O Diretor
O Diretor chegou, sempre com um jeito de olhar, numa expressão de sorriso.
E as pessoas, as pessoas eram cebolas. Tinham pedaços de carne nos dentes.
E pessoas que conheci que não tinham mãos e muitos tipos de flores.
Dirigir é assim, uma contagem. Dirigir e apaziguar. Uma autoridade.
A foto vem com o diretor. E os coordenadores em mesas distantes, compenetrados e figuras apagadas da diversidade festiva.
Os filósofos vieram também. Alguns alunos compenetrados como figuras apagadas.
Os sorteios ficaram dentro dos envelopes e os copos dentro das bocas. Uma bebida era apreciada.
Mas todos fazem questão de cumprimentar o diretor. E agora?
São 43 chances de perder todas as flores.
Afinal, era uma festa, as paredes eram livres e as pessoas conversando. A música ao fundo. A bebida social e eu em branco.
Por que? O mundo é diferente para mim? Talvez. Penso ser absorta,
atordoada, com acontecimentos espirituais pendentes. E onde está a música do perdão? Está no ar, no sol, no sofá, no beijo do beija-flor?
As cebolas vinham e as moças com seus brincos de argola pareciam felizes com os homens-garçons vestidos de branco.
As cores eram variadas e variáveis. E a música não era italiana. Bruno e Marroni cantam música sertaneja.
É, pensamentos a divagar, pedras no caminho para tirar e as pessoas já não apontam mais o diretor. Adoraram a troca.
O que está escrito nos escritos não são superiores às escrituras.
O Diretor já não resiste. E a conversa baila de boca em boca.
Um beijo na escuridão da vida urbana foi uma despedida.
Nova vida
Novo endereço
Nova diretoria
E eu não estaria lá! As cebolas ou mãos ou as flores continuariam lá. Mas para mim, a diferença é que não sabia se ia rir, sorrir ou soluçar.
É de direito!