentaram penetrar. São muito bem vistos pela comunidade e pelas mulheres, estes guardas. Talvez este último seja o motivo crucial para a cobiça pelo direito de proteger o Imperador.
As promessas feitas não eram fruto da bondade e misericórdia divina que Dante dizia herdar, mas sim do demoníaco interesse político; tão pouco o Decreto Imperial seria baixado por mãos de amor. Cada mão que rege o mundo possui um cérebro maior por trás. Mentalidade gananciosa e pecadora é a dos líderes do mundo. As regalias prometidas possuíam uma exclusiva linha de raciocínio que as permitiam existir:
- Se um homem pode resistir a raça de criatura mais feroz que existe, o que não poderia fazer contra um exército de seus semelhantes em força e inteligência? “Não há preço que pague a minha vida e a desejo bem guarnecida” – dizia Dante.
O Decreto por sua vez incitava os guerreiros da companhia a enfrentar o rígido treinamento do exército especial de Dante tendo sempre em mente a recompensa no fim da batalha. As provações a que eram acometidos os guerrilheiros dispostos a entrar neste exército especial sempre foram desconhecidas, mas correm boatos de tortura física intensa para elevar a resistência física e psicológica.
Certa vez em uma conversa em um bar, um marinheiro de Sarina entre um gole e outro de rum se permitiu contar a quem quisesse ouvir sobre seu irmão Marcuss - O Ogro, como o chamavam. Disse que Marcuss, ingressou para o exército de Dante e havia lhe contado sobre ter que ficar uma hora submerso no Lago Donavan, um lago lodoso de um pântano próximo à Sarina. Caso falhasse seria amarrado nu ao mastro de um navio, chicoteado por cem vezes e logo após lançado ao mar salgado. Dito isto desmaiou sobre o balcão.
Há quem acredite, há quem não acredite, mas o fato é que os Caçadores de Dragões atravessavam a terríveis e secretos testes e retornavam transformados em máquinas de guerra.