Monstro Soberbo
Naquela caverna obscura o medo era silencioso, a respiração pesada e o pavor crescente.
Aqueles olhos cor de fogo estavam fixos naquele corpo moldado.
Os dentes afiados a mostra.
O ser amedrontado tinha seu coração veloz, mas seu corpo estático, ele podia sentir o medo transpassando através dele. As mãos suavam apesar de suas veias estarem basicamente congeladas.
Um rosnado ao fundo e nada mais se viu além de um vulto.
Um ser de capa negra estava à frente dele, o rosto coberto por um grande capuz.
-Por que invadiu minha casa?
A voz era baixa, porém completamente limpa e audível, de um tom forte.
-Eu... eu...
O ser ainda petrificado não sabia o que falar.
-Saia e não volte nunca mais!
A voz se mantinha baixa, porém severa.
As pernas corriam mais do que podiam, o fôlego lhe faltava, risadas altas e cruéis ecoavam por toda a extensão daquele lugar úmido e escuro. O corpo se jogou para frente, sendo atingido totalmente pela luz solar. Os olhos esbugalhados miravam o lugar que acabara de escapar.
Nunca mais iria se aventurar por aquelas bandas.
Sentiu as calças molhadas e então percebeu que precisava mesmo voltar para casa agora.
O ser encapuzado observava atentamente, os lábios retraídos com um leve sorriso de superioridade, iria afastar os intrusos de sua vida, ou logo viraria o espetáculo.
Afinal, quem entende um lobisomem?