Mirabela - O amargo sabor do destino -continuação-
... Continuação
De repente, ela vira-se e vê aquela figura insólita aproximar-se, como se alí estivesse apenas a sombra e não a parte física. Como já fazia parte do seu estilo, D.Vaggio usava um sobretudo preto, botas e capuz também pretos, além de suas inseparáveis luvas pretas e um brinco de brilhante.
Ao vê-lo assim tão perto, a reação de Fabricia é desesperadora, de súbito ela quer sair correndo. Tem a estranha sensação de que realmente está diante do conde drácula. Só agora conseguia entender o porquê de as pessoas o chamarem assim. Fabricia tremia de medo, afinal, estava diante de alguém que parecia saido de um filme de terror.
Mas, diante de tanto pavor, D.Vaggio procura deixá-la a vontade.
- Oi!
- Oi! o senhor é...
- O conde drácula, como costumam me chamar por aí. Só que eu não mordo a jugular de ninguém, portanto não precisa ter medo.
O tom da brincadeira faz com que Fabricia relaxe, e forçando uma maneira de iniciar uma possivel descontração, ela diz: - Desde criança eu sempre ouví dizerem que, perfurando muito o solo vai se esbarrar no Japão. - E dando uma leve rodada, ela continua: - Jamais imaginei que a teoria estivesse errada!- E dando mais uma rodada, ela cai de leve perto do ombro de D.Vaggio e aproximando o seu rosto ao dele, continua, desta vez com um tom de voz muito baixo, quase um sussurro: - Perfurando bastante o solo, na realidade a gente vai esbarrar nos braços do misterioso homem das trevas!
Silenciosamente, D.Vaggio afasta-se dela. Abre uma gaveta e tira uma charmosa caixa de charutos. Abre a caixa encarando-a, tira um charuto também encarando-a e elevando um a boca, estende a caixa oferecendo-a. Ela balança a cabeça negativamente, afinal, não tinha o hábito de fumar. Depois, ele pega o seu isqueiro de ouro e o acende de maneira satisfatória, dando baforadas de fumaça.
Abrindo a gaveta outra vez para guardar a caixa de charutos, ele volta-se para Fabricia e apenas lhe diz: - Gosto de sempre manter a caixa fechada para que meus charutos não fiquem secos.
Fabricia havia ficado um tanto sem graça, jogara charme para um homem que não lhe deu a mínima, e tentando ' quebrar o gelo ', ela desfarça:
- Sua moradia subterranea é linda!