A Princesa Mestiça - Epílogo

- Vida eterna ao rei e a rainha. – Gritou Natan alegremente.

Darién levantou-se e ajudou que Diana se erguesse, ele a olhou carinhosamente e selou aquele momento com um beijo que ao mesmo passo era terno e carinhoso demonstrando o seu ilimitado amor por sua esposa e rainha; exigente e voraz contendo toda a sua profunda paixão pela mulher de sua vida.

Ambos viraram para encarar todo o vasto povo que se aglomerava para presenciar a união de ambos.

E o primeiro que Diana avistou foi o pequeno Anael que estava nos braços de Damon puxando a bela trança de seu pai, ele ria e fazia gracinhas para a criança que estava encantada pelo brilho incomum dos cabelos de seu futuro padrasto.

Noal observava tudo carinhosamente e não tardou em ralhar com Anael quando o pequeno puxou a amarra que prendia a trança e a levou a boca.

Diana não se surpreendeu de vê seu pai e Noal apaixonados, mas se surpreendeu com Noal, a sua mais velha e recente amiga, ela era cabeça dura e não admitiu facilmente que estava amando novamente outro homem.

Mais de um ano havia se passado desde a morte de Ralph e a suposta morte de Ana, era ainda tudo muito recente para Noal, ela sentia- se traindo a memória do marido. Mas de alguma forma Damon havia transportado a barreira que Noal erguera contra ele, e o pequeno Anael não era indiferente àquilo, mesmo bebê a criança parecia ter vontade própria e não se podia negar que Anael adorava Damon.

Seu pai.

Eles haviam conversado muito pouco, mas o breve instante que passaram juntos Diana pode perceber que ele estava muito emocionado pelo fato de ser pai da filha da mulher que durante pouco tempo amou e que apreciava, as portas do reino de seu pai sempre estariam abertas a ela. Ele e todo o seu povo deixaram isso bem claro durante toda a cerimônia e mesmo agora depois que Darién e ela foram coroados e todos os vampiros, transformados, elementares e alguns demônios o ovacionavam em um coro ensurdecedor.

Diana sorria e Darién estava ao seu lado satisfeito.

- Eu amo você. – A voz dele soou clara em sua mente.

- Eu também. – Admitiu com lagrimas de satisfação e felicidade nos olhos.

Momentos mais tarde Diana observava seu pai e Noal se recolhendo juntos depois de cumprimentá-la mais uma vez.

O amanhecer estava chegando e tudo ainda parecia mais perfeito com toda a serenidade que àquela hora lhe trazia.

- Ela o fará feliz. – disse Darién abraçando-a pelas costas.

- Disso eu tenho certeza.

- Você ficará bem? – perguntou Darién fitando seus olhos.

Diana nunca se cansava de ver aquelas cores nos olhos dele.

A mistura exótica que tanto a fascinava.

Ela sorriu triste:

- Sinto falta de Kurt.

- Também sinto falta daquele demônio travesso. – Ele sorriu saudoso.

Seu amigo estava morto e Diana ainda não conseguia se conformar sentia-se culpada pela morte daquele que sempre lhe foi fiel e não tinha nada a oferecer do que amizade e a vida.

Kurt sempre seria lembrado de como guerras como aquela estúpida que travaram durante o último século acabava levando as pessoas que mais amavam por nada. Por simples e impiedoso capricho.

Foi diante do corpo de seu amigo e a ameaça de perder a sua futura família que Diana rompera as barreiras que aprisionava o seu total poder e destruiu Victor, era a única coisa que poderia fazer pelo seu amigo e pelo seu povo. Mesmo que não estivesse orgulhosa daquilo.

Os Dreiger ficaram sem um líder e o conselho dias depois resolveu dar fim a guerra, aceitando-a como rainha e exigindo que se unisse ao rei dos mestiços e o filho deles futuramente selariam a aliança entre as duas raças.

Diana ainda estava de luto, mas era imprescindível que se unisse a Darién naquele Sahain, o mesmo que estava marcada a sua antiga cerimônia com Victor, o conselho não queria esperar e Darién não queria que seu filho nascesse ilegítimo.

Embora a flecha de ouro envenenada houvesse feito com que perdesse a memória e de alguma forma também feito com que perdesse parte de sua identidade, sua vida quase foi arrancada, mas foi diante daquele ato insano de seu avô o seu poder despertara lhe dando uma nova oportunidade de existência e dando a todo o seu povo a oportunidade de paz.

O bebê que logo daria a luz era a riqueza mais esperada de duas espécies que era formada por varias outras.

Seu bebê era um milagre e nunca poderia tê-lo se não tivesse sido despertada. Nessa guerra ela havia perdido mais do que seu amigo, havia perdido uma parte de si e quem sofrera com isso mais do que tudo havia sido Darién, ela nunca poderia voltar a ser aquela desconhecida que um dia foi e temia que Darién a deixasse de amar esperando que despertasse alguém que no final das contas não existia mais, a parte de si que se perdera para sempre.

- Eu já disse que amo você? – Questionou ele virando as suas costas, beijando-lhe a sua nuca, fazendo com que se arrepiasse.

- Disse. - Afirmou Diana fechando os olhos com prazer.

- Por que duvida Diana? – Perguntou suavemente.

Diana sorriu. Gostava quando ele falava o seu nome. Mas não gostava dele esta sempre rondando a sua mente. - Isso era particular. – Ralhou suavemente, fazendo com que Darién sorrisse.

- Acho que você também pode exercitar essa minha façanha.

- E por que eu o faria? – Disse virando-se para fitá-lo numa fingida indignação.

- Assim sempre saberá como eu me sinto feliz ao seu lado, como sou grato por tê-la para sempre em minha vida. De como sou orgulhoso por conta do meu filho que você espera, de como me acho o mestiço mais afortunado do mundo.

- Também sou uma mestiça muito afortunada, tenho uma família agora e finalmente trouxe paz ao meu povo, está tudo tão perfeito que tenho medo de perder tudo, de acordar e descobrir que tudo isso não passar de um sonho.

- Você nunca perderá nada, por que eu estou aqui e a farei feliz a cada dia. Eu prometo.

Diana sorriu e sentiu algo diferente, uma espécie de alegria divina quase angelical.

- Acho que o nosso pequeno também se acha muito sortudo.

O mestiço acariciou a ventre pouco perceptível de sua esposa com carinho.

- Sabe, Natan previu que nosso bebê será um menino, pensei em dar o nome de Kurt para ele, mas sei que Kurt iria preferir o nome que daria ao filho que teria com Eva.

- E qual seria esse nome?

- Daniel. Ele terá a nossa inicial. – Sorriu.

- Sim e ele reinará também, sendo descendente das nossas espécies. A concreta união do reino dos mestiços e dos Dreiger, feita pela primeira mestiça deles.

- Ele será tão forte e corajoso como o pai.

- E manterá a paz unificando os nossos reinos para sempre.

Sim, e a paz enfim começaria e que o universo conspirasse para que transpassasse a eternidade.

FIM.

Penélope Silva
Enviado por Penélope Silva em 27/12/2010
Reeditado em 27/12/2010
Código do texto: T2694033