MIRABELA - O amargo sabor do destino -Continuação-
Continuação do Capitulo Anterior...
Era uma vizinha da falecida sra. Albertina, mãe de Mirabela que gritava lá do fundo do cemitério. A Mulher aproxima-se de Mirabela gritando alto e com muita intensidade.
- Sua Bruxa Maldita! É tudo culpa sua. Você é a responsável pela morte da sua mãe, e da sua avó também. As duas morreram de desgosto por virem a filha no submundo do crime.
Mirabela ouvia as agressões daquela mulher em silencio, apenas chorava abraçada ao caixão de sua mãe sendo consolada pelo ombro amigo e aconchegante de Santiago. De repente uma outra mulher também se aproxima aos gritos ofensivos.
- É isso mesmo! Chora Bandida! Chora de remorso, Isso é tudo o que você vai levar para o resto de sua vida: A dor incurável do remorso.
Santiago cochicha baixinho no ouvido de Mirabela: - Vamos sair daqui! A situação já começa a ficar crítica por aqui!
Um homem gordo e barbudo aproxima-se de Mirabela e Santiago e num tom despresível acrescenta: - Deveria ser proibida a presença de pessoas da categoria desta mulher num ambiente de pessoas distintas. Ela é uma criminosa!
Mas, alguém por misericórdia veio em defesa de Mirabela, Talvez como num ato de piedade a própria, ou talvez em consideração a falecida senhora Albertina. - O senhor está esquecendo que é a mãe dela que está sendo sepultada?
Numa fração de segundos como num coro, Todos passam a dirigir-lhe insultos e xingamentos e em pouco tempo, Injúrias e difamações são jogadas verbalmente por pessoas totalmente dominadas pelo ódio numa insandecida sede de justiça: CRIMINOSA, BANDIDA, LADRA. FORA DAQUI! FORA DAQUI!
Não se contendo, Santiago interfere: - PAREM COM ISSO!
Abraçado á Mirabela, dando-lhe cobertura e pedindo passagem, Santiago consegue encaminhá-la até o portão. Mas logo são barrados pelos pais de Fabricia, o senhor Ananias e a senhora Paroquisa. O senhor Ananias dirige-lhe um olhar piedoso.
- Mirabela, Obrigada pelo que você fez por minha filha! Se não fosse por você talvez Fabricia estivesse morta agora.
Com o rosto ensopado de lágrimas e coberto por seus longos cabelos, ela ergue lentamente a cabeça para encará-los e com uma voz trêmula lhes diz:
- Eu fiz o que devia ser feito! Para mim era uma questão de honra, Ou eu matava aquele homem, ou muitas outras vidas além da vida de Fabricia seriam destruidas por ele.
Totalmente desprovida de educação, A senhora Paroquisa que a observava balançando a cabeça e os ombros a repreende:
- A que ponto você chegou Menina! Não foi isso que a tua avó te ensinou, Me lembro muito bem da senhora Lázara com você na igreja todos os domingos, Parece que não adiantou muita coisa não! Coitada! Morreu de desgosto!
Batendo de leve com o cotovelo no braço da esposa em sinal de advertencia, O senhor Ananias a repreende em voz baixa:
- Cala esta boca Paroquisa! Não estamos em condição de julgar Mirabela, Esqueceu do belo exemplo que temos em casa. Fabricia não é nenhum modelo de boa conduta. Lembre-se disso!