Mirabela - O amargo sabor do destino -continuação-
CAPITULO XI
A carcereira Olga chega ao esconderijo onde estão Florence e Mirabela. Leva comida e água para as duas.
- E aí! como estão?
- Pior não poderíamos está! Tem certeza de que não foi seguida, Olga?
- Fiquem tranquilas! Eu trouxe comida, água, roupas, alguns cobertores e um relógio para vocês se orientarem.
Depois, Olga se dirige a Mirabela que estava quietinha e pensativa, sentada no chão.
- E você, Mirabela! Não diz nada?
Ela apenas responde com um forçado sorriso e um seco: "Oi!". E continua imóvel, alheia a tudo. Florence então, relata a Olga sobre o seu estado: - Ela está assim desde que chegou aqui! Parece que somente o corpo está presente. É como se estivesse morta em vida!
Lentamente, Olga abaixa-se para falar com ela:
- Não fique assim, menina! Este lugar é temporário. Logo sairemos daqui!
E, passando levemente a mão por seu rosto, ela acrescenta:
- Está com fome? - Estende a mão oferecendo-lhe uma maçã. Ela apenas balança a cabeça negativamente, enquanto diz:
- Obrigada! Não tenho fome!
Olga levanta-se e comenta que Santiago esteve novamente a procura de Mirabela na penitenciária.
- Aquele belo rapaz, o Santiago, esteve lá no presídio a sua procura, Mirabela!
Ouvindo aquilo, subitamente ela levanta-se apavorada:
- Por favor, não! Ele não seguiu você, Olga?
- Calma, garota!
Florence aproxima-se de Mirabela: - Calma, Bela! por quê o desespero?
- Ele não pode me encontrar! Ele quer me destruir, está com muito ódio de mim porque eu sequestrei o pai dele!
E segurando-a pelos ombros, Olga tenta acalmá-la.
- Muito pelo contrário, ele estava muito preocupado e arrependido. Parece que descobriu que a sua entrada para o mundo do crime não foi por vontade própria, mas que foi forçada a isso!
E levantando a cabeça muito lentamente, ela diz: - Eu não acredito nisso! Ele deve está fingindo! Mas, como ele soube disso? eu não falei nada.
- Parece que aquela sua colega, a tal Fabricia que também esteve por lá lhe visitando, quem falou para ele!
Novamente, Mirabela abaixa-se lentamente para voltar a sentar-se no chão, e sentindo-se humilhada responde: - Não quero mais saber desta gente!
Seu rosto e seus olhos estavam vermelhos de tanto que havia chorado. A voz embargada, a tristeza e o desespero tomaram conta de sí.