Monstro Soberbo

Naquela caverna obscura o medo era silencioso, a respiração pesada e o pavor crescente.

Aqueles olhos cor de fogo estavam fixos naquele corpo moldado.

Os dentes afiados a mostra.

O ser amedrontado tinha seu coração veloz, mas seu corpo estático, ele podia sentir o medo transpassando através dele. As mãos suavam apesar de suas veias estarem basicamente congeladas.

Um rosnado ao fundo e nada mais se viu além de um vulto.

Um ser de capa negra estava à frente dele, o rosto coberto por um grande capuz.

-Por que invadiu minha casa?

A voz era baixa, porém completamente limpa e audível, de um tom forte.

-Eu... eu...

O ser ainda petrificado não sabia o que falar.

-Saia e não volte nunca mais!

A voz se mantinha baixa, porém severa.

As pernas corriam mais do que podiam, o fôlego lhe faltava, risadas altas e cruéis ecoavam por toda a extensão daquele lugar úmido e escuro. O corpo se jogou para frente, sendo atingido totalmente pela luz solar. Os olhos esbugalhados miravam o lugar que acabara de escapar.

Nunca mais iria se aventurar por aquelas bandas.

Sentiu as calças molhadas e então percebeu que precisava mesmo voltar para casa agora.

O ser encapuzado observava atentamente, os lábios retraídos com um leve sorriso de superioridade, iria afastar os intrusos de sua vida, ou logo viraria o espetáculo.

Afinal, quem entende um lobisomem?

Jéssica Curto
Enviado por Jéssica Curto em 19/05/2011
Código do texto: T2979396
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