Sangue de Dragão - Cap. 34

--- Oponente Mortal ---

O capitão Farmenis se impressionou com a chegada dos reforços inimigos e com a presença dos Golens de Ferro. O restante dos centurianos não teria a mínima chance contra essa nova força. Farmenis já enfrentara um golem de ferro dos anões, e sabe o quão perigosos são.

---- Controladores, sigam-me! --- ordenou.

Liderando o restante dos magos controladores, Farmenis saiu correndo ao lado de Orogi circundando as tropas centaurianas, que ainda se digladiavam com os soldados e centurianos.

Do meio do combate, Kiron avistou Farmenis e seus sangue de dragão se afastarem da batalha em direção ao forte. Com fúrias nos olhos, partiu em seu encalço, sendo seguido por outros guerreiros. Seu avanço foi frustrado quando o chão embaixo de suas patas afundou, derrubando todos eles.

Olhando para trás, Kiron viu um mago com as mãos estendidas depois de lançar sua magia de terra. Mas não demorou para que viesse a resposta para sua atitude. Para lançar sua magia o centuriano teve que se concentrar no objetivo, e isso lhe custou caro. Foi atacado pelas costas e uma ponta de alabarda trespassou seu peito, finalizando sua vida.

Próximo a muralha do forte o combate prosseguia, com as forças do reino do norte dando seus últimos suspiros cercados pelas tropas terrestres, licantropos e os imensos Golens, e pelos arqueiros que ainda estavam na ativa, preparando suas flechas. Tarlius, Azura, outros três magos e alguns poucos soldados bravos estavam compactados num círculo, olhando para todos os lados.

---- O que faremos? --- perguntou aflito Azura. Já estava no limiar do desespero, com a morte batendo à porta.

---- Sobreviver é o nosso objetivo --- respondeu friamente Tarlius ---- Ao primeiro ataque nos dispersamos, e cada um escolha seu oponente. Boa sorte senhores --- falou com ar de despedida.

O primeiro ataque veio do golem logo à frente. Seu braço esquerdo disparou mais uma vez a bola de ferro maciça, que caiu no meio da tropa inimiga, levantando poeira. Ninguém foi atingido, pois todos conseguiram se esquivar na hora certa.

Azura, seguido por Tarlius e os dois centurianos restantes, partiu para enfrentar os gigantes de ferro, com certeza as maiores ameaças. O inimigo era poderoso e as chances eram mínimas de vitória. Mas isso não importava mais. Se tivesse que morrer ali, pensava Azura, morreria levando mais um consigo.

Enquanto isso Lantara direcionava sua atenção para a aproximação de Farmenis e os outros magos controladores. Decidiu acabar com suas esperanças de ajudar seus amigos.

---- Não os deixa se aproximar! Disparar! --- ao seu comando, as flechas rasgaram o ar em direção aos seus alvos.

---- Liberem seus sangue de dragão! --- os magos liberaram os sangue de dragão do controle mental. Agora eles estavam livres para atacarem como quisessem.

O sangue de dragão, incluindo entre eles Orogi, Ymara e Pulma, dispararam em grande velocidade, esquivando das explosões geradas pelas flechas inimigas. Os magos conseguiram fazer o mesmo, se protegendo com suas magias.

Azura esquivou da segunda tentativa do golem em acertá-lo com sua bola de ferro. A massa de ferro enterrou-se no chão e, aproveitando o momento, Azura saiu em disparada arrastando aponta da espada no solo, levantando poeira enquanto corria. Procurou avaliar os melhores pontos para atacar naquela coisa. Mas conseguiu ver uma abertura no peito do monstro metálico. Uma pequena janela redonda de vidro.

O golem retraiu sua corrente, arrastando a esfera de volta ao seu encaixe no lugar da mão esquerda. Com a outra mão tentou esmagar Azura, impedindo seu avanço. Não teve êxito, pois Azura conseguiu saltar antes que a grande mão o acertasse.

Assim que ficou na altura da pequena janela, Azura conseguiu ver um rosto lá dentro. Era o condutor. Com sua espada levantada acima da cabeça e apontada para frente, Azura buscava atingir o pequeno orifício de vidro e dar fim a quem quer que estivesse dentro.

De repente ouviu um barulho como se pequenas engrenagens se movessem acima dele. Ao olhar rapidamente, viu a boca do monstro se abrir e revelar um cano, de onde um dardo metálico saiu voando. Num movimento rápido, Azura conseguiu, milagrosamente, colocar sua espada no caminho mortal do dardo. O impacto o fez cair no chão.

O gigante não perdeu tempo. Com a bola de ferro já encaixada no punho, tentou acertar o centuriano, que por pouco não o atingido, esquivando-se para o lado. Com o imenso pé direito, realizou uma nova tentativa de esmagar seu oponente. Azura saltou para trás, evitando o pesado golpe. O golem de ferro uma vez mais arremessou a esfera de ferro.

“Não consigo me aproximar dele” pensou Azura “Estou me esforçando muito para evitar seus ataques a distância. Preciso priorizar cada uma de suas armas. Primeiro aquela bola maldita”. Azura segurou firme sua espada de combate.

Assim que desviou do segundo ataque da esfera, desferiu um forte golpe contra a corrente que a segurava. Espantado, percebeu o quanto aquele metal era resistente, pois nem arranhou.

“Isso mesmo humano. O metal do meu golem é feito de uma liga especial fabricada pelos anões. Sua espadinha não é nada” pensou Rajagul, que não se preocupou em retrair sua esfera, adorando a cara de espanto de Azura.

Mas a expressão de Rajagul se tornou séria quando viu o mago rapidamente utilizar sua técnica.

---- PUNHO FLAMEJANTE! --- Azura rompeu a corrente metálica com a força bruta de sua magia. Mas ficou a mercê do seu oponente.

O Golem de Ferro abriu sua mão direita e um orifício apareceu em sua palma. Rajagul disparou um jato de fogo concentrado na direção de Azura.

“Fogo contra fogo, desgraçado”.

MiloSantos
Enviado por MiloSantos em 08/02/2011
Código do texto: T2780117
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