Mirabela- O amargo sabor do destino- continuação-

Os portugueses a senhora Flora e o senhor Manuel, estavam tranquilamente em casa, quando a campainha toca. A senhora Flora vai atender, é Lindamar que chega com a filha no colo.

- Boa tarde!

- Oi Lindamar, se veio procurar pelo Santiago ele não está!

- Não quero saber de Santiago coisa nenhuma! De hoje em diante a minha conversa com ele será diante de um advogado e no tribunal de justiça.

- E então?

- É com vocês mesmo que eu quero falar!

O senhor Manuel levanta-se já um tanto cansado e se dirige á ela com um aspecto sonolento.

- Lindamar, o que quer que seja que veio nos dizer, seja breve! pois pretendo descansar um pouco, trabalhei muito hoje!

- Então eu vou direto ao assunto! até porque não tenho muito tempo para ficar de batepapo com vocês!

A senhora Flora se dirige á criança, na intenção de pegá-la no colo, mas Lindamar a impede. E andando de um lado a outro, balançando lentamente a criança nos braços, ela prossegue:

- Senhora Flora e senhor Manuel! É fato que nós três não nos 'bicamos'. Eu não gosto de vocês e vocês não gostam de mim, certo? Mas, mesmo assim eu acho que devo comunicar a vocês o que está se passando..

- E o que está se passando, Lindamar?

- Senhora Flora, faça o favor de não me interromper..Eu ainda não terminei.. E muito agitada ela continua:

- Eu tenho percebido que o Santiago anda muito estranho, apesar de não morar mais com ele, o tenho visto muito sorridente e saindo com frequência. Nada me tira da cabeça que a tal da criminosa Mirabela esteja no meio da jogada! Fico pensando que os dois podem está se encontrando em algum lugar. Agora que ela fugiu!

O senhor Manuel levanta-se quase irritado.

- Pelo que acabei de ouvir, que surdo não sou! pelo menos ainda! Agora há pouco, você acabou de dizer que não quer saber do nosso filho! Que a sua conversa com ele se dará somente na presença de um advogado, certo?

- Certissimo!!

- Então não é da sua conta se ele sai ou deixa de sair! Se ele anda sorridente ou estranho!

Lindamar irrita-se com o velho por vê-lo vir em defesa do filho.

- Escuta aqui! Apesar de Português, eu sei que o senhor não é tão burro e..

Exaltada, a senhora Flora não a deixa prosseguir.

-Escuta, aqui você! Oh sua atrevida! Isso são modos de falar com o meu marido? E que preconceito é este? Saiba que apesar de todo o preconceito que passamos por vocês, brasileiros, metade dos nossos compatriotas os alimentam todas as manhãs com nossos pães. Porque em quase todo o País, a maioria das panificadoras são de Portugueses!

Lindamar bate com uma mão na outra, tentando encerrar aquela conversa por ela um tanto irritante.

- Chega desta conversa idiota que não leva a nada! Não estou interessada no café da manhã de ninguém e muito menos em estatísticas portuguesas.

E ela aproxima-se do casal de velhos, apontando-lhes o dedo em sinal de advertência:

- Só estou avisando que se aquele pilantra do seu filho estiver se encontrando com a marginal da Mirabela, eu não vou responder por mim!

- O que quer dizer, Lindamar?

- Quero dizer, senhor Manuel que, se isso acontecer, nem na justiça eu vou querer conversa com ele! Porque aí é que ele não vai mais ver a filha dele nunca mais! Eu vou embora e levo a minha filha comigo para bem longe! Eu saio do País, eu desapareço de vez com a minha filha! E aí nem ele ver mais a filha, e nem vocês a sua netinha. Estamos entendidos?

O senhor Manuel e a senhora Flora a encaravam assustados, pois sabiam que ela não estava brincando.

greice
Enviado por greice em 01/01/2011
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