BICICLETAS NA PAZ ( Um "Show" de Bicicletas )
Certas Imagens são feitas de imponderável.
Possuem a propriedade de Sinos que tocam o Silêncio...
São o Azul que se encontra detrás de todo o Olhar,
com seu Mar disfarçado em Ondas. Festivas.
São um presente da Imaginação ___como a flor teimosa
/ presenteia a dura rocha.
São feitas para transmitir Festa,
num Mundo dormindo, cheio de Sono.
Pequeno furo no universo, onde ele se vê inteiro.
Certas Imagens, parece, vieram antes da Imagem.
Quadro dependurado no ar que o presenteia com luz.
Sabiás bicando o luar, bocas abertas de Fontes.
Carícias do Vento nos cabelos das folhas.
(As árvores cantam ).
Pequeno cisco na Vida que ri festiva... e Feliz !...
*
Ao lado do guarda-chuvas, a Bicicleta é uma dessas
/ formas Geométricas Essenciais.
A Bicicleta é uma Flor ao Vento.
Possui a delicadeza de um Mundo armado, andando,
onde vemos a ossatura
se mostrando em pleno funcionamento...
como "se vê" os navios armados dentro de garrafas...
O Mar é Inteiro.
O Mar é primeiro suas velas !...
BICICLETAS NA PAZ
Quer coisa mais poética que um "show" de bicicletas ? Povo
se aproxima pra vê-las bailar. E há um coreto lotado ___ isso
é perto do mar. Levam bandeirolas coloridas. O burburinho a-
tinge o topo das montanhas. Um sino longínquo assinala uma
estrela de prata. Todos em suspense para o brilho dos raios.
E as rodas passam volteiam, repassam.Tomam toda a cida-
de. Homero diria que é como as abelhas levadas pelo vento
se assanham (como cabelos ) e tomam toda a colmeia, preen-
chido cada hexágono de mel, as asas céleres, douradas e ra-
jadas como sóis levantados... Há a profusão das velocidades.
Trocas de marcha. Cachorros a todos seguem com os olhos
atentos.
Em velocidade, entram todos por todos os arruados grani-
ticamente calçados. É o ponto de encontro. Ali!
Ficaram de se encontrar bem no Centro.
E evêm velozes rodando. Parecem vir de todos os cami-
nhos, de todas as cores, mas com um só guidom.
Param e bebem água que trouxeram de cantis.
Há um velhinho em calva e barbas brancas.
Uma moça com uma flor nos cabelos.
E cantam, eles cantam congraçados, as rodas numa só __
e brincam. Eles, sim, brincam.
Uma nuvem passa fazendo sombra.
Parece que foi tudo um sucesso.
Sob a velha ponte passa um rio que move uma roda d'á-
gua. Como se desse água para toda a Terra.
É meio-dia; o único relógio da aldeia faz o encontro dos
ponteiros. Encontram-se e se vão ao sol das horas.
Eles, também.
A velha árvore da aldeia possui aves que se aninham.
Um gavião passa gritando se integra no sol.
Saem eles de volta por todas as ruas.
Levam na garupa a poesia, viva como o momento em raios
de sol.
Não é lindo um "show" de bicicletas !?...
Abraço em Sol do...
Sunny !