O SONHO DO JOÃO
João estava no Vaticano com uma decisão muito importante para tomar. Ele estava lá para decidir se iria entrar para uma vida monástica ou seguir a vida anterior. João tinha vindo de uma cidade do interior do Brasil, lá ele liderava uma pequena comunidade de cristãos evangélicos. As imagens que passavam na mente daquele jovem eram terríveis. Ele estava dividido entre o monasticismo do clero romano, e sua vida religiosa no Brasil. O papa chamou João e deu a ele um livro escrito. No livro havia perguntas com espaço para opinar com os sinais ( - ou +) menos ou mais. Antes de entregar o livro aquele jovem, o papa o chamou e João foi se aproximando daquele imperador romano, ajoelhando-se. Contrariando, a ordem o papa ajoelhou também, pegando na mão de João dizendo: “meu filho olhe bem o que você vai fazer!”. Ambos choraram, e o rapaz saiu da sala do papa.
Os corredores agora era o local da amargura daquele brasileiro. Ele andava de um lado para o outro pensando, na sua vida no Brasil e a decisão de ficar em Roma, na santa sé. Livro não mão, decisão a tomar, desespero no olhar o papel a sua frente, livro grosso de páginas coloridas e papel de primeira qualidade, texto difícil de sinalizar. As duas perguntas do texto eram: 1ª - Você quer ficar em Roma e viver na santa sé?; 2ª pergunta: Você quer ir embora e desistir da vida monástica? As perguntas eram muito difíceis para ser assinalada uma apenas.
Nos corredores do palácio do Vaticano as pessoas passavam em direção ao gabinete do papa. Portanto passavam apressadas, mas após algum tempo, começaram a conversar com José. Perguntavam: a decisão é muito difícil? Começou passar pelos corredores pessoas estranhas, passou um homem com maneiras afeminadas, querendo abraçar José, mas ele se desviou daquele ser estranho. Passaram umas meninas mulatas, bem brasileiras, chamativas, atrativas, cheias de olhares lascivos. Isso deixou João ainda mais cheio de dúvidas, pois desejou aquelas morenas, de belos corpos, de pernas torneadas, com suas sandálias de saltos, que fazia sobressair à beleza feminina.
O coitado todo em dúvidas voltou ao gabinete do papa que estava cheio de pessoas com as mesmas perguntas para responderem. Uma mulata aproximou de dele e perguntou: você é brasileiro? Prontamente respondeu que sim. Outras estavam respondendo que gostavam dos mongóis, que eram viris. Outras ainda falavam de suas aventuras amorosas com diversos homens de diversas nacionalidades. João ficou atordoado e perguntando para si mesmo: O que eu estou perdendo?
Com a resposta quase pronta em sua cabeça, ele ouviu uma brasileira de Governador Valadares falar: “Eu tenho vinte e nove dólares, para pagar a minha passagem”. Enquanto isso o papa estava olhando pela janela que da para a Praça de São Pedro e sinalizando com a mão. A lascívia de João estava despertada por toda aquela atmosfera de mulheres, papa e palácio (dinheiro sexo e poder). Aquele jovem sabia que estava atrasado para chegar a sua cidade no Brasil. O culto que ia dirigir na sua pequena comunidade deixaria de acontecer, o templo ficaria fechado na hora do culto de manhã e a noite. O sofrimento era muito grande, pois desistira de ser monge e agora não poderia, por causa da distância organizar e celebrar o culto naquela cidade do interior do Brasil.
O sonhador acordou cheio de interrogações, querendo saber a interpretação do seu sonho. Querendo entender todos esses arquétipos da memória.