MIRABELA- O AMARGO SABOR DO DESTINO - Continuação -

Continuação do Capítulo Anterior.

Com os olhos lacrimosos, O senhor Ulisses aproxima-se da filha acariciando-lhe os cabelos.

- Oh minha filha! Minha Mirabela, eu sinceramente não sei o que se passa dentro de mim diante das atuais circunstâncias. Ser avô sempre foi o meu sonho, Mas nestas condições em quê.. em quê..

Não conseguindo terminar a frase, O senhor Ulisses desata num pranto sem fim. Mirabela tenta confortá-lo.

- Pode ficar feliz meu pai! O senhor realizará o seu sonho!

- Como? com você na cadeia?

Santiago interfere tentando contornar a situação. - Vamos deixar esta conversa para depois. É muito cedo ainda para falarmos sobre isso. Afinal, o futuro a Deus pertence! Devemos nos concentrar agora numa maneira de levar Mirabela ao sepultamento da senhora Albertina. Temos que agir com rapidez ou não chegaremos a tempo.

Apertando a mão da filha com ternura, O senhor Ulisses é enfático.

- Que triste destino o seu filha! Que amargo sabor de destino!

Santiago apreensivo, tenta agilizar a situação: - Gente, Vamos! Depressa Mirabela ponha o seu disfarce!

- Sabe! Eu não vou mais me esconder! Vou ao enterro de mamãe de cara limpa, Afinal eu vou me entregar mesmo!

- O que está dizendo meu Amor?

- Santiago, eu sou uma criminosa esqueceu? Apesar de ter sido obrigada por aquele maldito a me transformar numa bandida, Isso não me isenta da culpa que tenho. Preciso pagar pelos meus crimes.

Muito revoltado o senhor Ulisses se aproxima da filha.

- Você deveria receber homenagens por acabar com a vida daquele maldito, e não ir para a cadeia. Quem esmaga um escorpião não merece punição. Você fez um bem para a humanidade matando aquele verme. Apesar de até agora eu não concordar com isso.

E o senhor Ulisses continua: - Escute Mirabela! Após o sepulcro da Albertina eu voltarei para a Espanha. Estou morando numa cidadezinha pequena e isolada. Não quer ir comigo filha? Lá ninguém conhece a gente. Podemos ser felizes para o resto de nossas vidas por lá!

Baixando a cabeça tristemente ela se dirige ao pai: - Não meu Pai, eu já não aguento mais o peso de minha consciencia! Sei que devo pagar pelos meus erros. É claro que isso não diminuirá a minha culpa mas pelo menos estarei obedecendo a lei.

- Que lei? Que droga de lei é esta que pune alguém que matou um criminoso?

- O meu crime não foi só o assassinato de D.Vaggio, que aliás eu nem considero crime. São vários crimes e o senhor sabe muito bem meu pai.

greice
Enviado por greice em 13/04/2011
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