POBRE POVO
Era uma vez um reino muito rico cujo rei não cuidava direito da maioria das pessoas que morava nele. Naquele lugar semiencantado era comum encontrar pessoas se queixando de tudo o tempo todo. Os céticos atribuíam ao acaso boa parte das dificuldades que lhes incomodavam no dia-a-dia, já os outros, principalmente os idólatras, acreditavam que os deuses deveriam ser responsabilizados pela falta de oportunidades que os impossibilitavam de levar em frente seus projetos de vida.
Como ainda hoje é possível que esteja acontecendo nas entranhas de reinos dotados de muita riqueza, a maioria dos populares criativos desse reino era vista pelo monarca e sua equipe de apoio, como seres indolentes. Ali, por mais que eles tentassem expor suas ideias, visando o franco crescimento das comunidades onde moravam, eram reprimidos ou desestimulados.
Nesse reino não havia circulação de moedas nem de riquezas naturais ao alcance de todos. As existentes circulavam em áreas restritas sob o comando de uma minoria privilegiada e esses protegidos do rei extremavam-se nos desmandos.
Vários anos de prosperidade se passaram nesse reino sem que a plebe pudesse viver condignamente um dia sequer na sua vida.
Naquele lugar, obedecendo a um processo cronológico de escolha estritamente familiar, os reis eram indicados por um clã real e raramente eram destronados por influência de seus ascendentes ou descendentes. Todos eles, sem exceção, continuavam durante todo o tempo que lhes era destinado governar prometendo cuidar da vida e da saúde do seu povo.
Os empregados domésticos desse reino por não terem um conhecimento real dos seus direitos, apenas dos seus deveres, muitas vezes para agradar a família real, trabalhavam em demasia. O tempo passava naturalmente e o que se via era que eles, apesar dessa dedicação fiel para com os seus “patrões”, continuavam vivendo na mesma pindaíba de sempre.
Esse reino permaneceu próspero por muitos anos. Os reis governaram o tempo que bem entenderam fazê-lo, sem a mínima preocupação com as mazelas que assolavam a vida sofrida de sua gente. Essa gente, por sua vez, em nenhum momento nada pôde fazer para mudar essa situação de penúria em que viveu.
Mais tarde, após os altos e baixos que são inerentes à vida de toda família real, os reis morreram e a maioria do povo também. Enquanto estiveram na ativa, os reis receberam diversas manifestações honrosas e merecidas homenagens póstumas quando saíram dessa para uma melhor.
O povo desse reino e de outros circunvizinhos, por se tratar de um ser incomum, nada recebeu, nem enquanto esteve vivo nem depois de morto e para não alterar o curso normal dessa e de outras histórias envolvendo o seu nome, ele continua sem nada até hoje.
Era uma vez um reino muito rico cujo rei não cuidava direito da maioria das pessoas que morava nele. Naquele lugar semiencantado era comum encontrar pessoas se queixando de tudo o tempo todo. Os céticos atribuíam ao acaso boa parte das dificuldades que lhes incomodavam no dia-a-dia, já os outros, principalmente os idólatras, acreditavam que os deuses deveriam ser responsabilizados pela falta de oportunidades que os impossibilitavam de levar em frente seus projetos de vida.
Como ainda hoje é possível que esteja acontecendo nas entranhas de reinos dotados de muita riqueza, a maioria dos populares criativos desse reino era vista pelo monarca e sua equipe de apoio, como seres indolentes. Ali, por mais que eles tentassem expor suas ideias, visando o franco crescimento das comunidades onde moravam, eram reprimidos ou desestimulados.
Nesse reino não havia circulação de moedas nem de riquezas naturais ao alcance de todos. As existentes circulavam em áreas restritas sob o comando de uma minoria privilegiada e esses protegidos do rei extremavam-se nos desmandos.
Vários anos de prosperidade se passaram nesse reino sem que a plebe pudesse viver condignamente um dia sequer na sua vida.
Naquele lugar, obedecendo a um processo cronológico de escolha estritamente familiar, os reis eram indicados por um clã real e raramente eram destronados por influência de seus ascendentes ou descendentes. Todos eles, sem exceção, continuavam durante todo o tempo que lhes era destinado governar prometendo cuidar da vida e da saúde do seu povo.
Os empregados domésticos desse reino por não terem um conhecimento real dos seus direitos, apenas dos seus deveres, muitas vezes para agradar a família real, trabalhavam em demasia. O tempo passava naturalmente e o que se via era que eles, apesar dessa dedicação fiel para com os seus “patrões”, continuavam vivendo na mesma pindaíba de sempre.
Esse reino permaneceu próspero por muitos anos. Os reis governaram o tempo que bem entenderam fazê-lo, sem a mínima preocupação com as mazelas que assolavam a vida sofrida de sua gente. Essa gente, por sua vez, em nenhum momento nada pôde fazer para mudar essa situação de penúria em que viveu.
Mais tarde, após os altos e baixos que são inerentes à vida de toda família real, os reis morreram e a maioria do povo também. Enquanto estiveram na ativa, os reis receberam diversas manifestações honrosas e merecidas homenagens póstumas quando saíram dessa para uma melhor.
O povo desse reino e de outros circunvizinhos, por se tratar de um ser incomum, nada recebeu, nem enquanto esteve vivo nem depois de morto e para não alterar o curso normal dessa e de outras histórias envolvendo o seu nome, ele continua sem nada até hoje.