Velho pensador ( O cérebro que cria, os cérebros que transformam)
 
 
Perguntaram ao escrevedor de sonhos, se todas aquelas personagens existiam mesmo. Ele levantou um pouco os olhos, largou o carvão com que escrevia na folha de papel de pão e, com as mãos escuras, pela fuligem daquele pedaço de tora queimada, tocou a pele daquela criatura, que nunca na vida ocupara seu cérebro, com alguma leitura adequadamente lírica.
- Está vendo, isso?
As digitais dos dedos escurecidos, pela textura fóssil daquele carvão, impregnaram a pele daquele ser incrédulo.
O perguntador arregalou os olhos, apavorado com uma possível manobra insana daquele pobre escrevedor dos delírios humanos.
- Não tenha medo meu jovem, aí está a prova de que mesmo não existindo mais, a madeira está na essência da ausência. É a lei da natureza, criação e transformação.
- Acho que entendi...
Voltando aos escritos, acomodando os papéis quase em desordem, com a interrupção de algumas lógicas, ele numa ternura incrível, balbuciou:
- Mais marcantes, serão os pensamentos que darão formas às minhas mais simples contemplações ilusionistas. 


Em tempo:

Texto feito, após o recebimento de um e-mail, que questiona a origem de todos os meus propósitos literários. Não tenho o que dizer, afinal, o cérebro fica martelando tudo e, como eu não uso carvão, tenho que digitar e dividir com meus amigos, que delicadamente, num processo de criação coletiva, animam histórias e  questionamentos em suas 'cacholas'  maravilhosas. Obrigada, a cada um de vocês, por mover minhas personagens, num teatro fantástico por dentro da imaginação. 

Cristina Jordano

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 10/01/2011
Reeditado em 10/01/2011
Código do texto: T2721127
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