Mirabela- O amargo sabor do destino - Continuação-
E enquanto dava lentos passos, sempre com a arma apontada para D.Vaggio, Mirabela prosseguia com seu desabafo. E agora, quase chorando, a voz embargada quase que a impedia de continuar. Mas ela prosseguia.
- Duas coisas muito importantes na vida de uma pessoa: A paz e a liberdade. Você conseguiu me tirar as duas, e juntamente com isso tirou também a vida da minha avó e a saúde da minha mãe. Esta, não vai viver muito, sua saúde está muito comprometida. A morte da minha mãe é só uma questão de dias e...
D.Vaggio tenta aproximar-se dela se oferecendo para ajudá-la.
- Escute Mirabela, eu posso pagar pelo tratamento da sua mãe. Diga quanto é e eu a encaminharei para o melhor hospital que houver no Pais ou no mundo..
- CHEGAA!! Eu não quero o seu dinheiro maldito! Nem eu e nem minha mãe precisamos deste dinheiro amaldiçoado. Dinheiro adquirido ás custas das desgraças dos outros. Inclusive da minha..
E ela se entrega á um pranto sem fim. Enquanto lágrimas escorrem por seu rosto, o ódio vai se acumulando cada vez mais em seu peito. No momento em que D.Vaggio se aproximava dela, talvez não acreditando que ela seria capaz de assassiná-lo.
- Espere querida! Me dar esta arma..
Completamente transtornada, Mirabela aponta a arma em direção ao peito de D.Vaggio. Era como se uma outra pessoa estivesse no controle do seu ser, inclusive dos seus dedos que neste momento apertavam o gatilho da arma.
O tiro é certeiro, bem no peito. Ela sabia que todas as pessoas que foram assassinadas por D.Vaggio, morreram com apenas um tiro no coração. Esta era a marca sinistra de D.Vaggio, o famoso homem morcego. Suas vítimas sempre morriam com um só tiro, no coração.
Esta sempre foi uma pista para a policia, que quando encontrava algum corpo, identificava D.Vaggio como sendo o autor do crime exclusivamente se este cadáver tivesse levado um tiro no coração. Mas Mirabela não se conformaria com um tiro apenas. O ódio que a dominava, seria capaz de fazê-la descarregar toda a munição de sua arma no homem tão infame que desgraçou a sua vida.
- TOMA MALDITO!! Este é pela morte da minha avó, Este pela doença da minha mãe, Este pela minha liberdade que você destruiu...
E assim ela continuou a atirar, crivando o corpo de D.Vaggio de balas até descarregar toda a arma. Antes de sair, cospe no cadáver e joga a arma no chão, bem ao lado do corpo. Depois o ironiza:
- Pode ficar com a arma! Ela é sua!